21.11.20

Trabalho sobre Qualificação Profissional

A busca por qualificação profissional deve ser uma constante para quem quer entrar e se manter no mercado de trabalho.

O tema foi objeto de estudo nas aulas de Intervenção e Pesquisa, com o 3° ano do Ensino Médio do CIEP 280. Em uma das atividades, os alunos tiveram que elaborar infográficos, combinação de elementos textuais e imagéticos com a finalidade de organizar e facilitar a exposição de ideias e conhecimento. 

O trabalho abaixo foi profuzido pelas da turma 3001. Elas utilizaram, além de sua criatividade e talento, informações do texto-base sugerido na aula e o aplicativo Canva para criar um infográfico. Merecem nota 10, concordam? 

Mais infográficos sobre qualificação profissional!






12.11.20

Cerol não é legal: arte e expressão

No projeto "Cerol não é legal" da turma 2002, fizemos uma releitura da pintura "Meninos soltando pipa", de Cândido Portinari (1903-1962).



Curiosidade: a pintura original foi leiloada em 2013, em Nova Iorque, por 1,4 milhão de dólares! O quadro foi pintado em 1943.

Os alunos e alunas usaram a criatividade e o talento para fazer a releitura manual ou usando recursos digitais. O resultado final foi este:







8.11.20

O que fazer no dia 15 de novembro?

Na semana que vem vamos escolher vereadores e prefeito para nossa cidade.

Já escrevemos anteriormente que, neste pleito, sobram candidatos e escasseiam ideias e projetos palpáveis para o desenvolvimento econômico e social de Leopoldina. 

Na eleição presidencial de 2018, a maioria dos eleitores leopoldinenses disse NÃO ao Bolsonaro e a seu projeto liberal-conservador. Agora, se os mesmos eleitores mantiverem a coerência não votarão no grupo bolsonarista e nos candidatos que negam a política, a ciência e a democracia.

O não ao Bolsonaro não significa sim ao lulopetismo corrompido que empurrou o nosso país para o precipício, provocando crise econômica, aumento da desigualdade social e a manutenção do pior modelo tributário do mundo (onera a classe trabalhadora e favorece os mais ricos).

Que Deus e a razão abençoem a todos os leopoldinenses para escolher os representantes políticos com sabedoria, isolando os malandros, falsos-profetas, aproveitadores e fracassados na vida que tentam, através dos benefícios dos cargos eletivos, obter alguma ascensão social. 

5.11.20

Projeto "CalçaCarmo" recebe o apoio da Senadora Mara Gabrilli

A Senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) enviou um vídeo para os alunos da turma 2002, do CIEP 280, responsáveis pelo projeto "CalçaCarmo: por um caminhar seguro".


O projeto já foi encaminhado para a Câmara dos
Vereadores e para a prefeitura do Carmo-RJ. Agora aguardamos a execução das melhorias nas ruas e no calçamento no entorno da escola.
A Senadora Mara Gabrilli é um ícone da luta a favor da acessibilidade e da democratização dos espaços públicos. Graças aos seus esforços, o cuidado com as calçadas tornou-se uma responsabilidade do poder público nos municípios.

Muito obrigado pelo apoio, Senadora Mara. Parabéns aos alunos da turma 2002 pelo protagonismo estudantil e exemplo de cidadania.

3.11.20

Entrevista exclusiva: Professor Aluizio Alves Filho fala sobre a obra e o legado de Monteiro Lobato

Nesta entrevista, o blog "Acrópole - História & Educação" traz uma conversa com o professor e cientista político Doutor Aluizio Alves Filho sobre a polêmica questão do racismo na obra de Monteiro Lobato.

Professor Aluizio atuou em todos os níveis de Ensino, lecionou na UFRJ e na PUC-Rio. Possui doutorado pela UNB. É autor de, entre outros, "As metamorfoses do Jeca Tatu: a questão da identidade do brasileiro em Monteiro Lobato" (2003).


Estudioso da obra de Lobato, o professor Aluizio tece considerações relevantes sobre a polêmica que envolve o criador do "Sítio do Picapau Amarelo". Confira!

AC – Professor Aluizio, alguns intelectuais têm restrições a Monteiro Lobato devido à presença de elementos racistas em alguns de seus livros. Que considerações faz a respeito?

AL – Todas as perguntas que Acrópole me faz nesta entrevista estão muito bem formuladas, sendo bastante difíceis de respondê-las nos limites inerentes a uma entrevista em função da complexidade que possuem. São perguntas que têm por denominador comum o debate em torno do pretenso racismo de Monteiro Lobato, questão que   merece uma análise acurada. Inclusive, estou escrevendo um livro sobre o assunto, mas, no momento, respondendo, faço as seguintes considerações, na esperança de que gerem reflexões e motivem pesquisas a respeito.

As considerações que passo a fazer julgo necessárias para poder alicerçar uma resposta consistente não só sobre esta primeira pergunta, mas sobre as quatro. As considerações são referentes à necessidade de situar no tempo a produção de José Bento Monteiro Lobato, nascido em Taubaté em 1882 e falecido na cidade de São Paulo em 1948.

Dito isto, observo que as obras completas de Monteiro Lobato têm várias edições da Brasilense, sendo a última composta por trinta e quatro volumes. São dezessete da literatura adulta e dezessete de literatura infantil, possuindo no conjunto cerca de dez mil páginas. A obra literária adulta é composta por livros com temas variados, entre contos, crônicas, um romance, política, memórias e correspondências. A literatura infantil de Monteiro Lobato, como é bem sabido, conta histórias da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo, histórias que encantaram gerações.      

Monteiro Lobato tornou-se nacionalmente conhecido desde quando, em fins de 1914, publicou, com estrondosa repercussão positiva, os artigos “A Velha Praga” e “Urupês” no “Estado de São Paulo", na ocasião o mais lido e influente jornal brasileiro. Ao longo de sua trajetória pública, política, empresarial e literária, Monteiro Lobato colecionou sucessos, polêmicas, falências e uma prisão ocorrida durante o Estado Novo. Prisão por denunciar a ação de truste norte-americano que visava se assenhorar do petróleo brasileiro, que na ocasião ainda nem começara a jorrar no solo pátrio.

As obras completas de Monteiro Lobato contêm escritos do autor que começaram a ser conhecidos pelo grande público a partir da publicação dos seus citados artigos no jornal “O Estado de São Paulo” em 1914 até a publicação de seu último texto, Zé Brasil (1948). Este título é um panfleto onde saúda Luíz Carlos Prestes e apresenta o homem pobre do campo como uma vítima do coronel Tatuíra. Vale aqui observar que não conheço nenhum texto publicado durante a vida de Lobato que o critique, acusando-o de racista ou de eugenista. Se alguém conhece, solicito o favor de me informar.

Após o falecimento de Monteiro, seu renome e sua boa fama prosseguiram em alta e, em 1982, por ocasião do centenário do seu nascimento, os principais jornais e revistas do país publicaram páginas e mais páginas sobre o acontecimento. Outros meios de comunicação, como estações de rádio e de tevê, seguiram o mesmo caminho, fazendo matérias a respeito; em universidades, eventos e publicações acadêmicas.  Muitos livros sobre Monteiro Lobato vieram a lume em 1982. Os aplausos foram a tônica absolutamente dominante. As críticas, quando haviam, praticamente giravam em torno de um único assunto: o dito antimodernismo de Lobato, questão quase sempre mal discutida.  Questão que tem origem no artigo “Paranoia ou Mistificação?”, publicado originalmente no Estado de São Paulo, em 1917, onde Lobato desanca a exposição da pintora Anita Malfatti, que viria a ser a musa da Semana de Arte Moderna, em 1922.

Em suma, Monteiro Lobato, que estreou no mundo das letras em 1914 e atravessou o século vinte como nome consagrado no campo literário, admirado e respeitado pelas forças progressistas do Brasil por suas tomadas de posição em defesa de causas nacionais, como a saúde pública, a indústria do livro, a educação e o petróleo, nunca foi atacado pelo seu hoje dito e alardeado racismo e eugenismo, coisa que passou a ocorrer com intensidade cada vez maior a partir de 2010.  Sem dúvida, é aqui que reside o xis da questão.

Ocorreu algo em 2010, que comentaremos na continuidade da entrevista, algo que funcionou como gota d’água, provocando radicais mudança nas avaliações, não só da obra, mas da própria imagem de Monteiro Lobato. Ele, que até então era entendido e saudado não só pela qualidade da sua literatura, mas como membro da vanguarda das lutas sociais do povo brasileiro, de repente (2010), passou a ter sua obra desqualificada e sua memória aviltada, dito, por alguns “intelectuais”, tratar-se de mero racista. De que argumentos se valem os que fazem tal desqualificação? Que suporte metodológico os detratores de Monteiro Lobato apresentam e se apoiam? O que de fato ocorreu?  Será que gerações de intelectuais, entre os quais se encontram muitos nomes de primeira grandeza da cultura brasileira, como são Lima Barreto, Oswald de Andrade, Erico Veríssimo, Clarice Lispector, Anísio Teixeira   e Caio Prado Junior, que escreveram altos e invulgares elogios a Monteiro Lobato, não sabiam o que estavam dizendo?  Será que alguém acredita que os citados eram ingênuos ou mal informados?

Postulo que vale a pena, para melhor pensar a cultura brasileira, que se examine e reflita sobre o conjunto de questões ligadas ao fato de o panteão Monteiro Lobato, de repente, ameaçar desabar. No mais, quero deixar claro que os comentários e observações que nesta entrevista faço devem ser entendidos como uma pequena peça de um grande quebra-cabeça em que estou mergulhado na tentativa de ajudar a tentar resolver.         

   

AC – Como avalia a questão racial em Monteiro Lobato e a polêmica a respeito?

AL -   Esta é a pergunta central da presente entrevista. Pergunta   sobre a qual repousa a anterior e também as duas subsequentes, pergunta complexa que, penso, não pode ser respondida com um simples sim ou não, ou seja: sim, Monteiro Lobato era racista, ou não, Monteiro Lobato não era racista.  Mas a considerar pelo que tenho visto, é assim que têm procedido muitos leitores de orelhas de livros que entram no debate a respeito da questão racial em Monteiro Lobato, dando palpites. Vivemos numa época em que, por incrível que pareça, autoridades educacionais desmerecem quem estuda e produz, incentivando que se estude pouco e se palpite muito.



Produto de muita leitura e releituras que tenho da obra de Monteiro Lobato e de outros autores brasileiros, leitura e releituras feitas ao longo de décadas como professor universitário, quando passei lecionando, pesquisando, participando de eventos e escrevendo sobre pensamento social e político brasileiro, creio que adquiri um bom cabedal a respeito para dizer algo bem fundamentado sobre a polêmica e a questão racial em Lobato.

A conclusão mais estrutural a que chego é que esta polêmica, nascida em 2010, quando a notícia que o Conselho Nacional de Educação (CNE) havia determinado que o livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, por conter elementos considerados como racistas, não fosse mais distribuído nas escolas públicas, ganhou espaço no noticiário dos principais diários do país. A biografia de Monteiro Lobato começou a passar em grande escala por fantásticas manipulações que a deformam inteiramente e de tal forma que não há paralelo com algo ocorrido com nenhum outro autor brasileiro.

Observo que o formato entrevista não contém espaço apropriado e necessário para tratar com profundidade a questão em tela pelas nuances e detalhes que possui. Entrevista é um espaço ideal para chamar a atenção para problemas determinados e é isso que estou aqui procurando fazer e tratar a questão de maneira adequada, como já disse, em estudo minucioso no livro sobre Lobato que estou escrevendo.

AC – A obra de Monteiro Lobato deve ser banida como querem alguns ou adaptada para as escolas de educação básica?

AL - Não sou a favor de uma coisa nem da outra. Não sou a favor de proibi-la nem de castrá-la, via “adaptações”. Quem teria legitimidade para “adaptá-la”? Adaptá-la segundo quais critérios e princípios?  Autorizado por quem? Sou contra censura, pois não combina com liberdade e democracia. A intervenção do estado na cultura, na educação, nas artes e na ciência é sempre desastrosa. Nós, brasileiros, conhecemos bem isso e temos péssimas lembranças a respeito. Quanto à proibição das obras de Monteiro Lobato, não é a primeira vez. Durante o Estado Novo, seus livros foram retiradas de bibliotecas públicas e, acusados de “comunismo”, queimados.

Ao exposto, acrescento que, quando digo que sou radicalmente contra censura, não quero dizer que seja contra que haja seleção de livros para uso nas escolas de educação básica, pois é claro que isto é absolutamente necessário. Entretanto, nada sei dizer a respeito, pois os critérios de tal seleção me parecem uma verdadeira caixa preta onde interesses políticos, econômicos e ideológicos têm mais peso que os didáticos, e os professores não são ouvidos.


AC – Em sua opinião, Monteiro Lobato foi um autor reacionário ou progressista? O que se pode concluir a respeito de seu legado para a cultura nacional?


AL – A respeito, posso dizer o seguinte: não conheço nenhum movimento entendido como reacionário, como por exemplo o integralismo, que evoque Monteiro Lobato entre os seus adeptos. Sobre o seu legado para a cultura nacional,  concluo citando as seguintes expressivas palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade, pois dão muito o que pensar: “A lição maior de Lobato é a sua própria e tumultuosa riqueza  humana. Creio mesmo que dentro de vinte anos ele estará incluído  nos manuais de história e cultuado na memória do povo como uma espécie de herói civil da literatura”. 


Leia também o artigo "O racismo em Monteiro Lobato, segundo leituras de afogadilho" (2016).