A Idade Média foi um período da História da Europa que começou no século V e terminou no Século XV.
No ano 476, O Império romano do Ocidente foi destruído pelos povos germânicos, os quais estabeleceram diversos reinos na Europa (ver mapa abaixo).
O antigo Império romano estava agora fragmentado em vários reinos germânicos. De acordo com o historiador Hilário Franco Júnior (2001), o cristianismo "foi o elemento que possibilitou a articulação entre romanos e germanos, o elemento que ao fazer a síntese daquelas duas sociedades forjou a unidade espiritual, essencial para a civilização medieval". (A idade média - nascimento do ocidente. p. 16).
Importante destacar que a Igreja Católica, durante a Idade Média, foi a instituição que assumiu a responsabilidade de difundir o cristianismo na Europa e, posteriormente, no mundo. Por isso, a Igreja adotou uma postura bastante radical e punitiva em relação a quaisquer manifestações religiosas ou crenças que contrariassem os dogmas do catolicismo.
Os membros da igreja formavam o Clero, eram padres, bispos, cardeais e o papa, como autoridade máxima. A Igreja adquiriu vasto patrimônio, recebendo doações de terras e recolhendo o dízimo. Sua importância ia além do amparo espiritual, pois o clero tinha muita influência política e social.
Catedral de Notre-Dame em Paris. As catedrais foram construídas em toda a Europa simbolizando a fé e o poder da Igreja Católica. |
A economia europeia, a partir do século V, passou por um processo de ruralização, devido ao declínio das atividades comerciais e ao desaparecimento das moedas. Assim, na Idade Média, a terra tornou-se o bem mais valioso.
Os donos das terras eram os nobres, que detinham enorme poder sobre seu território. Eles tinham uma massa de camponeses que os serviam, trabalhando em seus campos, e lhes pagavam inúmeros impostos, como a corveia, a talha, a banalidade dentre outros.
A economia medieval é chamada de feudalismo, pois se baseava no feudo (a terra e todos os bens que estavam nela: o castelo, o arado, o gado, as ferramentas etc).
Os feudos eram autossuficientes, ou seja, produziam tudo aquilo de que necessitavam. Quando faltava algo que não havia no feudo, era possível fazer o escambo, que é a troca de mercadorias por outras.
Observe na ilustração como eram estruturados os feudos:
Os camponeses levavam uma vida dura, trabalhavam para sobreviver num regime de servidão. Recebiam comida e proteção do nobre.
Nobres influentes poderiam ceder parte de seu feudo para outros nobres, em troca de sua lealdade e de serviços militares quando fosse necessário. Essa relação é chamada de suserania e vassalagem. Note na ilustração medieval abaixo como era a cerimônia entre o suserano e o seu vassalo.
O vassalo, de joelhos, presta juramento de lealdade a seu suserano. |
A sociedade medieval era estratificada e com pouca mobilidade social. A nobreza era hereditária, sendo assim um camponês nunca poderia se tornar um nobre. Os extratos sociais eram bastante distintos entre si. Havia aqueles que oravam, o Clero; os que lutavam, a nobreza; e os que trabalhavam, os camponeses (ou servos).
Observe na figura medieval abaixo uma representação da sociedade feudal, com os três grupos sociais devidamente caracterizados de acordo com suas atribuições.
Clero, Nobre e Servo. Representação da Sociedade medieval. |
No século VIII, a Europa foi sacudida por novas invasões. Os vikings atacaram territórios no norte e os muçulmanos expandiram seus domínios do Norte da África até o sul da Península Ibérica, onde ficam atualmente Portugal e Espanha.
A cultura medieval foi muito beneficiada pela cultura muçulmana, a qual permaneceu na Europa até o final do século XV. Apesar de cristãos e muçulmanos manterem uma relação conflituosa, como ocorreu com as Cruzadas, iniciadas a partir do século XI, houve muita troca cultural entre árabes e europeus.
Na Península Ibérica, os muçulmanos construíram belíssimos templos (as mesquitas) que podem ser apreciadas até os dias de hoje.
Mesquita de Córdoba, na Espanha, construída no século X. |
Foram eles, provavelmente, que implantaram o jogo de xadrez na Europa, no século X, a partir da Espanha. Os muçulmanos possuíam muitos conhecimentos nas áreas de geografia, filosofia e medicina que até então eram desconhecidos pelos europeus.
Um cavalheiro cristão e um guerreiro muçulmano disputam uma partida de xadrez. Ilustração do século XIII |
Em suma, o legado muçulmano na Europa, principalmente na Península Ibérica, é marcante, seja na língua, nos costumes, na alimentação ou no conhecimento científico adquirido pelos europeus.
A partir do século X, a Europa Medieval passou por grandes transformações. A agricultura tornou-se mais produtiva devido à implementação de novas técnicas agrícolas, a população aumentou, as feiras começaram a surgir e, ao redor delas, surgiram as cidades onde floresceu um novo grupo social - a burguesia. Inicia-se então o renascimento urbano e comercial.
No século XIV, o sistema feudal entrou em crise. A Peste Negra devastou grande parte da população europeia, havia conflitos no campo e nos burgos (cidade). O poder da Igreja e da Nobreza começava a ser questionado por novos atores sociais, que irão inaugurar a Idade Moderna, tema para ser trabalhado nas próximas aulas.
Avaliação
1. ENEM, 2022.
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