28.1.24

[DOCUMENTOS HISTÓRICOS] O fardo do Homem Branco

O fardo do Homem Branco (1898)

Rudyard Kipling


Tomai o fardo do Homem Branco 

Envia teus melhores filhos

Vão, condenem seus filhos ao exílio

Para servirem aos seus cativos;

Para esperar, com arreios

Com agitadores e selváticos

Seus cativos, servos obstinados,

Metade demônio, metade criança.

Tomai o fardo do Homem Branco

Continua pacientemente

Encubra-se o terror ameaçador

E veja o espetáculo do orgulho;

Pela fala suave e simples

Explicando centenas de vezes

Procura outro lucro

E outro ganho do trabalho.

Tomai o fardo do Homem Branco 

As guerras selvagens pela paz 

Encha a boca dos Famintos,

E proclama, das doenças, o cessar;

E quando seu objetivo estiver perto

(O fim que todos procuram)

Olha a indolência e loucura pagã

Levando sua esperança ao chão.

Tomai o fardo do Homem Branco 

Sem a mão-de-ferro dos reis,

Mas, sim, servir e limpar 

A história dos comuns.

As portas que não deves entrar

As estradas que não deves passar

Vá, construa-as com a sua vida

E marque-as com a sua morte.

Tomai o fardo do homem branco 

E colha sua antiga recompensa 

A culpa de que farias melhor

O ódio daqueles que você guarda

O grito dos reféns que você ouve

(Ah, devagar!) em direção à luz:

"Porque nos trouxeste da servidão

 Nossa amada noite no Egito?"

Tomai o fardo do homem branco 

Vós, não tenteis impedir 

Não clamem alto pela Liberdade

Para esconderem sua fadiga

Porque tudo que desejem ou sussurrem,

Porque serão levados ou farão,

Os povos silenciosos e calados

Seu Deus e tu, medirão.

Tomai o fardo do Homem Branco!

Acabaram-se seus dias de criança

O louro suave e ofertado

O louvor fácil e glorioso

Venha agora, procura sua virilidade

Através de todos os anos ingratos,

Frios, afiados com a sabedoria amada

O julgamento de sua nobreza.






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