21.2.23

Conflitos e revoltas na Primeira República

A Guerra de Canudos (1896-1897)

. Ocorreu no interior da Bahia.
. Trata-se de um movimento messiânico. Um líder religioso - Antônio Conselheiro - guiava milhares de sertanejos pobres.


. Os  coronéis, proprietários de terras, exploravam o trabalho dos camponeses, os quais viviam miseravelmente.
. Sob a liderança de Conselheiro os sertanejos fundaram o arraial de Belo Monte. Milhares se estabeleceram no local, apesar da seca e das difíceis condições geográficas.


. A elite da Bahia ficou incomodada com o crescimento do arraial de Canudos. Os jornais associavam Canudos à monarquia, portanto,  contra a República.

. O exército destruiu o lugar após 4 expedições militares. Milhares foram mortos.





. Euclides da Cunha registrou o conflito na obra Os sertões, publicada em 1902.



A Guerra do Contestado (1912-1916)

. Esse conflito ocorreu em uma região disputada por dois estados, Santa Catarina e Paraná. 


. Também é considerada um movimento messiânico. Seus líderes foram os monges José Maria e, depois, João Maria. 


. Empresas estrangeiras interessadas na construção da ferrovia São Paulo-Porto Alegre provocaram a expulsão de camponeses que viviam na região do Contestado. 
. José Maria liderou a formação de diversos povoados, chamados de "Monarquia Celeste",  reunindo milhares de sertanejos. 


. Assim como ocorreu em Canudos, as tropas do governo massacraram os camponeses. 



Cangaço (1870-1940)

. Ocorreu por aproximadamente setenta anos no sertão do Nordeste. 
. Caracterizava-se pela ação de bandos armados, os quais assaltavam armazéns, fazendas e cometiam diversos outros crimes.
. Os cangaceiros escondiam-se nos sertões, em regiões que dificultavam sua captura pelas forças policiais.
. O grupo mais famoso foi liderado por Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. 


. Devido às péssimas condições de vida e a falta de perspectiva, muitos homens optavam pelo cangaço.

. Lampião e a maior parte de seu bando foram mortos pela polícia no Sergipe, em 1938. O governo procurou usar este fato como exemplo para desestimular o surgimento de novos bandos armados. 


Revolta da Vacina 

. Ocorreu em 1904 no Rio de Janeiro, cidade que era a capital da República. A cidade passava por um processo de modernização com a derrubada de cortiços, expulsão dos pobres das áreas centrais e combate às doenças, como a peste, febre amarela e varíola. 
. O diretor de Saúde Pública, o médico Oswaldo Cruz, propôs a vacinação obrigatória.

A medida ocorreu sem o consentimento da população e sem uma campanha informativa.
. A população se revoltou, virando bondes e atirando paus e pedras contra as forças policiais.


Um grupo que fazia oposição ao governo tentou tirar proveito da situação para tomar o poder, mas a iniciativa fracassou. Houve forte repressão das tropas do governo,  dezenas morreram no conflito, muitos foram feridos, presos e deportados. A lei que exigia a vacinação obrigatória foi suspensa e a situação, enfim, pacificada.

Revolta da Chibata

. Em novembro de 1910, centenas de marujos se rebelaram e tomaram quatro navios de guerra, entre eles os encouraçados São Paulo e Minas Gerais.
. Os marinheiros exigiam o fim dos castigos físicos que eram aplicados aos acusados de indisciplina. Entre as reivindicações também estavam a melhoria da alimentação e aumento do salário. 


. Oficiais foram presos e mortos pelos rebeldes e tiros foram disparados contra a capital - Rio de Janeiro. 
. O marinheiro João Cândido, apelidado de Almirante Negro, era o líder do motim. 
. No dia 26 de novembro os marujos concordaram em depor armas, após a aprovação da anistia por terem tomado os navios. 

Os castigos físicos foram, enfim, abolidos. Contudo, o presidente da República Marechal Hermes da Fonseca baixou uma norma autorizando a Marinha a demitir os marinheiros indisciplindos.

. No dia 9 de dezembro de 1910, houve nova revolta dos marinheiros, os quais tomaram instalações da Marinha na Ilha das Cobras, que foi bombardeada pelo governo. 
. No Congresso Nacional foi aprovado o estado de sítio, seguiu-se a prisão de centenas de marinheiros, alguns morreram na prisão outros foram executados ou deportados para o Acre. João Cândido foi preso, internado e expulso da Marinha. Morreu na pobreza, em 1969.


. Aqueles que tentaram resgatar e publicar a história da Revolta foram censurados durante o Estado Novo (1937-1945) e na Ditadura Militar (1964-1985). Só na década de 1980 que a Revolta da Chibata começou a aparecer nos livros didáticos. 

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