7.9.22

Descolonização da África e da Ásia



Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os vínculos coloniais da Europa na Ásia e na África estavam abalados. As populações nativas questionavam o colonialismo e o ideal civilizador propagado pelos europeus. A ONU defendia o princípio da autodeterminação dos povos e algumas das nações africanas e asiáticas vão receber o apoio dos E.U.A e U.R.S.S para lutar pela independência de seus países. 

África 

As potências europeias dividiram entre si o território africano para explorar suas riquezas  e recursos naturais. As nações africanas lutaram por emancipação, mas tal processo histórico foi bastante heterogêneo e complexo, marcado por protestos e disputas, violência e derramamento de sangue. Vejamos:

Marrocos e Tunísia 

O Marrocos estava ocupado por franceses e espanhóis. As forças guerrilheiros do Marrocos foram lideradas pelo sultão Sidi Mohammed, Maomé V. Ele exigiu a retirada de espanhóis e franceses do país. A independência do Marrocos foi reconhecida em 1956 e Maomé V reinou até 1961, ano de sua morte.

A luta pela emancipação da Tunísia começou a ganhar força em 1934, com a fundação de um partido, o Partido da Nova Constituição (Neodestour). O líder do partido era Habib Bourguiba ele governou o país, após a França reconhecer a independência em 1956. O governo de Bourguiba foi de 1957 até 1987.

Congo

O Congo tornou-se uma colônia belga em 1908, sendo considerada a joia do rei Leopoldo II da Bélgica. O Congo era rico em pedras preciosas, marfim e látex.  Os congoleses exigiam retirada imediata dos colonos, mas o belgas defendiam que ela ocorresse gradualmente. A independência do Congo só foi conquistada em 1960, após muitos conflitos.

Gana e Quênia 

O domínio britânico na África fora abalado em 1956, quando os egípcios nacionalizaram o Canal de Suez. Os ingleses, desde então, realizaram u.a retirada gradual dos territórios ocupados, buscando manter sua influência, mesmo que de forma indireta, sob os antigos domínios. Gana, a antiga Costa do Ouro, obteve sua independência em 1957 após um movimento pacífico liderado por Kwane Nkrumah, que se tornou o primeiro presidente do país. 

No Quênia os colonos travaram uma luta violenta contra os revoltosos e a independência do país foi em 1963.

Na Rodésia do Sul, os colonos europeus tomaram a iniciativa da independência, em 1965. Eles eram donos das terras mais férteis e implantaram um regime de segregação racial, apoiados pela África do Sul, que prolongou-se até 1979.

Etiópia 

Antiga colônia italiana, a Etiópia sofreu nova invasão em 1936. Os italianos sob a ordem do líder Benito Mussolini atacaram a Etiópia e só expulsos do país em 1941, com a ajuda das forças britânicas.

Com a derrota da Itália fascista na Segunda Guerra Mundial, as colônias italianas ficaram sob a administração anglo-francesa. Assim, a Líbia, Eritreia e Somália ganharam autonomia.

Angola

Portugal foi um dos países mais resistentes à ideia de abrir mão de suas possessões além-mar. Entretanto, havia revoltas em Angola e Moçambique reivindicando sua independência. 

O custo da guerra para manter as colônias era alto, o orçamento português ficou comprometido, o que levou o exército e a população de Portugal a se revoltar contra a ditadura salazarista.

As colônias portuguesas na África obtiveram a independência entre 1974 e 1975. São elas: Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde,  São Tomé e Príncipe e Angola.

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975.


Ásia 

Índia 

Na Índia o domínio britânico era questionado pela população local que era formada por diversos grupos - hindus, budistas e muçulmanos. Não havia unidade dos indianos quanto a estratégia de resistência contra os ingleses. Alguns defendiam a luta armada, outros eram a favor da desobediência civil.

Mahatma Gandhi era, desde 1919, o líder do resistência pacífica. Gandhi inspirou-se na obra do filósofo norte-americano Henry Thoreau, o qual foi preso por recusar-se a pagar impostos, alegando que tais recursos iriam financiar a guerra dos E.U.A contra o México. 



A Índia obteve o reconhecimento de sua independência em 1947, no entanto, a política de partição resultou na criação de dois estados- Índia e Paquistão. O primeiro era de maioria hindu e budista, o último de maioria muçulmana.




Gandhi lutou pela reintegração dos dois Estados, mas não obteve sucesso. Ele foi assassinado em 1948, por um jovem extremista hindu.

Indochina

O território da Indochina, que reunia o Laos, o Vietnã e o Camboja,  esteve sob o domínio francês até a Segunda Guerra Mundial, quando foi invadido pelo Japão. Em 1941, o líder comunista Ho Chi Minh fundou a Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã. 


Em 1945, foi proclamada a República Democrática Popular do Vietnã, cuja capital era Hanói. 

A França reconheceu a independência do Norte do Vietnã, mas manteve o controle sobre o Sul, dividindo o território. A luta contra os franceses provocou a guerra da Indochina entre 1946 a 1954.

Ao final do conflito, a França foi derrotada e reconheceu a independência do Laos e do Camboja. O Vietnã continuou dividido, com o surgimento da República Democrática do Vietnã,  no Sul, que era capitalista. 

No acordo de paz negociado em Genebra havia previsão de reunificação do território, mas como ela não ocorreu acabou gerando a Guerra do Vietnã, entre 1964 e 1975, opondo socialistas e capitalistas, com intensa participação da URSS e dos EUA, por meio do fornecimento de armas e, no caso norte-americano, envolvimento direto na guerra.