22.5.20

Delírios e alucinações de uma realidade inexistente

Dizem aos quatro cantos que trabalho dignifica, difundem a cultura do trabalho como uma religião.
Pobre tem que trabalhar. Rico pode viajar, ir ao Velho Mundo, desfrutar da arte e da boa cultura, ócio é coisa de nobre.
Pobre tem que se matar trabalhando para fazer a fortuna dos ricos, se não trabalha é vadio, chibata no vagabundo.

*

Isolamento é uma beleza, sem contato social,  só me relaciono com a natureza.
Tenho tempo para refletir, olhar para dentro de mim,  ler, escrever e, finalmente, sorrir.
Longe da multidão, recluso em minha fortaleza, observo a abóboda celeste, vou além do firmamento,  onde permaneço só,  imerso em meus pensamentos.

**

Condições de trabalho 
Salário? Mínimo,  são tempos difíceis,  para que salário médio ou máximo? Deixe os lucros para os bancos, eles entendem disso e necessitam de muitos cobres para viver. 
Papel toalha no banheiro? Sim, mas só quando não tem sabonete líquido. 
Quando tem sabonete líquido, não tem papel toalha. Como enxugar as mãos? Use a própria camisa, ora.

***

Da situação política
Política é a arte de enganar e controlar a maioria para servir aos interesses de uma minoria parasitária, sem escrúpulos e mesquinha. A democracia é uma farsa, encenada no grande anfiteatro do Congresso Nacional. A tragédia nacional deixaria Ésquilo, Sófocles e Shakespeare no chinelo.  Nem toda a sensibilidade dos célebres autores seria capaz  de traduzir a talentosa desfaçatez de nossos atores, os quais teimam em ser eleitos e reeleitos para seus cargos públicos.

****

A arte de ignorar
E o grande orador romano, Marco Túlio Cícero, nos ensinou:
"Leva também contigo todos os teus; se não
todos, pelo menos o maior número possível. Limpa a cidade. Libertar-me-ás de um grande receio quando entre ti e mim um muro se levantar. Já não podes conviver por mais tempo connosco; não o suporto, não o tolero, não o consinto".
É isso o que penso sobre os ignorantes,  estúpidos e idiotas que me cercam e com os quais sou obrigado a dividir algum espaço. Porém,  ergo um muro para não ver e não escutar esses imbecis, vá que a idiotia seja contagiosa...

*****

Hélio Brummas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.