26.5.15

Games eletrônicos: jogar e aprender

Muitas pessoas são céticas quanto ao uso de jogos no processo de ensino e aprendizagem.
Alguns educadores questionam a eficácia e os resultados que os jogos, principalmente os eletrônicos, poderiam trazer para a formação escolar dos estudantes.

O questionamento é muito justo, porém há que se tentar compreender a outra ponta do espectro - a grande influência dos games no imaginário e no cotidiano dos jovens.

Segundo a  Associação Brasileira de Desenvolvedores de Games (Abragames), 61 milhões de brasileiros brincam com algum tipo de game eletrônico. Esse número torna o Brasil o quarto maior mercado mundial no setor.




E a popularidade dos games não para. Ela cresce ainda mais com o advento dos jogos para smartphones e tablets. (http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/02/mercado-de-games-movimenta-r-44-mi-em-pe-e-quer-crescer-em-2015.html). Graças ao avanço da tecnologia e da computação, os programadores e desenvolvedores de jogos criam games cada vez mais realistas e interativos, o que permite maior imersão dos jogadores no universo virtual!

Sabendo o quanto os videogames atraem a atenção de nossos jovens, nós, educadores, não devemos tentar aproveitar o seu potencial didático para otimizar práticas de ensino?

Segundo Gilles Brougére (1998), "...jogar possibilita ao ser humano vivenciar, experimentar novas situações que, de outra forma, não seria possível ou traria muitos riscos. O jogo permite interpretar, simular a vida e, por ser ficcional, permite à criança - e não só a ela - explorar possibilidades, ousar, além de evocar a imaginação e a criatividade". (BROUGÉRE apud OLIVEIRA et al., 2012, p. 130-1). 

Assim sendo, acreditamos que a escola não pode ficar alheia aos avanços tecnológicos do Mundo. Ela precisa se adequar ao seu contexto social, empregar em sua rotina de trabalho as novas mídias e tecnologias sem, contudo, abrir mão da tradição do fazer docente: o uso de livros, quadro, giz e aulas expositivas.

Ensino de História, o jogo e a ludicidade

Os jogos com caráter educacional têm recebido atenção especial de inúmeros pesquisadores brasileiros, os quais se debruçam sobre o tema e tentam mensurar seus impactos sobre a formação do educando.

É inquestionável que o caráter lúdico dos games é um atrativo e um chamariz para os jovens. Por isso, tem sido cada vez mais comum nos depararmos com sítios eletrônicos disponibilizando jogos educativos para professores e estudantes.

Nós já experimentamos empregar jogos digitais na sala de aula e podemos assegurar que a prática teve êxito, seja despertando o interesse dos alunos ou facilitando a assimilação e a aprendizagem dos conteúdos. Utilizamos a plataforma http://www.proprofs.com/ para criar games, tais como caça palavras, quebra cabeças, forca, dentre outros.

Além disso, a indústria dos videogames tem total consciência do quanto os elementos da História Universal são férteis para ambientar aventuras e estórias de ação. Temas como o Egito Antigo, Grécia e Roma Antigas ou as civilizações da América pré-colombiana são recorrentes em games de diversos gêneros e plataformas.

E os alunos aprovam, tendo em vista que eles estão sempre comentando sobre tais jogos. Isso ocorre porque "...nossos alunos se interessam por acontecimentos que têm ares de fantástico e de mitológico e, especialmente entre os meninos, conteúdos que envolvam batalhas e guerras." (OLIVEIRA et al., 2012, p. 129).  

Recentemente, uma série de jogos tem obtido grande destaque com essa estratégia de se valer de acontecimentos históricos para desenvolver o enredo do game. Trata-se do jogo Assassin's Creed, cuja produção usa e abusa dos elementos históricos, somados à ficção, para criar um jogo de ação de primeira qualidade!

As Cruzadas, a Itália Renascentista, o processo de Independência dos EUA e a Revolução Francesa são alguns dos fatos históricos explorados por Assassin's Creed.
Os jogos da série já foram lançados para inúmeras plataformas (Xbox, Playstation etc), incluindo também celulares e tablets.



No jogo Assassin's Creed é possível viajar pelas cidades italianas do século XV e aprender bastante sobre o Renascimento Cultural!

A combinação de História e Ação tem resultado num sucesso absoluto, pelo menos do ponto de vista comercial, pois a badalada série tem arregimentado fãs no mundo todo.

Concluindo, os jogos podem sim fazer parte dos planos de aulas dos professores. Difícil levar um videogame para a sala de aula? Claro que é. Mas toda inovação tecnológica pode e deve ser aproveitada na Educação, desde que faça parte de um planejamento adequado, o qual deve atender às necessidades da realidade escolar de cada unidade de ensino. Se o planejamento didático e pedagógico não for bem feito, a aula atrativa será banalizada e os alunos terão apenas mais uma sessão de jogos. 
É preciso que o professor contextualize o uso de determinado jogo, relacionando-o com a matéria trabalhada e com os textos do livro didático. Assim o game não será um fim, mas um meio para que o estudante atinja ou aprimore certas habilidades e competências do currículo.


Escolha um console e... ensine, aprenda e divirta-se!

Os jogos vieram para ficar, eles existem há pelo menos seis mil anos e sempre tiveram a capacidade de integrar, divertir e fazer com que os seres humanos melhorem suas relações sociais e afetivas. Por tudo isso, acho que devemos começar a repensar nossas práticas pedagógicas e tentar deixar nossas aulas mais divertidas e produtivas, aproveitando todo o potencial didático dos jogos eletrônicos.


Referências Bibliográficas


OLIVEIRA, Regina Soares de; ALMEIDA, Vanusia Lopes de; FONSECA, Vitória Azevedo; CANO, Márcio Rogério de Oliveira (coord). História. São Paulo: Blucher, 2012. 

PEREIRA, R. A. O celular na sala de aula. Disponível online em: http://acropolemg.blogspot.com/2014/10/o-celular-na-sala-de-aula.html Acesso em 26 mai. 2015.

________. Jogos e Ensino. Disponível online em: http://acropolemg.blogspot.com.br/2014/08/jogos-e-ensino.html?spref=fb Acesso em 26 mai. 2015.

*Leia também no jornal O Registro, edição 318:

Mais um artigo publicado no jornal O Registro

Nosso artigo foi publicado na edição número 313 do Jornal O Registro, do Sul de Minas e re região Bragantina.



O texto está on-line, na plataforma issuu, na página 11.

Clique aqui para conferir ou leia através da imagem abaixo.




Ou leia aqui:

 

25.5.15

Prepare-se para o ENEM

Estão abertas as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

O prazo é de 25/05 até 05/06. Clique aqui para se inscrever.



O Blog está sempre de olho no exame, então selecionamos para você nossas postagens com questões resolvidas dos últimos anos do ENEM.

Confira:






Bom estudo e boa prova para todos!

24.5.15

Quem somos nós?

No 3º ano do Ensino Médio da E. E. Luiz Salgado Lima, estamos estudando um tema problemático para a História do Brasil - a identidade nacional.

Discutimos um pouco do assunto com os estudantes e esclarecemos que a identidade nacional sempre foi uma preocupação das elites dirigentes do país. Desde o século XIX, intelectuais, políticos e artistas pretendiam embranquecer o povo criar um forte senso de união identitária.  Mas isso seria possível num país com tamanha sociodiversidade como o Brasil?

O livro didático adotado, escrito pelo historiador Roberto Catelli, traz um documento histórico que provoca reflexões sobre a questão: a música Inclassificáveis, de Arnaldo Antunes. (Confira o som no vídeo abaixo).



Depois de ouvir e estudar a música, nossos alunos escreveram sobre o assunto e tiraram suas próprias conclusões. Vamos ver as reflexões que eles fizeram. 

Comentário do aluno Marlon

A música nos revela uma diversidade cultural no país. Mostra que nós somos "inclassificáveis", e os preconceitos não se justificam, pois o Brasil é formado por índios, europeus, afrodescendentes entre outras etnias.

A letra da música serviu um pouco para fazer uma crítica aos indivíduos que discriminam as pessoas, já que somos iguais apesar de nossas diferenças de costumes, da cor da pele e da cultura.

Aluno Marlon





Inclassificáveis

A análise clássica sobre o tema da formação do povo brasileiro é a de que somos uma nação constituída por índios (nativos), portugueses (colonizadores brancos que invadiram esta terra em 1500) e africanos (negros que vieram escravizados por portugueses a partir de 1530).

O compositor Arnaldo Antunes faz referências às novas etnias que surgem a partir dos três povos principais: o mulato, mistura de branco com negro;  cafuzo, mestiço de negro com índio; e o mameluco, mistura de índio com branco.

O músico dá o tom da mestiçagem no país ao mencionar crilouros, guaranisseis e judárabes.

As músicas nos ensinam muitas coisas relevantes de forma didática, e muitas delas podem contribuir para formar opiniões e influir em nosso caráter, mesmo que não percebamos, pois elas atingem nosso inconsciente.
Aluno Edson



Parabéns, pessoal. O trabalho ficou muito bom!

22.5.15

Ensaio sobre o imaginário coletivo acerca dos índios

Quem são os povos indígenas?

Qual é a visão que a sociedade brasileira possui sobre as diferentes etnias que compõem o povo brasileiro? É fato que eles representam, hoje, menos de 1% do total da população brasileira, segundo o Censo do IBGE 2010, mas eles estão por aí, distribuídos entre 240 etnias que falam cerca de 150 línguas diferentes.

Tomando a sala de aula como um laboratório, tentei responder a primeira questão a partir de um exercício simples: solicitar aos alunos que representassem, por meio de um desenho, os povos indígenas do Brasil.

A amostragem, apesar de limitada, não apresentou surpresa. As representações só mostram índios seminus, caçando, pescando ou manuseando arcos e flechas.

O que nos deixa chocado é que passados mais de quinhentos anos da chegada dos portugueses ao Brasil, os estudantes do Ensino Fundamental II continuem reproduzindo algo semelhante ao que escreveu Pero Vaz de Caminha em sua famosa Carta do Achamento do Brasil, escrita entre 26 de abril e 2 de maio de 1500.

Eis uma descrição que Caminha faz dos índios com quem teve contato:

"Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas." (Carta do Achamento do Brasil, 1500).

O relato de Caminha em nada difere dos desenhos feitos pelos estudantes em 2015, portanto 515 anos após o "achamento" do Brasil. Tal feito pode ser entendido a partir do conceito de longa duração, que é a temporalidade de uma estrutura, desenvolvido pelo historiador Fernand Braudel (RODRIGUES, 2009).
Desenho feito por estudante do 6º ano do Ensino Fundamental.

Nenhum estudante representou a diversidade do modo de vida dos índios. Ninguém desenhou, por exemplo, um índio frequentando a faculdade ou trabalhando à frente da tela de um computador conectado à internet.

Isso nos faz pensar que a Educação falha em apresentar aos alunos a sociodiversidade do povo brasileiro, especialmente a situação dos índios.

Acreditamos que esse fenômeno ocorra devido a permanência de uma visão eurocêntrica dos povos indígenas no imaginário coletivo. Essa permanência é reforçada por diversos meios, a mídia, as telenovelas, os filmes, a escola e instituições culturais que teimam em repetir a fórmula de Caminha ou a idealização do indígena feita pelos escritores do romantismo brasileiro, no século XIX. Assim, essa visão do índio vem sendo perpetuada e chega até os dias de hoje.

A visão do índio nu, vivendo no meio do mato inculcada no imaginário coletivo em nada contribui para a compreensão da realidade dos povos indígenas contemporâneos. Ao contrário, apenas fortalece uma ideia equivocada que o senso comum possui sobre os índios brasileiros. 

O equívoco é visível quando nos deparamos com afirmações do tipo índios que se vestem como brancos e usam celular "estão perdendo sua cultura" (Fonte: http://www.axa.org.br/reportagem/as-10-mentiras-mais-contadas-sobre-os-indigenas/).

Afirmações assim acreditam que a cultura dos índios é imutável, que ficou estacionada no tempo e que ela não pode se apropriar de novos valores e costumes.

Criança indígena brincando com telefone celular.

 Caso isso ocorra, a cultura perde a sua originalidade e o índio deixa de ser índio...

A representação errônea do índio reproduzida pela escola e pelos meios de comunicação é uma prática etnocêntrica que "consiste em privilegiar um universo de representações propondo-o como modelo e reduzindo à insignificância os demais universos e culturas "diferentes". (CARVALHO, 1997).

Quando privilegiamos uma visão e reproduzimos, acriticamente esse modelo, acabamos concretizando o que Pierre Bordieu classifica de "violência simbólica".

Portanto, ampliar os horizontes de informações e conhecimentos acerca dos povos indígenas é uma necessidade pedagógica e social para superarmos o colonialismo cognitivo, e romper com a ideia de que a cultura hegemônica é superior às culturas de grupos que fazem parte de minorias sociais.

Para tanto é necessário formação continuada para os educadores, disponibilidade de materiais didáticos atualizados nas escolas para que possamos efetivar a Lei Nº 11.645/2008, que insere no currículo das escolas o Ensino da Cultura e da História dos afrodescendentes e dos índios.

Ensinar o aluno a compreender um universo que vá além do idealismo com o qual tem-se tratado a temática indígena é uma forma de fazê-lo compreender  que a cultura de um etnia não é imutável. Pelo contrário, ela pode trocar influências, práticas e costumes com outras culturas sem perder sua identidade. Ademais, "o índio é que se garante" (Eduardo Viveiros de Castro, 2006).

DE OLHO NO ENEM - 2017. QUESTÃO SOBRE O DIREITO INDÍGENA SOBRE A TERRA

21.5.15

Cultura, Mídia e Cidadania

Na disciplina de Cultura e uso das mídias, ministradas para as turmas do 2º ano do Ensino Médio (PROEMI) do CIEP 280, já estudamos que a mídia influencia a cultura das pessoas.

Através dos inúmeros meios de comunicação - rádio, televisão, internet - a informação veiculada pode moldar ou incentivar formas de pensar e de agir.

Por isso, a mídia é extremamente relevante, principalmente em nosso país, que tem inúmeros problemas sociais e ainda luta para garantir direitos básicos a sua população, como a igualdade étnica, social, jurídica e econômica.

Assim, perguntamos: de que forma a mídia contribui para amenizar as mazelas sociais do Brasil e a difundir cultura e educação para todos?

Infelizmente, nem sempre a mídia contribui com a divulgação de informações que ajudem a sociedade a refletir sobre práticas que violam os direitos individuais e, portanto, contrariam a cidadania.

Pense, por exemplo, nos comerciais de cerveja que são transmitidos na TV. Quase todos mostram as mulheres como objetos, que estão ali para serem assediadas por homens enquanto eles  se divertem bebendo.

O que a propaganda sugere? Se fosse um homem no lugar da mulher, a propaganda teria o mesmo apelo? A palavra "boa" se refere a quem, à cerveja ou à mulher?

Até que ponto propagandas como essas são benéficas para se criar uma cultura de igualdade e respeito entre homens e mulheres?

Passemos a análise de outro caso: os negros nas mídias. Como os negros são mostrados para o público nos filmes e nas novelas? 
Até hoje é muito comum os artistas negros interpretarem personagens como domésticos, escravos, trabalhadores braçais, bandidos ou marginalizados sem nenhum protagonismo na trama, cujos papéis ficam com os artistas brancos.


Atriz Cris Vianna interpretou a doméstica Sabrina, na novela Duas Caras (2007).

Não se trata de censurar a mídia, mas de repensar a função social dos meios de comunicação enquanto veículo cultural, tendo em vista que televisão aberta atinge 94% da população brasileira, segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo. 

Portanto, é preciso ter cuidado com as imagens e ideias transmitidas pela mídia, pois algumas delas são carregadas de preconceito e influenciam o imaginário coletivo a ter uma visão equivocada sobre assuntos importantes, como o direito das mulheres, o respeito pelas diferenças étnicas e culturais dentre outros temas que dizem respeito à coletividade.



18.5.15

Conheça o acordo assinado entre o governo de Minas Gerais e o Sindicato dos professores

Neste post iremos destacar os aspectos que consideramos mais importantes do Acordo assinado pelo Governo de Minas com o SindUte/MG no dia 15 de maio de 2015.

Implantação do Piso Nacional do Magistério

  • Reajuste de 31,78% na carreira do professor de Educação Básica, a ser pago em três anos.
  • A partir de Junho de 2015: aumento de 13,06% - R$ 190,00.
  • A partir de Agosto de 2016: aumento de 8,21% - R$ 135,00
  • A partir de Agosto de 2017: aumento de 7,72%  - R$ 137,48
*Com a incorporação dessas parcelas ao vencimento, os professores com jornada de 24 horas semanais terão assegurados o Piso Salarial Nacional.



Reajuste

O Acordo garante o reajuste do Piso e das parcelas seguindo os índices de correção do Piso Salarial Nacional do magistério em Janeiro de 2016, 2017 e 2018.

Aposentados

Os servidores aposentados nas carreiras de Educação Básica terão os mesmos aumentos previstos para os servidores em atividade, a partir das datas especificadas anteriormente.

Demais carreiras da Educação Básica

Os reajustes para as demais carreiras da Educação acompanharão os índices e percentuais propostos para os Professores.

Modelo de remuneração

Fim do subsídio.
Retorno do vencimento inicial, que terá vantagens acumuláveis a serem especificadas em lei. 

Criação do Adicional de Desempenho da Educação: 5% a cada 5 anos completos de efetivo exercício, a contar a partir de janeiro de 2012, conforme regulamentação.

Promoção na carreira

Antecipação da promoção na carreira para Setembro de 2015 para os servidores que atenderem os requisitos exigidos.

Manutenção dos percentuais de 2,5% para mudança de grau e de 10% par mudança de nível no caso dos professores.


Outras medidas

Garantia de acesso à alimentação escolar para todos os trabalhadores da escola.

Anistia para os períodos de greve de 2011 a 2014. 
Revisão dos processos administrativos instaurados em decorrência do movimento de greve.
Quem fez paralisação não terá conceito negativo na Avaliação de Desempenho, dentre outras ações reparadoras.

Realização de novo Processo de certificação para Diretor escolar e eleições até dezembro de 2015.

Melhoria na gestão do IPSEMG.

Observação: O Acordo foi enviado para ALMG e tramita na casa legislativa e, depois de aprovado, entrará em vigor na forma da lei.

Fonte consultada

17.5.15

Pesquisa de opinião

O Blog Acrópole - História e Educação que saber a opinião de seus visitantes e dos Educadores mineiros.


O QUE VOCÊ ACHOU DO ACORDO ENTRE O GOVERNO DE MINAS E O SINDICATO DOS EDUCADORES?



Bom.

Poderia ter sido melhor.

Razoável.

Não atende às demandas da categoria.


Vote na enquete, ao lado esquerdo do Blog.

Sua opinião é muito importante, participe!

13.5.15

Vivendo na Pré-História...

Imagine o mundo há 15 ou 20 mil anos atrás...

Como será que as pessoas viviam? Como se relacionavam e como se comunicavam? Do que se alimentavam?

Depois de estudarmos um pouco da pré-história e os seus períodos - paleolítico e neolítico - fizemos atividades, incluindo produção de textos e desenhos sobre o assunto estudado.

Olhem a seguir o lindo desenho da aluna do 6º ano 3. Ela representou com muito talento e criatividade um pouco da vida na pré-história! O desenho fala por si.


Parabéns, lindo trabalho!



12.5.15

A justiça tarda, mas não falha

Infelizmente, em nosso país, vivenciamos muita injustiça. Mas, às vezes, podemos comemorar vitórias conquistadas quando a Justiça ocorre de fato!

E chegou o nosso momento. Depois de muitos anos de aborrecimento, por conta de um processo injusto, senão calunioso, a justiça foi feita com relação aos servidores do Estado de Minas Gerais que participaram do movimento grevista de 2011.


Site da SEE-MG noticia a anistia para os períodos de greve de 2011 a 2014.

Acusados injustamente, boas pessoas amargaram o descaso, a falta de companheirismo, a falta de solidariedade e precisaram conviver e superar todos esses sentimentos em seu trabalho. Pois bem, tudo isso chegou ao fim, com a publicação do Despacho abaixo, no Diário Oficial de Minas Gerais, de 08/05/2015:

Diário do Executivo. 08/05/2015. p. 101.

Como todos podem perceber, o Processo Administrativo Disciplinar chegou à fase de conclusão com o arquivamento do procedimento. Sendo assim, não haverá punição para os servidores que foram acusados de forma caluniosa e vexatória. A mentira tem perna curta, diz o ditado popular. Pura verdade!
Consulta a Processo Disciplinar. Controladoria Geral do Estado de Minas Gerais.

A justiça foi feita, pelo menos agora podemos celebrar esta conquista!
Afinal, servidores exemplares, profissionais éticos, qualificados e comprometidos com a qualidade da Educação Pública do Estado de Minas Gerais não podem e nem irão carregar máculas em suas carreiras, construídas com trabalho, honestidade e dignidade.

Agradecemos a Deus por esta vitória e depois ao SindUte-MG, por ter insistido na luta e na defesa dos interesses de seus filiados.

Vitória!

9.5.15

Quem foi Mona Lisa?

A resposta para a pergunta do post levanta uma polêmica que, por muito tempo, pareceu não ter fim no mundo da História da Arte.

Ontem, durante minha aula sobre o Renascimento Cultural, na turma 1002, as alunas Bárbara e Luiza sustentaram que Mona Lisa, pintada entre 1503 e 1506. era um autorretrato de Leonardo da Vinci (1452-1519).
Eu disse a elas que Mona Lisa era a esposa de um rico mercador italiano que encomendara a pintura de sua esposa ao gênio da Vinci.

Óleo sobre madeira. 77 x 53 cm. 1503-1506. Museu do Louvre. Paris (França).

Minha resposta tem por base uma afirmação de Giorgio Vasari (1511-1574), outro artista italiano, que disse: "Leonardo começou a retratar Monna Lisa, esposa de Francesco del Giocondo; demorou quatro anos, mas deixou o retrato inacabado." (Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura. Barueri: São Paulo. Editorial Sol 90, 2007. p. 80).

Como as duas alunas são bastante curiosas e inteligentes começaram a me questionar sobre as versões históricas e que eu poderia estar enganado sobre a identidade de Mona Lisa. Para esclarecer um pouco mais sobre o assunto, decidi fazer este post e abordar o tema, confrontando versões e estudos que apresentam respostas diferentes para a nossa pergunta principal.


Autorretrato de Leonardo da Vinci. Cerca de 1512 a 1515.

Na primeira década do século XX, a identidade Mona Lisa passou a ser questionada e foi levantada a hipótese de que ela seria um autorretrato de Leonardo. 

Em 1987, a artista gráfica Lilian Schwartz sobrepôs vários desenhos de Leonardo da Vinci sobre a tela da Mona Lisa e, por meio de exames de raios-X, identificou semelhanças nos traços. Essas semelhanças fortaleceram a tese de que Mona Lisa seria um autorretrato do pintor.

Contudo, Leonardo da Vinci usava em suas pinturas proporções matemáticas constantes, por isso os desenhos eram semelhantes, mas não iguais. Prova disso é  existência de várias aspectos comuns entre Mona Lisa (1506) e um outro desenho feito por Leonardo em 1500, de Isabella d'Este, filha do governador da cidade italiana de Mantua. (Observar a pintura abaixo).

Giz preto sobre papel. 63 x 46 cm. 1500. Museu do Louvre. Paris (França).

Alguns estudiosos de da Vinci "...consideram que a proposta da personagem [Isabella d'Este] é um prenúncio de A Gioconda, ainda que neste quadro a retratada pareça quase de frente e no desenho, quase de lado. Também foi aventada a ideia de que esses traços seriam um estudo para a A Gioconda, o que induziu alguns a sustentar que Isabella d'Este seria Mona Lisa, com quem guarda algumas semelhanças". (op cit. p. 78).

Assim, a teoria do autorretrato foi perdendo força, principalmente com o avanço das pesquisas sobre a enigmática pintura que prosseguiram no século XXI.

Segundo o professor Giuseppe Pallatini, "Mona Lisa era casada com Francesco del Giocondo, um rico comerciante florentino, e por isso também ficou conhecida como “Gioconda”. (Reportagem disponível no sítio eletrônico da BBC Brasil). As pesquisas de Pallatini, portanto, estão de acordo com a afirmação de Vasari, para o qual Mona Lisa seria Lisa di Antonio Maria Gherardini, esposa do mercador florentino Giocondo.

Para por fim à polêmica, pesquisadores de uma Universidade alemã descobriram em 2005 um documento histórico datado de 1503, com um registro de um funcionário da Chancelaria florentina. O documento traz uma nota afirmando que da Vinci trabalhava naquele momento na pintura de Lisa del Giocondo. (Leia mais sobre a descoberta dos pesquisadores alemães clicando aqui). 

Portanto, uma nova prova documental sustenta a afirmação de Vasari e confirma a verdadeira identidade de Mona Lisa, atestando que a musa de da Vinci foi, de fato, a esposa de Francesco del Giocondo.

O célebre quadro está exposto no Museu do Louvre, em Paris, França. O museu recebe anualmente cerca de 5,5 milhões de visitantes e todos querem ver a obra mais famosa: a Mona Lisa.


Turistas disputam espaço para ver o quadro de Leonardo da Vinci. (Museu do Louvre, França).

Apesar do quadro ter dimensões pequenas (77 x 53 centímetros) ele possui 509 anos. Alimentou polêmicas durante séculos e desperta admiração do público há cinco séculos!

Mona Lisa ou La Gioconda é uma obra-prima de Leonardo da Vinci e um retrato do que foi Renascimento Cultural no campo das artes e das ciências.
Na pintura temos a combinação de novas técnicas artísticas, como o sfumato,  a perspectiva (que causa sensação visual de profundidade) e o uso das formas geométricas harmônicas sustentando as linhas e as cores de um obra de arte produzida por um homem genial.

Fim da polêmica?

8.5.15

Fim da 2ª Guerra Mundial faz 70 anos

Assista ao pronunciamento da presidenta Dilma sobre a data histórica:


Símbolo da Força Expedicionária Brasileira que participou da Segunda Guerra Mundial, na Europa.

CIEP NEWS: escrevendo a História do CIEP 280

Está on-line a 1ª e histórica edição do Jornal CIEP NEWS, o informativo do CIEP 280 para toda a comunidade carmense!

Queremos aproveitar a oportunidade para desejar votos de saúde e de uma excelente recuperação para o professor Carlos Frederico, um dos idealizadores do CIEP NEWS, que passa por um momento difícil. Que Deus o abençoe, companheiro, para que você retorne logo. Estamos esperando por você!

Fiquem agora com o CIEP NEWS on-line, aqui no Acrópole - História & Educação.

*Clique sobre as imagens para ampliar.






5.5.15

Representação da intolerância

Os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental assistiram ao filme Caça às Bruxas (2011), com o astro Nicolas Cage.



O longa se passa na Idade Média, no período das Cruzadas, por volta do século XI ou XII.

Assista ao trailer.

Destacamos, antes do filme, que era importante que os alunos prestassem atenção aos elementos históricos, isto é, verídicos representados no filme, como: as Cruzadas, a intolerância da Igreja Católica, a Peste Negra dentre outros aspectos.

Após o filme, debatemos os aspectos históricos apresentados e solicitamos que os alunos escolhessem um dos temas estudados para ilustrar.

A aluna Leandra, da sala 9, caprichou na arte e mostrou a realidade. A Idade Média viveu momentos de turbulência religiosa, além das lutas e perseguições travadas entre cristãos, muçulmanos e judeus havia na própria Europa intolerância da Igreja com indivíduos julgados diferentes. Eles eram rotulados, de adoradores do demônio, as mulheres eram chamadas de bruxa e muitos foram condenados pela Inquisição à morte. 

Leandra retratou o momento do filme em que três mulheres são condenadas à forca por um padre e alguns soldados, após terem sido acusadas de bruxaria. Confira abaixo.


A violência gerada pela intolerância religiosa. Desenho da aluna Leandra.

Importante ressaltar que durante a Idade Média a Igreja realizava inúmeras obras sociais e de caridade. Estudamos que nos feudos eclesiásticos, além dos mosteiros destinados aos estudos bíblicos, havia espaços para os viajantes, hospitais para cuidar dos enfermos e lugares para acolher órfãos e idosos. Mas nada justifica a violência praticada, principalmente sob pretexto religioso.

Isso tudo é lamentável, pior ainda é que depois de tantos anos a humanidade teima em não aprender com os erros do passado. Infelizmente, a intolerância religiosa está muito viva em diversas partes do Mundo, até os dias atuais, provocando sofrimento e dor...

1.5.15

O trabalhador não tem vez aqui

As vésperas do Dia internacional do Trabalhador, um elemento importante que constrói um país com seu esforço, suor e impostos (e põe impostos aí...), o Brasil dá um péssimo exemplo de como se deve tratar aqueles que labutam para sobreviver.

O caso mais recente que tomou conta dos noticiários vem do Paraná, onde os professores encontram-se em greve reivindicando seus direitos. O governo estadual do PSDB rechaçou o diálogo e usou a polícia para dispersar, violentamente, os grevistas durante uma manifestação.

O resultado de tal ação foi uma barbárie e uma covardia com os trabalhadores da Educação, os quais foram alvejados por projeteis de borracha e muito gás lacrimogêneo.

Educadores protestam em Curitiba (PR) e são reprimidos pela PM. 29/04/15.

Por que os governos tem tanto medo dos trabalhadores, a ponto de usar a violência quando esses se mobilizam para assegurar os parcos direitos que possuem?

Governos que reprimem movimentos populares e trabalhistas com a violência lançam mão de um recurso que foi amplamente utilizado pelos Estados Totalitários, dentre os quais podemos citar o Fascista, o Nazista, o Comunista dentre outras experiências autoritárias contemporâneas que ocorreram, e ainda ocorrem, em alguns países africanos e latino-americanos.

No Brasil, o descaso das autoridades políticas e das elites detentoras do poder econômico com as necessidades dos trabalhadores é, historicamente, marcante e assustador.
Logo no início do regime republicano no pais, no final do século XIX, as questões sociais eram tratadas como caso de polícia. Daí vem a origem de toda a violência contra a classe trabalhadora atual.


Greve geral em São Paulo, em 1917.

No período em que o país viveu sob a ditadura de Getúlio Vargas, os sindicatos foram mantidos sob controle do governo. Vargas criou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, mas deu um "cala boca nos" trabalhadores, subtraindo-lhes a capacidade de organização e mobilização.


Era Vargas: no dia do Trabalhador Getúlio Vargas era celebrado como o "pai dos pobres".

Greves foram proibidas e manifestações culturais que criticavam a política trabalhista de Getúlio foram censuradas.

Durante os governos militares, os trabalhadores também não tiveram vida fácil. Os sindicatos sofreram intervenção e muitas lideranças foram exiladas, presas e até torturadas pelos agentes da ditadura que tomavam conta do país. Nesse período também houve grande arrocho salarial, apesar do país ter experimentado momentos de crescimento econômico as desigualdades sociais aumentaram.

Veio a redemocratização, "fizemos" a Constituição de 1988 e tudo melhorou, certo?


Deputado Ulysses Guimarães durante a aprovação da Constituição de 1988.
Errado, os trabalhadores continuaram sofrendo, mas resistindo e lutando, apesar das adversidades, do assédio moral, da manutenção de baixos salários e da brutalidade que as autoridades empregam para tentar silenciar a voz de quem nunca se cala.

Repare que ao longo de quase 126 anos de República o trabalhador continua sendo perseguido, massacrado ora pelos impostos ora pelas bordoadas recebidas da PM, quando não pelos dois fatores simultaneamente.

O trabalhador só será respeitado quando houver uma mudança da percepção das elites nacionais, o que também depende de ações governamentais, como a melhor distribuição de renda e o respeito pelos direitos e conquistas trabalhistas. Infelizmente, os exemplos de repressão, tais como o ocorrido com os educadores do Paraná, demonstram que estamos longe dessa realidade.

Por isso, em mais de 100 anos de História, pouca coisa mudou ou não avançou na proporção ideal. Até agora, o Estado brasileiro ainda não conseguiu encontrar maneiras dignas de tratar e de reconhecer aqueles que mais fazem pelo país.

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