4.11.23

[LIVRO] Lançamento de livro

O núcleo de Iniciação Científica da Escola Estadual Luiz Salgado Lima apresenta:


Prefácio 

Em momento oportuno, surge a publicação Irineu Lisbôa e as políticas sanitárias em Leopoldina,  Minas Gerais, entre os anos 1910-1930. Trata-se do resultado da pesquisa sobre a trajetória do médico Irineu Lisbôa (1894-1986).

Nascido em São Sebastião da Pedra Branca, atual Pedralva, no sul de Minas Gerais, Lisbôa formou-se pela Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. 

Em 1918, recém-formado, foi designado por Samuel Libânio (1881-1969) para assumir importante cargo no Posto de Profilaxia Rural, localizado na Zona da Mata mineira. Naguela época, as endemias rurais foram julgadas verdadeiras tragédias que arruinavam o país, debilitando os trabalhadores. Após a cruzada cívica promovida pelo movimento sanitarista, os postos de profilaxia rural foram construídos, ficando responsáveis pelas condições sanitárias do meio rural.

Após a Primeira Guerra Mundial e inspirados nos ideais nacionalistas, um grupo de intelectuais assumiu a responsabilidade da reforma patriótica do Brasil. Dentre estes, os médicos sanitaristas abraçaram esta missāo.

Era absolutamente necessário modernizar e ampliar os serviços de saúde e educação para o progresso da terra pobre e doente. O movimento sanitarista foi uma campanha, que, reunindo médicos e intelectuais em torno dos problemas de saúde pública, visava o saneamento e o desenvolvimento nacional.

Após a identificação do precário nível educacional e sanitário como causa das doenças, o projeto dos sanitaristas era proporcionar a entrada na civilização, momento da evolução que as demais nações viviam. lsso seria realizado pelo aperfeiçoamento das politicas de saúde e educação.

A maioria dos intelectuais médicos sanitaristas criticava o federalismo oligárquico da república, afirmando a necessidade de um estado forte e centralizador para a formação do país moderno, saudável e higiênico. 

Os intelectuais tentavam demonstrar aos governantes e administradores, a necessidade de políticas para combater doenças como a malária e a Doença de Chagas, superando, desta maneira, a miséria. Afinal, as doenças rurais enfraqueciam os camponeses e impediam o crescimento.

O movimento sanitarista reunia intelectuais médicos, engenheiros, advogados e políticos. Desta campanha, Irineu Lisbôa não esteve ausente. Como os demais membros do movimento que pretendia modernizar o país, ele preocupava-se com a saúde pública, promovendo campanhas de educação, fiscalizando as condições higiênicas das casas e do comércio, realizando a drenagem de pântanos e a construção de reservatórios de água.

Assim, saudamos a iniciativa do grupo coordenado por Rodolfo Alves Pereira. Muitos textos foram publicados sobre os personagens centrais do movimento sanitarista, entretanto, consideramos que é importante trazer à tona os atores sociais secundários. Quase sempre, eles foram os principais formuladores das ideias e práticas que foram efetivadas.

Outro aspecto positivo é o resgate de um médico sanitarista fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo.

Parabéns a todos.

Ricardo Augusto Dos Santos

Pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz


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