5.7.23

O que foi a Revolução Laranja?



Em 2004, a Ucrânia viveu uma tensa disputa presidencial. De um lado havia um candidato pró-Rússia, Viktor Yanukovich, de outro Viktor Yushchenko, pró-União Europeia.



O candidato pró-Rússia foi declarado vencedor, após o segundo turno, mas a oposição questionou o resultado, alegando fraude.


Assim, milhares de pessoas tomaram as ruas em protesto e usavam roupas e bandeiras da cor laranja, que era a cor usada por Yushchenko em sua campanha. 


A Rússia acusou o Ocidente de fomentar a "revolução colorida", arquitetando o afastamento da Ucrânia da influência geopolítica de Moscou. As manifestações populares ganharam força e levaram à anulação da eleição abrindo caminho para Yushchenko assumir o poder e levar a diante a ideia de aproximar a Ucrânia da União Europeia.

Tal evento, o qual ficou conhecido como "Revolução Laranja", desagradou bastante os russos, por diversas razões,  desde questões econômicas até de segurança nacional. Além disso, parte da população da Ucrânia,  sobretudo do leste desse país, tenha origem russa e adote o russo como a primeira língua.

Em 2010, contudo, Viktor Yanukovich venceu a eleição presidencial e obteve votação esmagadora no leste e no sul da Ucrânia. 


Em seu governo, Yanukovich buscou a reaproximação com a Rússia, rejeitou um acordo de livre comércio com a União  Europeia, endureceu as leis  para aumentar o seu poder e perseguir seus opositores e esteve envolto em denúncias e escândalos de corrupção. 

Entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, milhares de pessoas, de diversos grupos políticos, tomaram as ruas e ocuparam a principal praça Maidan Nezalejnosti, em Kiev. A praça recebeu a alcunha, nas redes sociais, de EuroMaidan.


Os manifestantes, entre os quais havia muitos estudantes, construíram barricadas e ocuparam prédios públicos com o objetivo de pressionar o governo a assinar o acordo de livre comércio com a União Europeia. 

Frustrada a expectativa de assinatura do acordo comercial, a multidão foi reprimida pela tropa de choque. Mas a violência policial fortaleceu o movimento, o qual passou a receber cada vez mais apoio popular. Os manifestantes exigiam a renúncia do presidente Yanukovich. 

A tensão seguiu elevada com o aumento  da violência e na morte de muitos manifestantes, além de muitos feridos de ambos os lados. As tentativas de um acordo fracassaram, o Parlamento restaurou a Constituição de 2004 reduzindo o poder presidencial. Yanukovich deixou a capital, depois foi afastado do cargo pelo Parlamento e exilou-se na Rússia, onde alegou ter sofrido um golpe de Estado. 

O governo interino da Ucrânia emitiu um mandado de prisão contra Yanukovich culpando-o pela morte dos manifestantes de Maidan. Após o EuroMaidan, a Rússia enviou tropas para Crimeia e anexou essa Península à federação russa, mesmo sob protestos das nações do Ocidente. 

Nas regiões ao leste e ao sul da Ucrânia conflitos entre grupos separatistas pró-Rússia seguiam desencadeando mais instabilidade e caos na região, onde, atualmente, a guerra está em andamento. 


3.7.23

História & Cinema: dois filmes para trabalhar o totalitarismo

O conceito de Totalitarismo foi muito bem representado em diversas obras cinematográficas, as quais podem ser aproveitadas pelo professor de História na sala de aula para trabalhar o assunto.

Sugerimos dois filmes que ilustram bem a ideia de sociedades controladas por regimes totalitários. Os filmes podem oportunizar aos estudantes consolidar habilidades de compreensão das características de regimes políticos autoritários.


O primeiro filme sugerido é V de Vingança cuja inspiração vem da obra literária 1984, de George Orwell.


Em V de Vingança há um líder que governa com mãos de ferro, sem escrúpulo algum. 


Ele usa de diversos artifícios para espalhar o medo na sociedade afim de fortalecer o poder do Estado sobre o povo, suprimindo  direitos, liberdades e as garantias individuais consagradas.

O último é Equilibrium. O longa-metragem também mostra uma sociedade sob o controle de um tirano. 


O povo é forçado a usar uma droga para não ter sentimentos, como amor, paixão,  alegria etc. 


A arte foi banida e aqueles que não usam a droga formam a resistência e são caçados violentamente pela polícia do governo.



Sugestão de atividades

Após a exibição dos filmes sugerimos a aplicação das atividades:

1. Quais aspectos retratados nos filmes demonstram o autoritarismo dos governos?

2.  De que forma os governos mantinham o controle sobre o povo?

3. Como as pessoas que se comportavam diferente da maioria eram tratadas pelos regimes? Você concorda com o tratamento dispensado a elas? Explique seu ponto de vista.

2.7.23

O modelo econômico chinês




A China Comunista


A China apresentou um crescimento econômico muito significativo, ao longo de décadas, com a média de 9,5% ao ano. Tal crescimento transformou o país em um grande protagonista e potência econômica global. 

O crescimento econômico chinês tornou-se objeto de estudo de pesquisadores e foi chamado de "socialismo de mercado".

O modelo chinês combina uma iniciativa privada forte e um Estado atuante que exerce protagonismo no setor econômico.

Se a ideologia liberal defende a menor participação do Estado na economia, os chineses não abriram mão da participação estatal no mercado. O Estado chinês exerce o controle de cerca de 30% da riqueza nacional. 


Embora existam grupos privados que acumulem riquezas eles não possuem força para se estabelecer como "classe dominante". O Partido Comunista detém o controle do Estado e define os objetivos estratégicos. Ademais, o crescimento do setor privado não reduz a presença e o protagonismo do Estado. Os bancos públicos e empresas estatais têm uma função muito importante, financiando e executando atividades relevantes no mercado e fomentando a economia segundo os interesses estratégicos e as diretrizes políticas nacionais.


A China notabiliza-se também por comportar diferentes modelos econômicos, desde o modo de produção de subsistência às práticas comuns ao capitalismo privado. Isso evidencia o quanto a formação econômico-social da China é complexa, dinâmica e demanda mais estudos. Rótulos reducionistas que tentam simplificar o entendimento socioeconômico chinês, como "o país é capitalista" ou "é socialista" são incapazes de explicar a realidade.



Apesar de contar com o 2º maior produto interno bruto (PIB) do Mundo, com 17 trilhões de dólares, e ser um dos o países mais populosos, com 1,4 bilhão de habitantes, a China ainda precisa superar as contradições internas. Mesmo com a expansão de sua economia,  a distância entre ricos e pobres aumentou, acentuando as desigualdades sociais. 



Um dos grandes desafios do governo chinês é reduzir as desigualdades, aumentar a renda do povo e seu poder de compra para fortalecer o mercado interno.


Bibliografia 



Avaliação

(PISM/UFJF 2022) Leia os textos. 

I. “O governo chinês promove uma forma de capitalismo de Estado, que permite e encoraja a existência do setor privado e de interesses capitalistas. No entanto, esses interesses privados, mesmo se muito significativos, não podem ousar afrontar o poder do Estado chinês nem questionar a autoridade do regime existente. É um sistema com contradições internas profundas. Não obstante, tem funcionado. A China não só se tornou a fábrica do mundo como lidera a economia mundial em muitos sectores.” 

Jornal Público (Opinião – Ricardo Cabral). Portugal, 09 de novembro de 2020. https://www.publico.pt/2020/11/09/opiniao/noticia/capitalismo￾estado-china-1938398. 13 de outubro.

II. “100 anos de Partido Comunista Chinês (PCC) em 2021. Um ano que o PCC marca com o anúncio de que erradicou a pobreza extrema no país e estabeleceu uma ‘sociedade moderadamente próspera’. A China é hoje a líder global em termos de produção industrial, a maior economia exportadora de mercadorias, o principal destino de investimento direto estrangeiro e um país com bilhões de dólares em reservas. Daqui a menos de dez anos, tudo aponta que será a primeira economia mundial. E assim, num curto espaço de algumas décadas desde a sua reabertura ao mundo em 1978, a China volta a reocupar um lugar como uma das maiores potências econômicas mundiais que tinha perdido em meados do século XIX.” 

Jornal Público (Opinião - Luís Mah). Portugal, 19 de setembro de 2021. https://www.publico.pt/2021/09/19/opiniao/opiniao/100-anos-pcc￾prosperidade-chinesa-1977890. 13 de outubro.

Os trechos do jornal citados destacam a grandeza da economia e as contradições que marcam a sociedade chinesa. A  respeito da história recente, até os dias atuais, é CORRETO afirmar que a China: 

a) Representa a vitória do modelo revolucionário comunista criado pela Rússia em 1917. 

b) Consegue conciliar o totalitarismo político comunista com a economia de mercado capitalista. 

c) Reproduz as bases para o sucesso atual ao apostar no capitalismo desde a Revolução de 1949. 

d) Promove a modernização econômica, social e cultural pela imitação dos valores ocidentais. 

e) Alcança os países desenvolvidos sem afetar as bases da vida camponesa e a sabedoria milenar.