5.2.23

A história dos cirurgiões barbeiros, precursores das atuais barbearias e salões de beleza



Tornou-se comum nos espaços de muitas cidades brasileiras a presença das barbearias e pequenos salões para corte de cabelos e cuidados com a beleza. 

Montar o próprio negócio neste segmento não requer muito espaço, então, em diversas ruas encontramos as barbearias e alguém manuseando tesouras e navalhas.

Algumas barbearias são espaços sofisticados, contam com ar-condicionado,  wi-fi, TV e até guloseimas para os clientes.




Outras, mais tradicionais, apesar de não possuírem tantos recursos, são pontos de encontro de pessoas, principalmente daquelas com idade mais avançada, para comentarem sobre a política, os resultados do futebol etc.





Mas nem sempre foi assim, num passado distante, na Europa, os barbeiros eram procurados, não apenas para cortar cabelos e aparar as barbas, mas também por aqueles necessitavam de cuidados médicos. 

Barbeiro atendendo numa cidade medieval, na centro-direita da imagem. 



A habilidade e a destreza desses profissionais com as navalhas habilitavam-nos a fazer pequenas cirurgias. Graças a isso, no século XVI, eles recebíam o título de cirurgiões-barbeiros e tinham destaque e prestígio social.

Os cirurgiões-barbeiros constituíam, no Velho Mundo, uma corporação com regulamento próprio e benefícios. Algumas tornavam-se tão importantes que eram requisitados para cuidar dos reis. Seu emblema era um poste com listras branca e vermelha, que significavam a sangria e o curativo. Tais símbolos são vistos em muitas barbearias até os dias de hoje, como objetos de decoração, porém com uma cor a mais, o azul, o qual pode representar o sangue venoso.

No século XVIII, os médicos, que passavam por formação acadêmica, começaram a cobrar dos governantes medidas para limitar a atuação dos cirurgiões-barbeiros. A medicina científica vai brigar por mais espaço na sociedade e, aos poucos, vai se institucionalizando enquanto os barbeiros, curandeiros, práticos, herbalistas e parteiras começam a sofrer gradual declínio. 

No Brasil, a maior parte dos barbeiros era de origem escrava, negros livres ou mulatos. Para exercer o ofício de barbeiro o aprendiz era submetido a um teste, caso fosse aprovado recebia a licença para realizar sangrias, aplicar sanguessugas e ventosas. 


Escravo barbeiro, 1865. Fotografia de José Christiano Júnior. 


Atualmente, não há mais cirurgiões-barbeiros, mas as barbearias não param de crescer no país. O mercado de beleza é bastante aquecido e a falta de empregos formais leva muitas pessoas a buscarem cursos de corte de cabelo e barba, almejando a abertura do próprio negócio. 



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