1.5.15

O trabalhador não tem vez aqui

As vésperas do Dia internacional do Trabalhador, um elemento importante que constrói um país com seu esforço, suor e impostos (e põe impostos aí...), o Brasil dá um péssimo exemplo de como se deve tratar aqueles que labutam para sobreviver.

O caso mais recente que tomou conta dos noticiários vem do Paraná, onde os professores encontram-se em greve reivindicando seus direitos. O governo estadual do PSDB rechaçou o diálogo e usou a polícia para dispersar, violentamente, os grevistas durante uma manifestação.

O resultado de tal ação foi uma barbárie e uma covardia com os trabalhadores da Educação, os quais foram alvejados por projeteis de borracha e muito gás lacrimogêneo.

Educadores protestam em Curitiba (PR) e são reprimidos pela PM. 29/04/15.

Por que os governos tem tanto medo dos trabalhadores, a ponto de usar a violência quando esses se mobilizam para assegurar os parcos direitos que possuem?

Governos que reprimem movimentos populares e trabalhistas com a violência lançam mão de um recurso que foi amplamente utilizado pelos Estados Totalitários, dentre os quais podemos citar o Fascista, o Nazista, o Comunista dentre outras experiências autoritárias contemporâneas que ocorreram, e ainda ocorrem, em alguns países africanos e latino-americanos.

No Brasil, o descaso das autoridades políticas e das elites detentoras do poder econômico com as necessidades dos trabalhadores é, historicamente, marcante e assustador.
Logo no início do regime republicano no pais, no final do século XIX, as questões sociais eram tratadas como caso de polícia. Daí vem a origem de toda a violência contra a classe trabalhadora atual.


Greve geral em São Paulo, em 1917.

No período em que o país viveu sob a ditadura de Getúlio Vargas, os sindicatos foram mantidos sob controle do governo. Vargas criou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, mas deu um "cala boca nos" trabalhadores, subtraindo-lhes a capacidade de organização e mobilização.


Era Vargas: no dia do Trabalhador Getúlio Vargas era celebrado como o "pai dos pobres".

Greves foram proibidas e manifestações culturais que criticavam a política trabalhista de Getúlio foram censuradas.

Durante os governos militares, os trabalhadores também não tiveram vida fácil. Os sindicatos sofreram intervenção e muitas lideranças foram exiladas, presas e até torturadas pelos agentes da ditadura que tomavam conta do país. Nesse período também houve grande arrocho salarial, apesar do país ter experimentado momentos de crescimento econômico as desigualdades sociais aumentaram.

Veio a redemocratização, "fizemos" a Constituição de 1988 e tudo melhorou, certo?


Deputado Ulysses Guimarães durante a aprovação da Constituição de 1988.
Errado, os trabalhadores continuaram sofrendo, mas resistindo e lutando, apesar das adversidades, do assédio moral, da manutenção de baixos salários e da brutalidade que as autoridades empregam para tentar silenciar a voz de quem nunca se cala.

Repare que ao longo de quase 126 anos de República o trabalhador continua sendo perseguido, massacrado ora pelos impostos ora pelas bordoadas recebidas da PM, quando não pelos dois fatores simultaneamente.

O trabalhador só será respeitado quando houver uma mudança da percepção das elites nacionais, o que também depende de ações governamentais, como a melhor distribuição de renda e o respeito pelos direitos e conquistas trabalhistas. Infelizmente, os exemplos de repressão, tais como o ocorrido com os educadores do Paraná, demonstram que estamos longe dessa realidade.

Por isso, em mais de 100 anos de História, pouca coisa mudou ou não avançou na proporção ideal. Até agora, o Estado brasileiro ainda não conseguiu encontrar maneiras dignas de tratar e de reconhecer aqueles que mais fazem pelo país.

Leia mais sobre o Dia do Trabalhado clicando aqui e aqui.

3 comentários:

  1. Talvez porque a maioria é do sexo feminino hmmmmmmm

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    1. Sem dúvida a questão do gênero tem peso nessa equação. Mas o mau trato com o trabalhador no Brasil, independente do sexo, é algo escandaloso. Lamentável.

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  2. Viva o povo trabalhador deste país!

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Obrigado pelo comentário.