28.2.14

Breve histórico e definição do Turismo


*Material de apoio para as aulas do Reinventando o Ensino Médio

Definições e breve histórico
  • A palavra turismo teve sua origem no inglês tourism. A palavra tour no francês deriva do latim tornare e do grego tornos, que significa um giro ou um círculo.



  • Turismo: compreende “as atividades que as pessoas realizam durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras.” (Organização Mundial do Turismo. Introdução ao Turismo. Madrid, 2001. apud http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Marcos_Conceituais.pdf).

  • Turista: “... visitante que se desloca voluntariamente por período de tempo igual ou superior a vinte e quatro horas, para local diferente de sua residência e do seu trabalho sem este ter por motivação a obtenção de lucro.” (Turismo no Brasil. SEBRAE. 2010 p. 9).

    • Profissional do Turismo: "cuida do planejamento, da organização, da promoção e da divulgação de viagens, eventos e atividades de lazer e negócios. Ele gerencia a organização de viagens, feiras, congressos e exposições. Em agências, operadoras e sites turísticos, comanda os trabalhos de venda de passagens, reserva de hotéis e programação de passeios e excursões. Além disso, gerencia atividades em hotéis, empresas de transporte ou de eventos e em empreendimentos de lazer, como parques temáticos, e acompanha grupos de turistas. Em prefeituras e órgãos públicos, coordena a exploração turística de uma região, promovendo e divulgando as atrações locais." (Fonte: Guia do Estudante).

  • Ao longo da História Humana as viagens e os deslocamentos de grupos humanos têm sido uma constante. As viagens marítimas, de cunho comercial, realizadas pelos gregos e romanos antigos no Mediterrâneo, atingindo o Norte da África e chegando ao litoral da Fenícia, no Oriente Próximo, as Caravanas Medievais que ligavam a Europa ao Oriente e as Grandes Navegações ibéricas no Atlântico no século XV são exemplos de viagens que conectavam lugares e pessoas diferentes no passado. 
  • Atualmente, as pessoas continuam viajando, algumas mudam de cidade, estado ou país outras viajam a negócios, por lazer, para visitar um familiar e etc.
  • Contudo, o turista tem algumas especificidades que o diferenciam de um viajante.Turistas são pessoas que viajam em seu tempo livre, para locais diferentes de sua residência, com a intenção de retorno. 



    • Um viajante desloca-se de seu lugar de origem para outro ponto com determinadas motivações, como por exemplo o trabalho.


    • Entre os séculos XVI e  XIX, era comum  a realização de um Grand Tour na Europa, para os jovens de classe alta. Eles percorriam os países europeus, visitando museus, salões de ópera e artes. As viagens eram conduzidas por um tutor, espécie de guia, e foram facilitadas com a invenção dos navios a vapor e das locomotivas.
    • Com o advento da Sociedade Industrial, viajar no tempo livre tornou-se uma necessidade para os indivíduos deixarem um pouco sua rotina de trabalho e o cansaço do cotidiano. A partir do século XX, a atividade turística foi desenvolvendo maior organização e adquirindo dimensões planetárias. 
    • No Brasil atual, a ascensão socioeconômica da classe C (cerca de 50,5% da população do Brasil) tem favorecido o democratização do turismo. Assim, mais pessoas estão viajando, conhecendo novos lugares, culturas e movimentando o mercado nacional de Turismo, no qual são criadas diversas oportunidades de trabalho e geração de renda. 
    Sistema turístico

    Um sistema é um formado por um conjunto de elementos que são inter-relacionados, no qual um depende do outro.
    Esse princípio aplica-se ao Turismo e auxilia no seu planejamento e no sucesso dessa atividade. Observe o esquema abaixo:


    O sistema acima foi elaborado pelo professor Mário Carlos Beni (1998) e engloba três conjuntos principais:
    1. Relações Ambientais (RA) - impactos do turismo sobre o ambiente e os espaços físicos etc.
    2. Organização Estrutural (OE) - Superestrutura - Normas, leis, regras / infra-estrutura urbana e serviços básicos.
    3. Ações Operacionais (AO) - oferta e demanda de produtos turísticos.
    Como os elementos do sistema são interdependentes é preciso que todos funcionem corretamente para que a atividade turística seja melhor aproveitada, tanto pelos turistas quanto pelos profissionais envolvidos nesse setor.

    27.2.14

    Literatura de Cordel

    Os alunos do 9º ano da E. E. Luiz Salgado Lima utilizaram sua criatividade para criar lindos livretos sobre a Guerra de Canudos.

    O trabalho, que mescla conhecimentos de História e Literatura, despertou o interesse da garotada, e todos se dedicaram bastante nesta atividade, que foi a produção de um Cordel sobre a  trajetória do arraial de Canudos entre 1893 e 1897. 

    Os versos, acompanhados por lindas ilustrações e colagens, abordam a formação de Canudos, as dificuldades vividas pelo  povo sertanejo devido ao estado de abandono em que viviam naquela época, a liderança messiânica de Antônio Conselheiro e o trágico fim do arraial, o qual terminou destruído pelo exército brasileiro.

    Confira abaixo os resultados.





    * Clique sobre as imagens para ampliar.

    17.2.14

    Monarquias contemporâneas

    Castelos, reis, rainhas, coroa, luxo e muita pompa... Alguém pode pensar que esses personagens e símbolos são coisas da época medieval, de um passado longínquo. Mas algumas das casas reais conseguiram superar o tempo, e têm conservado um pouco de suas antigas tradições até os dias de hoje. 
    Há, no mundo atual, muitos países cujo regime de governo é a Monarquia (do latim um no governo). No regime monárquico os reis e rainhas são considerados autoridades notáveis dentro de seus países ou reinos. 
    Dentre os países atuais que vivem no regime monárquico podemos citar a Holanda, a Espanha e, provavelmente, o caso mais emblemático - o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

    Reino Unido, em destaque.
    Entretanto, a função dos reis contemporâneos é muito diferente dos reis europeus dos séculos XVII e XVIII. No passado, os reis centralizavam todo o poder, governavam com o apoio da nobreza (proprietários de terras) e do clero (membros da Igreja Católica), podiam criar leis e novos impostos, a transmissão do poder era hereditária, isto é, passava do monarca para seu filho sem necessidade de uma consulta eleitoral. Os direitos do povo eram reduzidos, não podiam votar, eram obrigados a pagar muitas taxas e a seguir a religião do governante. Esse regime de governo era chamado de Monarquia Absolutista, devido à concentração de poderes pelo monarca (Rei).

    Hoje em dia os monarcas têm um papel mais simbólico e não possuem tanto poder sobre os governos de seus países.
    Tomemos, como exemplo o caso de Elizabeth 2ª, rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. 
    Bandeira do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

    Ela assumiu o trono em 1952, após a morte de seu pai rei Jorge 6º, e permanece nele até hoje. Contudo, a rainha não governa o país, essa é uma função exercida pelo Parlamento, cujos membros são escolhidos pela votação popular. Essa instituição discute, rejeita ou aprova os projetos de lei. Os parlamentares elegem um deles para ocupar o cargo de primeiro-ministro. O membro eleito torna-se o chefe do governo e governa, de fato, o país.

    A rainha é chefe de Estado, ela representa o Reino em viagens internacionais, cumpre sua agenda real, recebe chefes de governos de outros países e apenas referenda as decisões tomadas pelo Parlamento.
    Como podemos perceber, o regime de governo do Reino Unido é uma Monarquia Parlamentar. Nele o monarca deve respeitar as decisões do Parlamento e os direitos conquistados pelo povo, como o de poder votar, expressar-se livremente, ser tratado com igualdade e poder fazer sua escolha religiosa.

    Embora não tenha mais poder sobre o governo, a família real inglesa ainda preserva algumas tradições típicas das monarquias do passado, tais como a  hereditariedade do trono, além de desfrutar de uma vida luxuosa na corte.
    Palácio de Buckingham, em Londres, residência oficial do monarca.

    A rainha Elizabeth 2ª está com 87 anos, e deve iniciar este ano a transição do trono para o herdeiro, seu filho príncipe Charles.

    Família Real Britânica.

    Monarquia, República ou qualquer outro tipo de governo, excetuando uma ditadura, são legítimos e importantes enquanto estiverem a serviço do bem comum e que sejam capazes de garantir ao povo os seus direitos naturais, que são a liberdade, a igualdade e a felicidade. 

    15.2.14

    A Revolta da Vacina (1904)

    Nos ajude doando qualquer valor. Chave Pix: 325cd79f-5e4c-443f-9297-b055894ab986.

    No final do século XIX e início do século XX, começaram a surgir no Rio de Janeiro inúmeros cortiços - que depois originaram as favelas - onde as pessoas mais pobres viviam, com condições pouco dignas. O escritor brasileiro - Aluísio de Azevedo - publicou, em 1890, o romance "O Cortiço", na qual expôs o cotidiano das pessoas pobres que viviam nesses lugares.

    “Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.”  (trecho da obra - O Cortiço. Retirado do site:  http://guiadoestudante.abril.com.br/literatura/materia_415647.shtml 

    Como se pode perceber, não havia naqueles locais água encanada, rede de esgoto e coleta de lixo. Além disso, naqueles locais as ruas eram estreitas, pouco iluminadas e as casas construídas uma junto às outras, reduzindo a  ventilação e a circulação de ar puro. Acrescente a isso o fato de as pessoas não terem hábitos de higiene, acesso à saúde e um cotidiano árduo. Esse era um ambiente muito favorável a proliferação de doenças, tais como a febre amarela, a varíola e a tuberculose. Como consequência, milhares de pessoas morreram em virtude de tal situação. O fato impressionava tanto que os estrangeiros apelidaram o Rio de Janeiro de "cidade da morte."


    Um cortiço carioca.

    A ocupação desordenada, inclusive de áreas centrais da cidade do Rio de Janeiro, preocupava as autoridades públicas no início do século XX. 

    Nesse sentido, o governo decidiu sanear a cidade e adotar medidas para evitar o surto de doenças.


    O prefeito da cidade - Pereira Passos - deu início, a partir de 1903, à modernização da cidade, desalojando as pessoas, derrubando os cortiços e abrindo avenidas espaçosas no centro da cidade. O argumento era higienizar a cidade, expulsando a população pobre do centro, a qual acabou indo se alojar nos morros vizinhos.

    Em 1903, o médico sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado, pelo presidente Rodrigues Alves,  diretor geral de Saúde Pública. Ele  teve importante participação na elaboração do regulamento que estabelecia a vacinação obrigatória contra a varíola.

    O comprovante de vacinação passou a ser exigido nas matrículas de escolas, admissões em empresas e etc. Logo, quem não fosse vacinado passaria por dificuldades. Os agentes de saúde podiam entrar nas casas para vacinar as pessoas, mesmo sem o consentimento dos moradores. A falta de uma campanha de conscientização do governo só serviu para causar medo e revolta na população.  


    A política modernizadora e autoritária dos governos gerou inúmeros protestos populares. A insatisfação do povo era tamanha a ponto de provocar violentos confrontos.
    As ruas da cidade foram o palco de confrontos entre populares e a polícia. 

    Algumas ruas viraram zonas de guerra. A polícia tentava conter os manifestantes, enquanto bondes eram virados, para servir como barricada, e as pedras do calçamento foram utilizadas como munição pelos cidadãos que enfrentaram as forças policiais. 
    A oposição ao governo de Rodrigues Alves aproveitou o momento de insatisfação popular para tentar tirá-lo do poder. Esperavam que os militares voltassem para a presidência, como fora no início da República. Mas o plano não deu certo e o presidente cumpriu o seu mandato até o fim.   


    No dia 16 de novembro de 1904, a revolta foi contida pela polícia deixando um saldo de dezenas de mortos, feridos, presos e deportados. A vacina obrigatória foi suspensa.


    Embora a vacinação tenha sido importante para a saúde pública, a abordagem autoritária do governo e o mau tratamento que fora dado aos pobres provocou grande insatisfação e uma revolta generalizada nas classes menos favorecidas da cidade. 


    Teste-se:

    (Questão do Enem-2011)
    Charge capa da revista “O Malho”, de 1904. Disponível em: http://1.bp.blogspot.com   

    A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela 

    a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.
    b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias.
    c) a garantia do processo democrático instaurado com a República, atrabés da defesa da liberdade de expressão da população.
    d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.
    e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite. 

    (Questão do ENEM-2019)

    11.2.14

    [REVISÃO] História - Estudo Introdutório

    História é a ciência que estuda o Homem no tempo. (Marc Bloch)

    • HISTORIADOR é o profissional que pesquisa e escreve sobre os fatos históricos, não apenas narrando o fato, mas analisando-os em seu conjunto, refletindo sobre as implicações econômicas, sociais e políticas dos acontecimentos.


    • O Historiador recebe influências do contexto social no qual está inserido. Além disso, como qualquer outra pessoa, ele possui posicionamentos políticos, prefere um a outro tema de estudo, emprega métodos de pesquisa diferentes que refletem nos resultados de suas pesquisas. Logo, podemos perceber que na História não há verdade absoluta, nem uma neutralidade científica, pois ela é feita por diferentes versões sobre o mesmo fato.
    • O estudo da História é interdisciplinar, ele conta com o apoio de outras ciências, como a Arqueologia, Geografia, Paleontologia, Economia, Sociologia dentre outras. 
    • FONTES HISTÓRICAS: são os principais instrumentos de trabalho do historiador. Elas são vestígios produzidos pelos seres humanos ao longo do tempo, que ajudam o historiador a conhecer e recontar o passado. Existem diferentes tipos de fontes, a saber:
    ESCRITAS: Livros, jornais, certidões, testamentos, cartas etc.



    ICONOGRÁFICAS: Pinturas, desenhos, fotografias etc.


    ORAIS: Depoimentos, entrevistas, histórias contadas.


    MATERIAIS: vestígios de construções, instrumentos, fósseis dentre outros.

    • As fontes são produzidas em seus contextos históricos, por isso o Historiador faz uma série de perguntas (quem fez? para que fez?), análises e comparações de dados para conhecer a época em que elas foram produzidas. Sendo assim, o estudo das fontes históricas permite múltiplas abordagens (interdisciplinaridade) e interpretações sobre os fatos.  
    AGENTES DA HISTÓRIA: A História do século XIX privilegiava o estudo e o registro da vida dos grandes vultos, tais como os Reis, os Generais e outros personagens ilustres. Atualmente, os estudos históricos também atribuem importância para o papel dos escravos, das mulheres, dos operários, dos camponeses e de outros personagens que antes não tinham espaço nos livros didáticos. 

    Multidão nas ruas de São Paulo em protesto popular. Quem são os agentes da História aqui?
    Por isso, todos nós somos agentes da História e estamos sempre ajudando a construí-la quando interagimos em sociedade. 

    (Leia um trecho do poema abaixo, escrito pelo poeta alemão Bertold Brecht e reflita sobre os agentes da História).

    Perguntas de um operário que lê


    Quem construiu Tebas, a das sete portas? 

    Nos livros vem o nome dos reis, 

    Mas foram os reis que transportaram as pedras? 

    Babilônia, tantas vezes destruída, 
    Quem outras tantas a reconstruiu? 
    Em que casas 
    Da Lima Dourada moravam seus obreiros? 
    No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde 
    Foram os seus pedreiros? A grande Roma 
    Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem 
    Triunfaram os Césares?
    (...)

    Chegou a alguma conclusão? Os reis são mais importantes que os transportadores das pedras dos palácios? A História é feita apenas pelos grandes homens ou as pessoas comuns também fazem parte da História? Pense nisso!



    Leia mais sobre Estudos introdutórios no link:

    10.2.14

    A Guerra de Canudos (1896-1897)

    • A Guerra de Canudos foi um sangrento conflito armado entre as tropas do governo federal e a população sertaneja, que vivia no interior da Bahia, no arraial de Canudos.
    • O líder de Canudos foi o religioso Antônio Conselheiro (1828-1897). O religioso vagava pelo sertão nordestino pregando para a população miserável e desemparada. 
    Ilustração de Antônio Conselheiro.
    • 1893: Ano de fundação do arraial de Canudos, que chegou a ter 5 mil casas e cerca de 20 mil habitantes. Era a segunda maior cidade da Bahia, perdendo apenas para Salvador, capital do estado.
    Arraial de Canudos, chamado de Belo Monte por Antônio Conselheiro.
    • No arraial, criavam cabras, cavalos e bois, e plantavam legumes, feijão, milho, mandioca, melancia, melão e cana-de-açúcar. Moravam lá ex-escravos, pequenos agricultores, índios, foragidos da Justiça, comerciantes etc. O uso da terra e o trabalho eram coletivos e 1/3 do que era produzido, destinava-se ao abastecimento da comunidade.
    • Conselheiro era contra a República, pois ela havia colocado um fim na Monarquia e separado oficialmente o Estado da Igreja. Em seus discursos, atacava os impostos cobrados pelo governo e dava esperanças de dias melhores para os pobres.
    • A liderança messiânica de Antônio Conselheiro e a vida comunitária no arraial de Canudos começaram a atrair pessoas pobres, as quais buscavam uma vida melhor. Isso chamou a atenção dos fazendeiros, incomodou os coronéis e também as autoridades governamentais.
    • O governo decidiu destruir o arraial para colocar um fim naquele "fanatismo". Contudo, somente após quatro expedições militares que a batalha foi vencida, tamanha fora a resistência e as táticas de guerrilha adotadas pelos bravos sertanejos. A última expedição do governo, contou com 10 mil soldados e levou mais de três meses para vencer a batalha.
    O canhão Withworth 32 foi utilizado pelas tropas oficiais. Ele foi apelidado pelos sertanistas de "matadeira".
    • A guerra acabou em 05 de outubro de 1897 e causou 25 mil mortos (20 mil sertanejos rebeldes e 5 mil soldados). Antônio Conselheiro foi morto, sua cabeça foi cortada do corpo e levada para Salvador como um troféu.
    Antônio Conselheiro morto. Foto tirada em 1897 por Flávio de Barros, fotógrafo do exército.
    • Euclides da Cunha cobriu a Guerra de Canudos, sendo enviado ao local pelo Jornal Estado de São Paulo. Escreveu vários artigos sobre o conflito, que foram reunidos no livro Os Sertões, publicado em 1902. A obra tornou-se um clássico, pois mesclou literatura, relato histórico com o jornalismo.
    Reportagem da TV Record sobre Canudos.


    Conceitos importantes para entender a República Velha (1889-1930)


    • Federalismo: Um princípio consagrado pela Constituição de 1891, o qual permitia maior autonomia administrativa dos estados e municípios brasileiros em relação ao governo central. Ele atendia aos interesses dos cafeicultores e dos grandes proprietários de terras, assim eles poderiam administrar seus Estados e os recursos que dispunham com pouca, ou nenhuma, interferência do governo federal.

    • Coronelismo: Os coronéis eram os grandes proprietários de terras que controlavam a vida dos municípios. Eles firmavam alianças com as oligarquias e os governos estaduais, assegurando sua eleição. Para isso, eles controlavam a população local (do município onde viviam) forçando os eleitores a votar nos candidatos escolhidos pelo coronel ("voto de cabresto"). As fraudes e a violência eram comuns nos momentos eleitorais. Quanto mais votos o coronel conseguisse, maior era a verba que seu município poderia receber do governo estadual. Muitos dos eleitores dependiam da proteção do coronel, por isso trocavam seu voto e a fidelidade eleitoral por empregos, proteção contra justiça etc. Essa prática de troca de favores ficou conhecida como "clientelismo".

    •  Política dos governadores: Tratava-se de um pacto existente entre o governo federal e os governos estaduais do Brasil. O primeiro "premiava" os últimos, com ajuda financeira para obras, apoio político às elites locais, oferta de cargos públicos e não interferia nos assuntos internos dos estados, em troca mantinha a fidelidade das oligarquias estaduais ao governo central.


    Leia mais sobre a República Velha nos links:



    7.2.14

    Aluna nota 10

    Em 2013, dentre tantos assuntos abordados com o 9º ano da E. E. Luiz Salgado Lima, estudamos a Revolução Russa, ocorrida em 1917.

    Postamos uma avaliação aqui no Blog sobre o tema e a Renata, uma de nossas alunas, mostrou o seu brilhantismo e tirou 100!

    Ela ficou tão satisfeita e orgulhosa de seu desempenho que imprimiu e plastificou o seu certificado de avaliação.


    Parabéns e continue se dedicando aos estudos, Renata!

    Que tal tentar fazer a avaliação sobre a Revolução Russa? Conclua para imprimir o seu diploma! Clique aqui e boa prova.

    5.2.14

    Resumo: República Velha (1889-1930)

    • A proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, colocou um fim no regime monárquico.
    Proclamação da República no Brasil.
    • O início da república no Brasil foi marcado pela disputa da hegemonia política entre as oligarquias e os militares. O primeiro grupo queria maior autonomia econômica e administrativa para os estados. O último grupo desejava que o governo federal tivesse mais poder.
    • A economia brasileira era essencialmente agrária e exportadora. O café era o principal produto de exportação, o que garantia aos cafeicultores riqueza, poder e prestígio social.
    Embarque de café em navio, no porto de Santos (SP).

    • Entre os anos de 1889 a 1894, os presidentes da República foram militares, incumbidos de consolidar a transição do regime monárquico para o republicano.  Esse período ficou conhecido como República da Espada.
    Marechal Deodoro da Fonseca.
    Marechal Floriano Peixoto.
    • Nessa fase, tivemos como presidentes o Marechal Deodoro da Fonseca (1889 a 1891) e depois o seu vice assumiu o cargo principal, Marechal Floriano Peixoto (1891 a 1894).
    • Durante o governo de Deodoro foi aprovada Constituição de 1891, a qual estabeleceu a divisão dos poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário; Voto aberto e universal para maiores de 21 anos que fossem alfabetizados. Também estabeleceu o federalismo, princípio que permitia aos estados criar impostos, organizar suas forças militares entre outras medidas. O Estado Nacional tornou-se laico, e o catolicismo deixou de ser a religião oficial do país como era no Império.
    • Embora o voto censitário tenha sido abolido, a maioria da população brasileira não podia votar. 
    • Política econômica (chamada de encilhamento): o governo incentivou a emissão de papel moeda para incentivar o crédito e a industrialização do país. A medida resultou em crise, inflação e falências. Além disso, havia muita agitação política e social, que resultaram em inúmeras revoltas, tais como a da Armada, conduzida por parte da Marinha, a Revolução Federalista no Sul do país e a Guerra de Canudos, no sertão da Bahia.
    Revolta da Armada (1893-1894), Rio de Janeiro.

    • O presidente Prudente de Morais (1894 a 1898), o primeiro presidente civil, marcou a chegada da elite cafeicultora (Oligarquia) ao poder. 
    Prudente de Morais.
    • As oligarquias governavam o país com base na troca de favores, de acordo com os seus interesses. Essa rede, que envolvia municípios, estados e o governo federal, ficou conhecida como Política dos Governadores.
    • Coronelismo:  Grandes proprietários de terras que forçavam as pessoas a votarem em determinados candidatos segundo a sua preferência, para isso utilizavam a força, se necessário, por meio dos jagunços, que intimidavam e agrediam os eleitores. Essa prática ficou conhecida como "voto de cabresto" . Em troca, os coronéis recebiam diversos favores e benefícios políticos.

    • A política do café com leite - São Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais (principal produtor de gado leiteiro) revezavam-se no poder, ora elegendo um candidato paulista ora um mineiro para a presidência. Esse quadro permanecerá até inalterado até 1930, quando eclodiu uma Revolução armada que modificou os rumos da política daquela época.



    http://acropolemg.blogspot.com.br/2013/11/jogos-sobre-proclamacao-da-republica.html (Caça palavras e quebra cabeças sobre a República)



    4.2.14

    VENDO

    Filhotes de Rottweiler



    Interessados podem entrar em contato por e-mail ou deixar um comentário aqui no blog.

    Turismo em Leopoldina (MG)

    (Reinventando o Ensino Médio)

    10 locais com atrativos históricos, culturais e turísticos para se conhecer em Leopoldina (MG):

    • Painel de azulejos representando a origem lendária do Arraial do Feijão Cru no século XIX, o painel está situado na praça Félix Martins, no centro da cidade. O trabalho foi inspirado numa pintura do  artista Funchal Garcia (1889-1979).  Nele observa-se o colono preparando o alimento - o feijão, planta nativa da América - dentro de uma cabana de madeira e palha, erguida às margens do ribeirão Feijão Cru, que corta a atual cidade de Leopoldina.


    Segundo a lenda, os colonos desbravadores da região, acampados à margem de um ribeirão, cozinhavam o feijão. Quando se afastaram um pouco do lugar e, depois retornaram, encontraram o fogo apagado e o feijão ainda cru. O fato serviu para batizar aquele riacho de "feijão cru". Essa lenda foi incorporada à cultura popular e tem sido contada e recontada pela tradição oral.
    • (Complemento da visita histórica) Caldeirão de feijão. É um monumento feito pela Prefeitura Municipal no ano de 2004. Ele não fica às margens de um córrego, mas sim na beira da Avenida Getúlio Vargas, próximo da rodovia BR 116, na entrada da cidade. O artefato também faz referência às raízes da cidade originada na segunda metade do século XIX, cuja lenda fundadora é preservada até os dias atuais pelos monumentos e pela tradição oral.

    • Piacatuba: É um bucólico distrito de Leopoldina, cujo nome significa lugar de gente de bom coração. Ele se destaca pelos seus casarões antigos e sua principal igreja (Matriz de Nossa Senhora da Piedade), datados da segunda metade do século XIX. 


    É possível caminhar pelas ruas de pedras, tipo pé de moleque, assentadas por escravos no século XIX, e também conhecer suas belezas naturais, como a cachoeira "Poeira d'água" e a usina hidrelétrica Maurício, criada entre 1906-1908. Anualmente, Piacatuba realiza o Festival de Viola e Gastronomia, ótimo evento para quem gosta de boa música e saborosa culinária.

    Como chegar: O distrito fica a cerca de 20 KM de Leopoldina, com acesso pela Rodovia Ormeo Junqueira Botelho (que liga Leopoldina à Cataguases).
    • Tebas: Outro distrito de Leopoldina que foi colonizado a partir da segunda metade do século XIX. 
    Vista do distrito em 1894.

    Tebas preserva alguns casarões antigos, com traços coloniais, e tem como principal tradição a produção de doces caseiros. A fabricação dos doces utiliza técnicas artesanais, as quais têm sido transmitidas de geração a geração. O distrito também organiza o Festival Comida de buteco, doces e artesanato de Tebas. Imperdível. 

    Como chegar: Seguir  pela rodovia BR 267 - Leopoldina - Juiz de Fora. O distrito fica a 8 KM, aproximadamente, da sede do município.
    • Casa de Augusto dos Anjos. Situada à Rua Cotegipe, no coração da cidade, encontra-se preservado o casarão do início do século XX, onde o ilustre poeta paraibano viveu entre 22 de junho a 12 de novembro de 1914, data de seu falecimento. Augusto dos Anjos publicou a obra "EU", em 1912,  que possui um caráter singular na Literatura brasileira. A poesia de Augusto dos Anjos é marcada pelo uso de termos científicos, fúnebres e por um certo pessimismo, como se vê nos versos abaixo, extraídos de sua obra (Textos completos disponíveis no site Domínio Público):

    Eu, filho do carbono e do amoníaco, 

    Monstro de escuridão e rutilância, 

    Sofro, desde a epigênese da infância, 

    A influência má dos signos do zodíaco. 


    Profundissimamente hipocondríaco, 

    Este ambiente me causa repugnância... 

    Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia 

    Que se escapa da boca de um cardíaco. 



    Hoje, a antiga casa  se tornou um museu, onde estão expostos alguns manuscritos e objetos do poeta.

    • (Complemento da visita histórica e cultural): É possível levar flores no túmulo que guarda os restos mortais do poeta paraibano, no Cemitério Nossa senhora do Carmo, no bairro Alto do Cemitério.
    Sobre o túmulo de Augusto uma escultura feminina segurando uma guirlanda, simbolizando o destaque alcançado pelo morto.
    • Morro do Cruzeiro



    "Deixe os traumas lá embaixo
    E suba o Morro do Cruzeiro"
      (Morro do Cruzeiro, Serginho do Rock)


    Aceite a sugestão dos versos do Serginho do Rock e curta a natureza!
    O Morro do Cruzeiro é o local perfeito para contemplar a cidade e a cadeia de montanhas que circundam o município. A vista do topo da pedreira é incrível. Lá do alto também é possível acompanhar saltos de parapente e a prática do voo livre.  Acesso pelo bairro Pedra Pinguda.

    • Catedral de São Sebastião. Uma imponente construção com características semelhantes às catedrais medievais, tais como o verticalismo, a presença da torre, da nave, de arcos quebrados e de vitrais coloridos. A obra do templo foi iniciada em 1928 e concluída em 1965. Foi projetada pelo arquiteto Luiz Dantas de Castilho, da Escola Nacional de Belas Artes, e pelo engenheiro Ormeo Junqueira Botelho.

    • Casa de Leitura Lya Botelho. Inaugurada em 2009, tem grande acervo literário, destinado ao público infanto-juvenil. É mantida pela Fundação Ormeo Junqueira Botelho e está localizada na Rua José Peres, nº 04 - Centro, bem perto da praça Félix Martins. A Casa de Leitura apresenta periodicamente diversas atrações, tais como cinema, teatro, exposições de História e de Artes.
    A casa da família Botelho é cercada por uma bela área verde. Sua arquitetura, igualmente linda, com traços vitorianos, foi inspirada na casa mostrada no filme "E o vento levou..." de 1939.
    • Escola Estadual Professor Botelho Reis. Fundado em 1906, o Gynnasio Leopoldinense assumiu importante papel na educação municipal, desde sua criação até os dias atuais. O projeto foi idealizado por José e Custódio Monteiro Ribeiro, lideranças políticas locais.  
    A partir de 1954, o prédio passou a abrigar o Conservatório Estadual de Música Lia Salgado, no segundo andar. 
    Em 1955, a escola passou a se chamar Escola Estadual Professor Botelho Reis, em homenagem ao professor José Botelho Reis, que dirigiu a instituição entre os anos de 1910 a 1925.
    A escola, atualmente, tem mais de 2 mil alunos matriculados e conta com 156 funcionários para atendê-los. Devido à sua importância histórica, o prédio teve seu tombamento homologado em 1996.


    A grandeza e a arquitetura neoclássica do edifício possuem um caráter monumental, com destaque para suas colunas e arcos imponentes. No topo do prédio, há uma imagem de São José com a frase: "mens agitat molem". A expressão latina está presente na obra Eneida, de Virgilio, e se traduz em "a mente comanda o corpo".
    (Localização: Praça Professor Botelho Reis, no centro da cidade).
    • Prédio da Prefeitura Municipal.

    Esta é uma obra cuja construção foi iniciada na década de 1860 pelo capitão João Gualberto Ferreira de Brito.
    Em 1895, a edificação foi adquirida pelo órgão executivo e tornou-se a sede da Câmara Municipal de Leopoldina. Ali estiveram instalados o poder executivo e o legislativo, até o ano de 2007, quando a Câmara adquiriu sede própria.
    Atualmente, o palacete abriga o gabinete do Prefeito e parte do aparelho burocrático da administração pública municipal.
    (Localização: Rua Lucas Augusto, nº 68. Centro).

    • Passeio pela rua Barão de Cotegipe. Uma das principais vias da cidade. Nela estão estabelecidas inúmeras lojas, lanchonetes, bancos, drogarias, prestadores de serviços etc. Entre um e outro recinto comercial ainda restam alguns edifícios históricos, datados do início do século XX, com suas fachadas preservadas ou pouco alteradas pela ação do homem.

    Bom passeio!