3.3.15

Produção de texto sobre o Cangaço

Costumo afirmar que escrever é uma arte. E eu me apaixonei por essa forma de arte, embora reconheça minhas limitações e me identifique apenas como um escriba esforçado.



Na disciplina de História, sempre falamos para o aluno que a chave do aprendizado do conteúdo é ler e escrever. Não basta ouvir a aula do professor, é preciso escrever sobre o tema para assimilá-lo com mais efetividade.

Pedimos aos alunos para exercitarem a escrita após o estudo do Cangaço no Brasil e já estamos pensando na Redação do ENEM, cujo valor corresponde a 50% da nota da prova.

Os alunos escreveram textos muito bons. Reproduziremos abaixo um deles, escrito por uma estudante do 3º ano do Ensino Médio, sala 10.

O cangaço

O cangaço foi um movimento ocorrido no sertão nordestino entre o final do século XIX até o início da década de 1940. Esse fenômeno pode ser explicado pelo conceito de banditismo social, já que muitos cangaceiros recorriam à vida do crime devido aos inúmeros problemas sociais enfrentados pela região Nordeste.

Aliás, alguns dos antigos problemas da região são enfrentados até os dias atuais, só que em menores proporções, como a falta de água, infraestrutura, saneamento básico, segurança, educação, enfim a ausência do Estado em locais onde ele é necessário.

O Cangaço teve como principal nome Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião, que comandou o bando de cangaceiros mais temido do Sertão entre as décadas de 1920 a 1930.

Maria Bonita e Lampião ladeados por dois cangaceiros do bando.

Além do grupo de Lampião, havia outros bandos que se formaram no Nordeste. Eles tinham objetivos diversos: alguns entravam nessa vida buscando vingança, outros prestavam serviços para os coronéis, ou seguiam para o cangaço para obter dinheiro, por meio de roubos, sequestros e assassinatos, como forma de sobreviver em uma região abandonada pelas autoridades.

Os bandos não tinham moradia fixa, vivam vagando pelo sertão e, geralmente, não passavam mais do que uma noite no mesmo lugar, caso contrário poderiam facilitar a descoberta de seus esconderijos pelas forças policiais.


Lampião e seu bando incomodavam bastante as autoridades locais, por isso foram perseguidos pela polícia, que tentava, sem sucesso, capturá-los. O governo da Bahia chegou até oferecer uma recompensa em dinheiro para quem entregasse Lampião às autoridades, vivo ou morto.

Em 1938, no Sergipe, Lampião, sua esposa - Maria Bonita - e outros de seus companheiros foram mortos pela polícia, após sofrerem uma emboscada. Depois de mortos, ele e outros membros de seu bando tiveram suas cabeças cortadas de seus corpos e, em seguida, elas foram expostas em várias cidades do Nordeste.

Exposição de Cabeças de cangaceiros do Bando de Lampião, mortos em 1938. 

Após a morte de Lampião, outros bandos de cangaceiros continuaram a agir, mas sem obter grande repercussão. No início da década de 1940, o cangaço chegou ao fim. O país era governado por Getúlio Vargas, que determinou a repressão de qualquer grupo que ameaçasse a ordem nacional.

Vargas também colocou em prática o processo de industrialização, acelerou a urbanização do Brasil e muitos migrantes deixaram a região nordeste para tentar conseguir emprego e melhores condições de vida no Sudeste.


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