26.5.20

Estaremos na Live do Prêmio Nacional de Educação Fiscal

Assista pelo Instagram.


Olá! 👋

*Projeto Diálogos e Reflexões* *Circuito de Lives*

O Programa de Educação Fiscal de Minas Gerais promove mais uma edição do Circuito de Lives do Projeto Diálogos e Reflexões.

 
▶️ Passando para lembrar a você da nossa live da semana, que será com os professores vencedores do Prêmio Nacional de Educação Fiscal, respectivamente, nos anos de 2015, 2017 e 2019 e a abertura do evento será pela Coordenadora Nacional do Prêmio Nacional de Educação Fiscal/2020.

Tema: “Prêmio Nacional de Educação Fiscal – Projetos Vencedores - categoria Escolas”
 
Quando:       Dia 28 de maio de 2020 – Quinta-feira
Onde:            instagram  =   @educfiscalmg  
Horário:        17 horas
 
 
Abertura:     Maria Aparecida Neto Lacerda e Meloni (Papá) – AFFEMG/FEBRAFITE
Coordenadora-Geral do Prêmio Nacional de Educação Fiscal.
 
Palestrantes:  Professores vencedores do Prêmio Nacional de Educação Fiscal

Profª Célia Aparecida Gabriel – 1º lugar 2015
Escola Municipal Rosália Andrade da Glória, do Município de Congonhas – MG
 
Profª Raquel Luzia Costa de Moura -    1º lugar 2017
Escola Municipal Filomena de Oliveira Leite, do Município de Curvelo – MG
 
Profº Rodolfo Alves Pereira - 1º lugar 2019
Escola Estadual Luiz Salgado Lima, do Município de Leopoldina – MG
 
Mediador: Luiz Zanon – Educação Fiscal – SEF/MG
 
📆 Quando? Dia 28 de maio, quinta-feira. 

⏱ Que horas? Às 17h

Para assistir e interagir, entre no http://www.instagram.com/educfiscalmg 

Esperamos por você!

25.5.20

Um desqualificado na presidência da República

Que sujeito sem noção. 

Comer um cachorro quente não tem problema algum. Em tempos de pandemia, pede-se comida em casa, evita-se aglomeração.

Agora, se você é o chefe de Estado espera-se do líder da nação postura adequada, condizente com a importância do cargo. Por que este sujeito não foi visitar hospitais e apoiar profissionais da saúde? Por que não vai aos estados mais atingidos pela covid-19? Onde está sua solidariedade às milhares de vítimas levadas pela pandemia?

O comportamento deste cidadão que ocupa a presidência da república é vergonhoso, indecoroso, apesar de ser coerente com sua personalidade e inteligência medíocres.

24.5.20

2226: o ano do apocalipse

O planeta foi devastado pelo apocalipse nuclear. Mísseis supersônicos cortavam os céus carregando poderosas ogivas nucleares de leste a oeste, de norte a sul, bombardeando os alvos e incinerando tudo e todos que estivessem num raio de 100 quilômetros dos pontos alvejados.
Os ataques destruíram as potências nucleares e solaparam as condições de vida neste mundo. O aquecimento global acelerou, a terra e a água estavam contaminadas, o ar era poluído, quente e nocivo, máscaras eram necessárias para quem se arriscasse a sair de seu abrigo. Os Estados, as sociedades e suas instituições, como escolas e igrejas desapareceram, e as economias ruíram devido à guerra e à hecatombe. Os poucos sobreviventes ao horror de 2226 viviam como nômades em busca de pequenos oásis ou em comunidades isoladas e autônomas,  dirigidas por oligarcas que exerciam o controle local.

Cultivar o alimento só era possível em estufas, a terra fértil era escassa, logo havia pouca comida. Os legumes e verduras eram distribuídos ao povo pelos oligarcas, as famílias não poderiam ser em número maior que quatro pessoas. Igualmente rara eram as fontes d'água, guarnecidas pelos pretorianos. Cada pessoa tinha que trabalhar para beber 1 litro de água por dia. As pessoas ficaram magras, a pele ressecada pelo sol e sem brilho devido à desidratação, muitos perderam os cabelos, ficaram estéreis. Aqueles que alcançavam os 40 anos de idade eram anciãos.

Não havia mais fábricas, eletricidade, televisão ou internet. As opções de trabalho eram poucas: camponês, guarda pretoriano, mercador, manutenção ou prática curativa. Os desocupados eram enviados para o exílio, executados ou jogados na prisão, onde morriam. 

Ninguém sabia ao certo,  mas estima-se que a deflagração do apocalipse e suas consequências, como a fome, as epidemias e as catástrofes naturais mataram quase toda a humanidade,  alguns calculam que 9 bilhões de pessoas morreram...

O mundo mudou, está mais triste, a paisagem dominante é cinzenta, desértica,  o calor é insuportável, faz 50° graus ou mais durante o dia; 0° à noite.  As estações do ano desapareceram, bem como a maioria daa plantas e dos animais. Todo tipo de vida silvestre era algo exótico. O que poderia crescer e viver neste inferno terreno? Fora dos muros das cidades só há destroços e ruínas, um cenário desolador.

O que restou da humanidade tenta sobreviver, sem rumo certo, sem crença ou esperanças, com um futuro imprevisível. Alguns, apegados às práticas do passado,  cegos e ávidos por poder, continuam incapazes de enxergar a miséria que nossos vícios provocou. Mesmo após o fim do mundo estamos aqui,  vivos, famintos e buscando no quê acreditar para cultivar a fé em dias melhores.  

Hélio Brummas

22.5.20

Delírios e alucinações de uma realidade inexistente

Dizem aos quatro cantos que trabalho dignifica, difundem a cultura do trabalho como uma religião.
Pobre tem que trabalhar. Rico pode viajar, ir ao Velho Mundo, desfrutar da arte e da boa cultura, ócio é coisa de nobre.
Pobre tem que se matar trabalhando para fazer a fortuna dos ricos, se não trabalha é vadio, chibata no vagabundo.

*

Isolamento é uma beleza, sem contato social,  só me relaciono com a natureza.
Tenho tempo para refletir, olhar para dentro de mim,  ler, escrever e, finalmente, sorrir.
Longe da multidão, recluso em minha fortaleza, observo a abóboda celeste, vou além do firmamento,  onde permaneço só,  imerso em meus pensamentos.

**

Condições de trabalho 
Salário? Mínimo,  são tempos difíceis,  para que salário médio ou máximo? Deixe os lucros para os bancos, eles entendem disso e necessitam de muitos cobres para viver. 
Papel toalha no banheiro? Sim, mas só quando não tem sabonete líquido. 
Quando tem sabonete líquido, não tem papel toalha. Como enxugar as mãos? Use a própria camisa, ora.

***

Da situação política
Política é a arte de enganar e controlar a maioria para servir aos interesses de uma minoria parasitária, sem escrúpulos e mesquinha. A democracia é uma farsa, encenada no grande anfiteatro do Congresso Nacional. A tragédia nacional deixaria Ésquilo, Sófocles e Shakespeare no chinelo.  Nem toda a sensibilidade dos célebres autores seria capaz  de traduzir a talentosa desfaçatez de nossos atores, os quais teimam em ser eleitos e reeleitos para seus cargos públicos.

****

A arte de ignorar
E o grande orador romano, Marco Túlio Cícero, nos ensinou:
"Leva também contigo todos os teus; se não
todos, pelo menos o maior número possível. Limpa a cidade. Libertar-me-ás de um grande receio quando entre ti e mim um muro se levantar. Já não podes conviver por mais tempo connosco; não o suporto, não o tolero, não o consinto".
É isso o que penso sobre os ignorantes,  estúpidos e idiotas que me cercam e com os quais sou obrigado a dividir algum espaço. Porém,  ergo um muro para não ver e não escutar esses imbecis, vá que a idiotia seja contagiosa...

*****

Hélio Brummas

20.5.20

Povo preguiçoso ou povo doente?

Por bastante tempo, alguns pensadores explicavam o atraso socioeconômico do Brasil devido à preguiça inata do brasileiro. Tal atributo,  acreditavam, haviam sido herdados por nossa raça da mestiçagem,  isto é,  do cruzamento entre distintos povos. 
O diplomata francês Conde de Gobineau, que esteve no Brasil em 1870, fez a seguinte anotação sobre o povo brasileiro: "toda mulata, com sangue viciado, espírito viciado e feia de meter medo".

Esse preconceito difundido como ciência no final do século XIX ficou arraigado na cultura popular e até os dias atuais há quem acredite na validade da sentença.

A ideia do brasileiro preguiçoso foi fartamente representada na literatura nacional, para ficar em apenas dois exemplos,  lembramos de dois ícones,  como o Jeca Tatu (1914), de Monteiro Lobato e Macunaíma (1928), de Mário de Andrade.

Macunaíma queria apenas brincar e explorar a exuberância da floresta tropical, era um anti-herói.

O Jeca Tatu,  de Lobato,  tornou-se um símbolo. A caricatura pintada pelo escritor paulista mostrava o caboclo acocorado, avesso à civilização e ao progresso. 

Uma visão negativa a respeito do homem brasileiro,  sem dúvida.

Entretanto,  em 1918, Monteiro Lobato pede desculpas ao Jeca, mudara de ideia em virtude de suas novas experiências,  ampliação das redes de sociabilidade e contato com as ideias médico-sanitárias. Lobato publicou no prefácio de seu livro o pedido de desculpas, dizendo que antes ignorara o estado mórbido do caboclo. Se o Jeca era preguiçoso e improdutivo era por causa da doença,  fruto do abandono dos sertanejos pelos bacharéis da República.

Sem políticas públicas de educação e saúde,  o que restava aos camponeses,  senão o analfabetismo e as moléstias que afligiam a população,  principalmente os mais humildes e os desamparados.

Quando constatou o déficit de saúde do homem brasileiro, Monteiro Lobato com sua sensibilidade e inteligência passou a defender a revitalização de seus patrícios. Na imprensa publicava artigos, depois enfeixados em um livro - "Problema Vital" (1918) - advogando a necessidade de sanear o país. Para o criador do Jeca Tatu, o problema econômico e político derivava da falta de saúde,  afinal,  o que um povo tomado pelo amarelão ou empaludismo conseguiria produzir?

Lobato argumentava que o brasileiro era um homem como o seu semelhante italiano ou inglês, não importava a nacionalidade, mas por conta da morbidez era um homem em estado latente. Urgia tratá-lo, educá-lo e alimentá-lo para só depois cobrar-lhe a produtividade no trabalho. 

Num vasto hospital como fora diagnosticado o Brasil, nas primeiras décadas do século XX, o que esperar de uma população senão apatia e incapacidade de competir e alinhar-se aos países capitalistas centrais, cujos habitantes já contavam com hábitos de higiene e políticas de saúde?

A defesa sanitária, da educação e da saúde de Lobato e dos médicos foram clamores do século passado, contudo ecoam muito bem até hoje. O direito à saúde ainda não é para todos, metade das cidades brasileiras não possuem tratamento de esgoto e doenças  evitáveis, como a dengue, ceifam centenas de vidas anualmente. A cruzada sanitária deve seguir viva, até que possamos ter um país saudável,  sustentável e economicamente produtivo.



18.5.20

O Estado faz a desigualdade social

A Constituição Federal de 1988 diz que um dos objetivos da República é reduzir as desigualdades sociais (artigo 3°, inciso III).
O objetivo é muito claro e deveria estar sendo trabalhado por todas as instituições que fazem parte da República,  entretanto,  não é o que ocorre.

Basta ver o exemplo da diferença salarial dos servidores do poder Executivo de Minas Gerais para perceber que o próprio estado colabora com manutenção dos níveis de desigualdade social. 

Observando a tabela acima, na qual constam dados sobre a remuneração dos servidores públicos do estado de Minas Gerais,  percebe-se que a maior parte deles está na faixa salarial de 2 a 4 salários mínimos. Esse grupo é formado principalmente pelos professores de educação básica.

Na faixa salarial seguinte, de 4 a 8 salários mínimos, a maioria é formada por policiais militares. 

Temos no estado de Minas Gerais mais de 6000 servidores que recebem mais de 16 salários mínimos. Polícia Militar,  Polícia Civil e Secretaria de Fazenda compõe o pódio, com pouco mais de 4000 servidores abocanhando o maior quinhão do orçamento estadual.  E mais,  esse pessoal ainda tem plano de saúde,  diárias e outros privilégios bancados pelo contribuinte.

Imagine quanto dinheiro não é necessário para sustentar estes marajás da ativa, os milhares de inativos e os pensionistas?

São bilhões de reais por ano destinado pagamento de pessoal dos três poderes e sempre há uma minoria do funcionalismo com salários de R$ 20.000,00, R$ 25.000,00, muito acima do que é pago aos enfermeiros e professores. 

O estado trabalha para reduzir as diferenças sociais ou apenas age para manter a desigualdade? Morreremos e não veremos uma reforma administrativa séria e justa que equipare salários e funções e extingua privilégios e regalias de pequenas corporações parasitárias.



15.5.20

Demissão do Ministro da Saúde

O ministro da Saúde assumiu a pasta, há pouco menos de um mês, dizendo estar alinhado ao pensamento bolsonarista.

Sob sua gestão viu a crise da Covid-19 avançar,  ceifando a vida de mais e mais brasileiros dia após dia.
O ministro que é médico por formação assistia aos arroubos de seu chefe, defendendo o fim do isolamento social, fazendo alusão à cloroquina, embora nenhum estudo aponte a eficácia do medicamento contra a doença. Enquanto o número de óbitos aumentava, o presidente passeava de jet-ski, brigava com o Ministro da Justiça e Segurança Pública e cobrava do titular da Saúde o alinhamento prometido. 

Essa convergência ideológica cega pressupunha ir contra a Ciência e pregar a defesa do uso da cloroquina para tratar os contaminados na pandemia, mesmo sem a sustentação de estudos científicos para comprovar a segurança e resultados satisfatórios.

O Ministro da Saúde estava isolado, o seu ministério foi preenchido por militares bolsonaristas, ele era a voz divergente, não entregou o que prometeu e deixou o cargo. Ciência e saúde não combinam com bolsonarismo, são coisas antagônicas.

Racionalidade parece não combinar com esse governo. Em meio uma crise sanitária sem precedentes,  como  tem gente que defende o retorno das atividades econômicas,  se não tem segurança,  remédio e vacina contra a doença?

Como os brasileiros foram capazes de escolher tão mal o seu representante político, a ponto de colocar o algoz do povo na presidência? 

Quem sobreviver e chegar a 2022, vote direito.


Aforismo

Siga o caminho e o exemplo dos grandes e virtuosos, caso erre durante o trajeto ao menos errará tentando fazer coisas nobres, que enaltecem o espírito. 

Yvesky Borislav

14.5.20

Como reduzir a desigualdade social no Brasil?

Na live de hoje discutimos com os alunos do Ensino Médio a questão: "Como reduzir a desigualdade social no Brasil?"
A aluna Júlia H., da turma 2002, produziu um texto com encaminhamentos e sugestões para a resolução do problema. Confira:

No livro "O Cortiço" de Aluísio de Azevedo, é retratada a desigualdade social no século XIX, onde está presente exploração dos mais pobres, péssimas condições de vida e a situação oposta, por meio da comparação com a burguesia. Fora da ficção, não é diferente, visto que, enquanto uns tem muito, outros vivem na miséria. 

Seguindo tal raciocínio, a desigualdade social provém de diversos fatores que necessitam uma solução adequada.
Sendo assim, é válido salientar que tamanho desequilíbrio social provém não só de governos, mas de uma sociedade extremamente corrupta, individualista, egocêntrica e incoerente, além do não investimento em áreas fundamentais (como saúde e educação), assim como em infraestrutura.

Em virtude dos fatos, fazem-se necessárias ações para que o quadro de desigualdade social seja alterado. Portanto, cabe ao governo melhorar a empregabilidade, possibilitando a aplicação de concursos públicos anualmente em todos os municípios, como medida integrativa, para que todos tenham oportunidades suficientes para ingressar no mercado de trabalho. 

Outro sim, O Poder Executivo, em parceria com o Ministério da Educação, deve assegurar políticas de inclusão social, principalmente na educação pública, permitindo que pessoas de comunidades carentes tenham acesso à uma vida mais digna, tendo seus direitos de cidadãos atendidos. Assim, evitar-se-á cenário semelhantes àquele apresentado na obra romântica naturalista de Aluísio de Azevedo.

Júlia H., 2° ano do Ensino Médio,  CIEP 280.

O aluno Jorge L. também analisou o problema com bastante clareza. Vejam só:

A desigualdade social no Brasil é um problema que afeta grande parte da população. Isso decorre da falta de acesso à educação de qualidade e a dificuldade de acesso aos serviços básicos (como saúde), por exemplo. 

Logo, é possível perceber, sobretudo, por meio do aumento do desemprego e da
violência os desafios que  temos pela frente. 

Levando-se em consideração esses aspectos,  nota-se a urgência de medidas para solucionar os problemas nacionais. Devemos combater a desigualdade social com a elevação do nível salarial, com uma taxação de impostos mais equilibrada, quer dizer, quem tem mais paga mais, e uma educação de qualidade para todos. 

Dessa forma, essas reformas devem ser sutis e progressivas, para que não tenha uma evasão de capital para o exterior, o que causaria uma regressão nesse processo. Nas mídias, que são fortes formadoras de opinião, poderia ser veiculados conteúdos que envolvessem a sociedade e a participação coletiva nesta proposta de mudança. Nas escolas, ensinar os alunos que eles são a grande esperança para superar a desigualdade social no Brasil.

Jorge L.,  aluno do 2° ano do Ensino Médio, CIEP 280.

9.5.20

Golpistas delirantes

Hoje, 9 de maio de 2020, um grupo de manifestantes saiu às ruas de Brasília para apoiar o presidente e defender o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. 
Os manifestantes também atacaram os governadores,  a imprensa e são contra o isolamento social em virtude da pandemia (o Brasil contabiliza mais de 10 mil mortos até o momento).

Os organizadores da manifestação fizeram vídeo,  chamaram militares, policiais e o povo de todo o Brasil para participar do movimento abertamente autoritário, mas o fiasco foi inevitável.  
Manifestação esvaziada, assim como o apoio ao presidente. Reflexo da desaprovação popular.

Os poucos golpistas, vestidos de verde e amarelo,  clamando por ditadura, fim da democracia e intervenção militar fizeram um papel ridículo. Apenas reforçaram para o país e para o mundo o quanto o presidente desequilibrado está isolado, sem apoio e com a popularidade e aprovação popular se deteriorando rapidamente (ruim e péssimo =49%; bom e ótimo = 27%). Desesperados com a queda do "mito", resta a violência, o confronto e a barbárie. 

Este cidadão que hoje ocupa a presidência da república é um despreparado,  arrasta o país para o caos social, gera instabilidade entre as instituições,  tão importantes para a democracia e para a paz que precisamos. Os golpistas que ainda apoiam o presidente, aquele cidadão que foi parlamentar por mais de duas décadas e fez mais por sua família do que pelo estado que representava, podem fazer barulho, mas as forças democráticas e progressistas irão prosperar.

Esssa turma que vai para as ruas pedir golpe e fechamento das instituições democráticas é perigosa, rasteira, precisa ser enquadrada pela Lei de Segurança Nacional,  pela restauração da sanidade do país e  pelo seu povo de bem.

O palácio dos loucos

Em 1852, foi construído,num terreno próximo à bela baía de Botafogo,  no Rio de Janeiro, o Hospício de Alienados Pedro II, um asilo para loucos e pessoas que sofriam com delírios e perturbações mentais. "O palácio dos loucos", apelido recebido pelo prédio, era administrado pela Santa Casa de Misericórdia.


O prédio, em estilo neoclássico,  foi o primeiro hospital para doentes mentais no Brasil e seguia as tradições dos alienistas franceses da segunda metade e final do século XIX. Nessa essa linha de atuação,  os alienados deveriam ser isolados,  afim de ficarem longe das causas que lhes provocavam o desequilíbrio e a loucura. Tinha capacidade para 300 internos,  de ambos os sexos, e já em 1862 estava com seu limite extrapolado.

Muitos dos internos eram pobres e negros, alcoólatras e vadios que perambulavam pelas vielas do Rio de Janeiro, onde promoviam distúrbios e baderna. Recolhidos pela polícia,  eram colocados em camisas de força e levados para o Hospício,  onde eram tratados com ducha de água fria e outros métodos que visavam restaurar a razão dos pacientes. 

O talentoso romancista carioca, Lima Barreto (1881-1922) foi um ilustre paciente do Hospício Pedro II. Alcoólatra, Lima  passou pela instituição em 1914 e 1919. À essa época,  o hospício estava sob o controle do Governo federal e recebeu nome: Hospital Nacional dos Alienados.

Lima Barreto fora internado,  pela última vez,  no dia 25 de dezembro de 1919, após ter um delírio e quebrar as vidraças de sua casa. Seu irmão entregou-o à polícia,  e o escritor foi levado ao hospício.  Lá,  Lima fez anotações à lápis sobre as instalações, seu cotidiano, os pacientes e os funcionários. Seu relato resultou  em duas obras, "Diário do hospício", no qual documentou sua experiência durante o tempo em que permaneceu internado, e "O cemitério dos vivos", um romance inacabado,  uma versão ficcional da mesma experiência do escritor no hospital.

Numa passagem, Lima registra situações em que passou por dificuldades e comparou seus constrangimentos com Cervantes e Dostoiévski, autores admirados pelo brasileiro,  os quais também passaram por experiência no cárcere.

"Voltei para o pátio, meu Deus! Estava ali que nem um peru, no meio de muitos outros, pastoreado por um bom português, que tinha um ar rude, mas doce e compassivo, de camponês transmontano. Ele já me conhecia da outra vez. Chamava-me você e me deu cigarros. Da outra vez, fui para a casa-forte e ele me fez baldear a varanda, lavar o banheiro, onde me deu um excelente banho de ducha de chicote. Todos nós estávamos nus, as portas abertas, e eu tive muito pudor. Eu me lembrei do banho de vapor de Dostoiévski, na Casa dos Mortos. Quando baldeei, chorei; mas lembrei de Cervantes, do próprio Dostoiévski, que pior deviam ter sofrido em Argel e na Sibéria".

Pelo Hospital dos Alienados passaram grandes nomes da medicina brasileira, como Juliano Moreira, baiano e mulato, que se tornou um pioneiro da psiquiatria no Brasil. 

Juliano Moreira também ficou reconhecido por se opor a ideia defendida por Nina Rodrigues, para quem a mestiçagem teve impacto inconveniente na formação do povo brasileiro. 

Na década de 1940, sem condições adequadas de funcionamento, os internos foram transferidos do Hospital dos Alienados para outro local. O prédio foi doado à Universidade do Brasil, atual UFRJ, passou por restauração e hoje funciona como Instituto de Psiquiatria da Universidade. 

6.5.20

Olhar histórico sobre "Memórias póstumas de Brás Cubas"

Conteúdo gratuito e de qualidade. Doe qualquer valor. Chave Pix: 325cd79f-5e4c-443f-9297-b055894ab986.

É bom aproveitar a quarentena para estudar, ler, escrever e revisitar os clássicos da Literatura Nacional!

Estive relendo o velho Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), do maior escritor brasileiro - Machado de Assis - que obra!

Por meio da deliciosa trama construída ricamente por Machado de Assis, somos conduzidos por sua pena sofisticada à uma viagem de volta no tempo, ao Rio de Janeiro, no século XIX. Destaco uma parte do texto, na qual o gênio do autor nos coloca na sala de jantar dos Cubas, a rica família do protagonista, enquanto celebravam, com ilustres convidados, a queda de Bonaparte na Europa.

"Veio abaixo toda a velha prataria, herdada do meu avô Luís Cubas; vieram as toalhas de Flandres, as grandes jarras da Índia; matou-se um capado; encomendaram-se às madres da Ajuda as compotas e marmeladas; lavaram-se, arearam-se, poliram-se as salas, escadas, castiçais, arandelas, as vastas mangas de vidro, todos os aparelhos do luxo clássico".

Os hábitos descritos no jantar, como a preparação da mesa e o uso de louças foram trazidos pelo Brasil pela Família Real Portuguesa, em 1808, desde então a elite da colônia passou a adotar costumes à moda europeia. Vestir-se como os europeus, ir ao teatro, passear pelos jardins era elegante e mostrava como as elites brasileiras foram incorporando novas práticas ao seu cotidiano. Além das regras de etiqueta e das práticas do lazer, Machado de Assis enumera as expectativas da população do Rio, principalmente das classes abastadas, e representa os seus medos, por meio da presença constante das doenças causando temores nos personagens. Enfim, o autor capta o espírito de sua época e traduz em sua obra. 

Em outra passagem, o protagonista enamora-se com a filha da vizinha, a jovem Eugênia, porém, decide não ir adiante na sua relação, pois a garota tinha um problema de nascença que lhe incomodava.

"Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que natureza é as vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?" 

Pobre Eugênia!  Esperava-se das mulheres naquela época que fossem férteis e saudáveis, aptas a procriar fidalgos igualmente saudáveis, os quais dessem continuidade ao nome da família. O destino da Eugênia foi terrível, recusada pela sociedade acabou marginalizada, afinal.

Os atributos necessários para a mulher ser considerada bela, naquela época, eram os braços, a cor da pele clara também ajudava, assim como a beleza do olhar. Mas sem dúvida, os braços femininos atraíam a atenção dos homens da elite no Império. Brás Cubas não os resistia, como ocorria quando estava com sua amante: "...Virgília cingiu-me com os seus magníficos braços,...". Ou quando a observava: "Via-a dali mesmo, reclinada no camarote, com os seus magníficos braços nus, — os braços que eram meus, só meus..."

Não menos interessante é a história do negro Prudêncio, um ex-escravo de Brás Cubas. Ambos cresceram juntos. Quando criança, Cubas brincava de montar, fazendo do escravo a sua montaria. 

Muitos anos mais tarde, Cubas reencontra o ex-escravo, agora liberto, numa situação embaraçosa.
Prudêncio chicoteava outro negro, seu escravo, por ter deixado o estabelecimento comercial para beber.

Machado de Assis, traz à tona elementos importantes da sociedade escravocrata brasileira no século XIX: a infância dos cativos, desde cedo tratados como "animais", "bestas"; a possibilidade de ascensão social dos libertos, por meio do pequeno comércio urbano de frutas, doces e quitutes; a busca de alívio do trabalho escravo na bebida; e a posse de escravo como meio para obter riqueza e mudar seu status social. 
Escravo de ganho.

Há muito mais passagens emblemáticas que tornam a obra uma das preferidas de todo o público, o que ajuda a explicar o sentido do adjetivo clássico!

Filme:

1.5.20

Arte & Expressão: cidadania e direitos sociais

Numa das atividades do Projeto de Educação Fiscal do CIEP 280, os alunos do Ensino Médio assistiram ao clipe do Gabriel o Pensador, com a música Até quando?

Depois de refletirem sobre a letra da música fizeram um trabalho artístico expondo problemas e a precariedade de Direitos Sociais. Vejam só: