6.4.24

Morre Ziraldo (1932-2024)

O "pai" do Menino Maluquinho faleceu neste sábado aos 91 anos de idade. Ziraldo deixa um grande legado e uma trajetória de luta a favor da democracia. 



Com seu humor, talento e arte criticou a Ditadura Militar (1964-1985). 


Sua criatividade encantou as crianças com as inúmeras publicações destinadas ao público infanto-juvenil.

22.3.24

Produção dos alunos: olhar crítico sobre "Abaporu", de Tarsila do Amaral

A obra "Abaporu" foi criada em 1928 por Tarsila do Amaral. A  tela apresenta as cores nacionais (verde, amarelo e azul ) e traços surrealistas, distanciando-se dos estilos tradicionais como o realismo e o romantismo, muito comuns até então. A palavra "Abaporu" vem do tupi-guarani e significa "homem que come gente". 



Desse modo, essa figura humana faz referência ao rito antropofágico. Devemos lembrar que algumas tribos indígenas brasileiras na época do "descobrimento" praticavam antropofagia, que é o ato de comer carne humana. 

Uma curiosidade é que a obra foi pintada e oferecida para o escritor Oswald de Andrade (marido de Tarsila) como presente de aniversário. Oswald, assim como sua esposa, foram expoentes do Modernismo no Brasil.

Esse movimento artístico consistia na apropriação da influência estrangeira nas Artes afim de produzir uma nova cultura, moderna e representativa da realidadebrasileira. 

Abaporu tem a cabeça pequena, o que pode significar a falta de pensamento crítico e do intelecto. Ao observamos o posicionamento do homem representado, notamos que ele transmite a sensação de  tristeza. Além disso,  o pé grande pode revelar a intimidade e a forte conexão da figura com a terra e com o trabalho.

Autora

Lorena Sophia

Estudante do 9° ano do Ensino Fundamental

9.3.24

[Resumo] Crise do Sistema Colonial nas Américas


• A colonização da América pelos europeus estendeu-se do século XV ao XIX.

• Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda disputavam territórios na América.

• As potências europeias buscavam recursos, como terras, especiarias, metais preciosos e mão de obra que pudessem explorar.



América Inglesa

Antecedentes da rebelião nas 13 colônias inglesas da América do Norte

 Propagação dos valores liberais e do Iluminismo nas colônias;

 Elevação da carga tributária e da fiscalização do comércio.

• Primeiro país a se tornar independente no continente: EUA (1776), ex-colônia da Inglaterra.

• Proclamação da República, com a separação dos poderes.

América Francesa

• Antecedentes da revolta:

 Maioria da população da Ilha de São Domingos (Haiti) era composta por escravos de origem africana;

 Os maus-tratos a população negra incentivaram a revolta entre os escravos, bem como os acontecimentos da Revolução Francesa (1789).

• O primeiro país a abolir escravidão foi o Haiti (1804), ex-colônia da França.

• A independência do Haiti causou medo no Brasil e nos EUA.

• Após a independência do Haiti a França cobrou pesadas indenizações do país.

América Espanhola

• Antecedentes das revoltas coloniais na América Espanhola:

 Influência dos ideais libertários do Iluminismo;

 Aperto do pacto colonial imposto pela Espanha;

 Autonomia experimentada pelos cabildos;

 Resoluções do Congresso de Viena – contrariam os interesses dos colonos.

• Independências na América Espanhola: Paraguai (1813), Argentina (1810), Chile (1818), Peru (1824), Bolívia (1825), Uruguai (1828), Venezuela (1830), México (1821), Cuba (1898).

 Manutenção da estrutura social – domínio dos criollos.

 Adoção da República como forma de governo.

 Subordinação ao capitalismo industrial britânico.

América Portuguesa

• Antecedentes da independência:

 Instalação da Corte Portuguesa no Brasil em 1808;

 Abertura dos portos brasileiros em 1810;

 Revolução Liberal do Porto (1820) exigia o retorno de D. João a Portugal e pretendia recolonizar o Brasil.

• Independência na América Portuguesa: Brasil (1822).

 Opção pelo regime Monárquico Constitucional.

 Manutenção da estrutura social e da ordem escravocrata;

 Preservação dos latifúndios;

 Economia agrário-exportadora.

8.3.24

[Documentos históricos] Textos para abordar as consequências da Revolução Industrial no Meio Ambiente



Impactos ambientais provocados pela Revolução industrial

Texto 1

“Em 1878, 600 passageiros do navio a vapor Princess Alice morreram em Barking, na região leste da Grande Londres, após a embarcação colidir e ir a pique. O principal vilão da tragédia não foi o afundamento: as vítimas foram intoxicadas pela poluição das águas do Rio Tâmisa enquanto nadavam para alcançar as margens.

O drama do Princess Alice é um exemplo das condições em que o rio de 346 quilômetros de extensão o maior da Inglaterra se encontrava na época vitoriana. A água despejada pelas indústrias e os dejetos provindos dos recém-inventados vasos sanitários fluíam diretamente para o rio ao longo de cidades importantes como Oxford, Windsor, Kingston, Richmond e Londres. A vida selvagem, peixes, mamíferos e aves, agonizava. Para piorar, os londrinos bebiam água retirada sem tratamento, o que resultou na morte de milhares de pessoas.

A situação só mudou para valer a partir de 1957, quando os níveis de poluição chegaram a um grau tão elevado que o Tâmisa foi declarado biologicamente morto. A água tinha pouco oxigênio e não suportava nenhuma forma de vida. Do lodo depositado no fundo emanava um insuportável cheiro de “ovo podre” que obrigou a suspender sessões do Parlamento, em 1858. Desde então, o governo central e as prefeituras ao longo do rio começaram uma guerra coordenada, sem tréguas, contra a poluição.

Uma legislação ambiental rígida obrigou as fábricas a eliminar o despejo de poluentes nos 20 tributários do rio. O sistema de tratamento do esgoto da região metropolitana de Londres (atualmente com 8 milhões de habitantes) foi aperfeiçoado. O problema recorrente das enchentes foi resolvido em 1980 com a construção da Barragem do Tâmisa”.

Fonte: <https://revistaplaneta.com.br/o-caso-tamisa/> Acesso em 20 fev. 24.

Texto 2

“Borboletas inglesas já evoluíram graças a ações humanas anteriormente. Até o meio do século 19, praticamente toda população das borboletas Biston betularia tinham a coloração branca. Elas descansavam em árvores chamadas vidoeiros de casca branca, abundantes no país, e ficavam invisíveis a predadores.


Após o fortalecimento da revolução industrial, o advento de fábricas espalhou muita fuligem pelas florestas próximas a áreas industriais e a espécie ficou “nua” frente aos predadores naturais. Em poucas décadas, até 95% da população de Biston betularia de regiões como a de Manchester se tornou escura, graças à seleção natural. As borboletas pretas tiraram proveito de sua vantagem evolutiva e fizeram com que seus genes dominassem as gerações seguintes”.

Fonte: <https://veja.abril.com.br/ciencia/borboletas-inglesas-evoluiram-para-fugir-do-aquecimento-global-diz-pesquisa> Acesso em 20 fev. 2024.

Atividades para interpretação dos textos

1. Que fato provocou o maior número de vítimas fatais no acidente 1878? Por que?

2. Explique o que levou a degradação da vida aquática do rio Tâmisa.

3. De que maneira os ingleses reverteram a situação do Tâmisa?

4. De que maneira a Revolução Industrial impactou as árvores e as borboletas brancas inglesas? 

5. Pesquisa: pesquise a situação de alguns dos principais rios brasileiros e procure informações sobre a qualidade de suas águas e as medidas que órgãos públicos e privados têm tomado para garantir a preservação da vida aquática e a despoluição desses rios.


Nota de falecimento



Faleceu no 1° de Março Akira Toriyama, aos 68 anos de idade, devido a complicações causadas por um hematoma subdural, quando ocorre um sangramento entre o cérebro e o crânio. 

Toriyama foi o criador do mangá Dragon Ball em 1984 e participou de diversos outros projetos de sucesso,  como os jogos eletrônicos Dragon Quest e Chrono Trigger. 

As estórias e os personagens marcantes criados por Toriyama e sua criatividade sem limites fizeram sucesso mundial, inspirando a produção de revistas,  jogos e filmes. Seu trabalho ficará para sempre na memória e nos corações dos fãs!

Akira Toriyama nasceu em Nagoya, no Japão, em 5 de Abril de 1955.

2.2.24

[Dinâmica] Receita de Ano Novo


Receita de Ano Novo 
Carlos Drummond de Andrade



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)



Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.



Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.



Leia o poema e responda as questões: 

1. Escreva uma "receita" de Ano Novo para você com aquilo que você espera realizar ou fazer diferente em relação ao ano passado.

2. Leia a estrofe abaixo:

"que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,"

Considerando a realidade política,  econômica e social cite alguns acontecimentos, a nível nacional e mundial, que corroboram ou contradigam os versos acima.   

3. O que o autor do poema sugere para se obter, de fato, o Ano Novo? Você concorda? Explique.

4. No texto:

"Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta".

Qual o sentido da expressão destacada?

5. Faça um desenho para ilustrar o poema e outro para ilustrar sua "receita" de Ano Novo.

28.1.24

[DOCUMENTOS HISTÓRICOS] O fardo do Homem Branco

O fardo do Homem Branco (1898)

Rudyard Kipling


Tomai o fardo do Homem Branco 

Envia teus melhores filhos

Vão, condenem seus filhos ao exílio

Para servirem aos seus cativos;

Para esperar, com arreios

Com agitadores e selváticos

Seus cativos, servos obstinados,

Metade demônio, metade criança.

Tomai o fardo do Homem Branco

Continua pacientemente

Encubra-se o terror ameaçador

E veja o espetáculo do orgulho;

Pela fala suave e simples

Explicando centenas de vezes

Procura outro lucro

E outro ganho do trabalho.

Tomai o fardo do Homem Branco 

As guerras selvagens pela paz 

Encha a boca dos Famintos,

E proclama, das doenças, o cessar;

E quando seu objetivo estiver perto

(O fim que todos procuram)

Olha a indolência e loucura pagã

Levando sua esperança ao chão.

Tomai o fardo do Homem Branco 

Sem a mão-de-ferro dos reis,

Mas, sim, servir e limpar 

A história dos comuns.

As portas que não deves entrar

As estradas que não deves passar

Vá, construa-as com a sua vida

E marque-as com a sua morte.

Tomai o fardo do homem branco 

E colha sua antiga recompensa 

A culpa de que farias melhor

O ódio daqueles que você guarda

O grito dos reféns que você ouve

(Ah, devagar!) em direção à luz:

"Porque nos trouxeste da servidão

 Nossa amada noite no Egito?"

Tomai o fardo do homem branco 

Vós, não tenteis impedir 

Não clamem alto pela Liberdade

Para esconderem sua fadiga

Porque tudo que desejem ou sussurrem,

Porque serão levados ou farão,

Os povos silenciosos e calados

Seu Deus e tu, medirão.

Tomai o fardo do Homem Branco!

Acabaram-se seus dias de criança

O louro suave e ofertado

O louvor fácil e glorioso

Venha agora, procura sua virilidade

Através de todos os anos ingratos,

Frios, afiados com a sabedoria amada

O julgamento de sua nobreza.