29.11.14

Um imposto devido ao imperador

O nome do tributo é laudêmio, ele é cobrado sobre negociações de compra e venda de imóveis em certas cidades do Brasil.
Em alguns municípios, essa taxa é destinada aos cofres da União ou da Igreja Católica.

No caso deste post, iremos falar sobre o laudêmio ou a "taxa do príncipe", a qual é cobrada sobre as transações imobiliárias no centro de Petrópolis.

Breve histórico da cidade

A origem de Petrópolis (seu nome vem da junção da palavra em latim Petrus (Pedro) com a em grego Pólis (cidade), ficando "Cidade de Pedro"), deve-se a D. Pedro I, que comprou uma fazenda na região Serrana, onde pretendia construir um Palácio de Verão, para desfrutar do clima ameno e das belezas naturais da região serrana.

Após sua morte, as terras foram herdadas por seu filho, D. Pedro II, o qual assinou, em 1843, um decreto fundando a "Povoação-Palácio de Petrópolis”
O antigo palácio de verão de D. Pedro II hoje é o Museu Imperial, com vasto acervo artístico e histórico.

A partir do decreto, engenheiros, incluindo estrangeiros, como o Major Köeler ficaram responsáveis pela realização do projeto de construção da cidade imperial.

Com o desenvolvimento do povoado, vários imigrantes vieram para Petrópolis, que adquiriu o status de cidade em 1857, dentre eles alemães, franceses, portugueses, italianos etc.

Nos dias de hoje, Petrópolis é uma cidade turística do estado do Rio de Janeiro, com inúmeros atrativos históricos, culturais, gastronômicos e belezas naturais.


Palácio da Quitandinha, construído em 1944.
Um imposto devido à família imperial

Apesar de nossa forma de governo ser uma República, desde 1889, Petrópolis ainda respira ares imperiais. Até hoje um cidadão que deseja comprar ou vender um imóvel no centro da cidade, deve pagar o laudêmio (taxa de 2,5% sobre negociações de imóveis) para os descendentes da família imperial.


Engana-se quem pensa que o percentual é pouco. "No ano passado, segundo um representante dos herdeiros, as receitas provenientes do laudêmio totalizaram R$ 4 milhões, divididos entre cerca de dez integrantes da antiga família real." (BBC Brasil).

Recentemente, um vereador da cidade imperial apresentou um projeto para acabar com o imposto do príncipe.

Os defensores do fim da taxa alegam que sua existência eleva os preços dos imóveis e repele investimentos na cidade.

Os descendentes da família imperial argumentam que a taxa é legítima, pois o centro da cidade foi construído em terreno do Imperador Pedro II, que permitia a ocupação da terra. Mas caso ela fosse trocada de mãos uma taxa deveria ser paga à família real.

O que será que a população de Petrópolis pensa a respeito do imposto. Será que são a favor da taxa ou querem que ela seja extinguida?

Vamos fazer uma enquete para saber a opinião dos internautas a respeito do tema. E não deixe de assistir à reportagem desta polêmica abaixo, pois o seu conteúdo é bastante interessante.


22.11.14

Agradecimento!


Atingimos uma grande meta! Mais de 1000 pessoas curtiram nossa Fanpage e estão recebendo informações sobre História, Educação e o trabalho que realizamos nas escolas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.


Obrigado, de coração, a todos os alunos, pais de alunos, amigos e professores que ajudam a divulgar nossas ideias. Foi tanto apoio que recebemos que fica difícil citar nomes e cometer uma injustiça, deixando alguém de fora.

Obrigado a todos vocês!

O Trabalho continua e a meta agora é 2000 curtidas (rsrs).

Um grande abraço a todos.

Professor Rodolfo Alves Pereira


P.S. Se você ainda não curtiu, não perca tempo. Clique sobre a imagem das 1000 curtidas e venha logo estudar com a gente!

21.11.14

Tribuna do Povo

Nossa coluna no portal do Tribuna do Povo foi atualizada!

Clique na imagem abaixo para ler o nosso texto e descubra como nasceu uma ideia chamada República!


Fiquem a vontade para comentar, curtir e compartilhar.

Boa leitura para todos!

[RESENHA] Estou lendo...


Roma S.A. - Ascensão e queda da primeira corporação multinacional (Rio de Janeiro, Rocco. 2008) é um livro escrito pelo norte-americano Stanley Bing, um homem de negócios e consultor em multinacionais.

Nesta obra, ele compara a prática das grandes empresas contemporâneas aos feitos do Mundo romano Antigo, desde a fundação da cidade, em 753 a. C., passando pela República (509 a. C. a 27 a. C.) indo até o Império e sua derrocada no ano 476.

O autor identifica semelhanças entre erros e acertos cometidos por Roma Antiga e as potências empresarias da atualidade, como a Microsoft e a Apple. Cita as habilidades de liderança e executivas quer eram necessárias para os Imperadores romanos e para os CEOs das grandes companhias contemporâneas, como Bill Gates ou Steve Jobs.
César (100 a 44 a. C.); Steve Jobs (1955 a 2011) e Bill Gates (1955). O que eles possuem em comum? Foram, o último ainda é, líderes de corporações multinacionais!
Além de analisar os líderes - idealizadores e projetistas de coisas grandiosas -, Bing apresenta o nível classificado como gerência média. Esse cargo é ocupado por aqueles que são os responsáveis pela execução dos projetos elaborados pelos CEOs, Reis ou Imperadores. A gerência média é que concretiza os ideais, são os engenheiros, os oficiais do exército, os comerciantes, os construtores de pontes e estradas, enfim são essas pessoas que realizam os planos traçados pelos seus chefes.

O texto tem uma excelente tradução, a narrativa é prazerosa, embora a análise social e histórica seja superficial. O autor, como o bom americano que é, ignora a luta de classes, se esquece de mencionar quantos milhões - de plebeus, escravos e bárbaros - estavam vivendo à margem ou sendo explorados pelo mundo romano que ele exalta ao longo do livro.

Um dos temas mais apreciados na obra são as constantes conspirações envolvendo a cúpula do governo romano - o senado, os cônsules, os generais mais famosos e os imperadores. Nesse imbróglio, alguém sempre acaba sendo esfaqueado ou traído, para que outrem possa obter mais poder e glórias para Roma.

Stanley Bing acerta em cheio, na conclusão, quando diz que apesar da destruição da "multinacional" Roma pelos povos germânicos, no século V, a empresa não acabou ali. Ela soube se reinventar e deu continuidade ao seu legado, fundindo-se à uma força emergente - o cristianismo.

"Quando aquele conceito de corporação ficou velho [imperialismo romano], impraticável e perigoso demais para ser divertido, ela se transformou pela última vez no enorme edifício financeiro e religioso que hoje cuida de 1,1 bilhão de almas..." (p. 167). Grifos nossos.

Então, Roma vive algumas de suas práticas e costumes - como a ideia de expandir suas fronteiras além de seus limites territoriais - subsiste até os dias de hoje na Igreja Católica Romana.

Enfim, leitura recomendada, pois o texto é bom e inspirador, principalmente para aqueles que gostam de conhecer um pouco mais sobre a vida na Antiguidade e se interessam pela administração de reinos, impérios e empresas.

20.11.14

+ da Semana de Educação para a Vida

Se você achou que o evento terminou no último post, se enganou. Tem mais coisa boa acontecendo na escola. No dia 19/11 (quarta-feira), no turno da manhã, houve exposição de arte, cuja curadoria ficou sob responsabilidade da Professora Carmelita, com reproduções de telas de Pablo Picasso, de Joan Miró e de Tarsila do Amaral.

Também teve música, drinks (a base de refrigerante, óbvio) preparados pela sala 10 (alunos do 2º ano do Ensino Médio) e um disputadíssimo torneio de Handball.

No turno da tarde, os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental assistiram a um show, coordenado pela Professora Tereza Reis, sobre pluralidade cultural. Houve música, dança e paródias dos alunos, as quais agitaram toda a galera!

Depois todos foram brincar, com a Professora Franciely, que fez um resgate de brincadeiras maravilhosas que têm sido transmitidas de geração a geração, como a queimada, a peteca e pular amarelinha.

Foi demais! 

Confira:





*Em breve postaremos fotos dos eventos ocorridos no turno da tarde!

19.11.14

A Semana de Educação para a Vida

A Semana de Educação para a Vida está sendo um tremendo sucesso na Escola Estadual Luiz Salgado Lima!

Programada para os dias 17 a 22 de Novembro de 2014, os eventos organizados e preparados pelos alunos e professores do Ensino Fundamental e do Ensino Médio mobilizaram toda a comunidade escolar.

Na terça-feira, dia 18/11, a manhã começou com uma palestra sobre os riscos do uso dos anabolizantes e de suplementos alimentares na prática de musculação.

Após a palestra, todos se dirigiram à Sala ambiente "Turismo de Saúde", um espaço elaborado pelos alunos e alunas do 1º ano do Ensino Médio (turma 5).

Assim que os visitantes se acomodaram, os professores deram as boas vindas e apresentaram, brevemente, o assunto e as oficinas que seriam trabalhadas na sala.
O espaço estava ornamentado com velas, flores e lindos cartazes, tinha o ar perfumando por um incenso relaxante de cidreira, além de um som ambiente contínuo, com músicas  que harmonizam o estado de espírito e trazem tranquilidade para o local.

As alunas apresentaram aos visitantes a palestra "Turismo de Saúde", conceituando e demonstrando os seus benefícios e analisando dados sobre esse segmento do Turismo no Brasil (Confira os slides logo abaixo).


Houve visitação da sala, onde os convidados e os demais presentes observaram os cartazes confeccionados pelos alunos, que ilustravam as vantagens desse segmento do Turismo para promoção da saúde, amenização das dores do corpo e a busca por tratamentos médicos-especializados.

Depois da palestra, os visitantes passaram pelas oficinas de Massagem corporal e Massagem nos pés.
Recebemos dois profissionais da massoterapia que atenderam atenciosamente os visitantes e convidados.

Os alunos também aplicaram as técnicas de massagens, as mesmas que são empregadas em spas nos turistas que buscam relaxar e "fugir" de uma rotina estressante e cansativa!

Depois os estudantes distribuíram roteiros turísticos para todos, com opções de lugares onde há o Turismo de bem-estar e o Turismo médico-hospitalar.

Na saída, foi servido um chá de camomila para concluir esse trabalho de promoção da saúde e da vida.

Parabéns a todos do 1º ano 5! O empenho e a dedicação de vocês deram um ótimo resultado.

Veja as fotos do evento:




Destacando os objetivos da Sala Ambiente sobre o Turismo de Saúde


Cartazes mostrando os benefícios do Turismo de Saúde.






Também merece destaque a participação da Equipe do PSF Pirineus. Os profissionais dessa unidade - médico, enfermeiros e técnicos - passaram a manhã toda transmitindo informações sobre Saúde de forma lúdica e prazerosa. Que Show, fazia tempo que não via a Escola tão movimentada e com um clima tão propício à aprendizagem.

Nossos sinceros agradecimentos a todas as pessoas - da escola e da comunidade - e instituições que colaboraram com o nosso evento. Graças ao incentivo e a colaboração de vocês, esse projeto se tornou realidade.

Tomara que novos eventos como esse voltem a acontecer e contem cada vez mais com o apoio de toda a comunidade escolar. Assim todos saem ganhando, pois momentos como estes promovem a união, parcerias, trabalho em equipe, paz na escola e uma valiosa troca de conhecimentos.

16.11.14

Promessas de um governo novo

Conseguimos! O povo de Minas Gerais, enfim, se livrou de um governo conservador, encabeçado há 12 anos pelo PSDB.

Nós, servidores estaduais da Educação, tivemos um peso considerável para a vitória do PT de Fernando Pimentel em Minas Gerais, um estado que até então estava tomado por políticos acomodados e tecnocratas que pouco trabalharam em prol do povo. O candidato petista foi eleito ainda no primeiro turno, obtendo 52.98% dos votos, depois de uma campanha tranquila, na qual sempre esteve à frente de seus adversários.

Os Educadores são formadores de opinião, conversam com os alunos, com suas famílias, também possuem famílias e denunciaram o descaso dos últimos governos com a Educação Pública em suas redes sociais (Facebook, Youtube etc).

Hoje, com certeza, as lideranças tucanas mineiras se arrependem de ter subestimado a importância dos educadores, sobretudo dos bravos professores de Educação Básica. Tomara que PT e o novo governo não incorram no mesmo erro...

Nesses 12 anos de governo peessedebista, vivemos o choque de gestão, o qual prometia "modernizar" a administração pública. Na prática, essas medidas serviram para reduzir investimentos em áreas prioritárias, como a Saúde e a Educação e fazer economia às custas da folha salarial, tomando a Lei de Responsabilidade Fiscal como desculpa para não remunerar adequadamente os servidores, como por exemplo, os professores que até agora não recebem o piso salarial. O tal choque de gestão foi um fiasco, haja vista que parece haver um rombo nos cofres estaduais de muitos bilhões. Quanta eficiência, não?

Enquanto os tucanos não pagavam o medíocre piso salarial do magistério, as verbas destinadas à publicidade governamental não paravam de crescer e o que dizer das obras executadas com verbas públicas em propriedades particulares de parentes de Aécio Neves, escândalos na COPASA, falta de investimentos, conforme determina a Constituição, para Educação e Saúde, dentre outras mazelas governamentais.

Os servidores da Educação, sobretudo nos últimos anos, foram tratados com descaso pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Estado de Educação. A relação estabelecida pelo governo peessedebista era vertical - eles decidiam e todos obedeciam calados...
Quem desobedecia era punido com processos administrativos, notas baixas nas avaliações de desempenho e outros tipos de assédio que contribuíam para adoecer ainda mais a já fragilizada categoria dos educadores.

Sem diálogo e sem a possibilidade de serem ouvidos, em suma, os educadores eram tratados com grande desprezo e sem o mínimo de respeito pelas autoridades responsáveis pela Educação em Minas Gerais.

Mas mudamos de governo, ainda bem! Mudamos não porque deixamos de ser do PSDB e passamos a vestir a camisa do PT. A vitória de Pimentel nas urnas está diretamente relacionada com a significativa rejeição de setores da sociedade mineira pelo gestão tucana. Então mudamos porque nós, educadores de Minas Gerais, queremos ser tratados com dignidade, com respeito, e queremos ter nossos direitos cumpridos, queremos nosso plano de carreira resgatado, porque ele nos foi tomado. Queremos ser valorizados e reconhecidos pela importância social de nossa missão e de nosso trabalho.

Além disso, esperamos que o novo governo estabeleça franco e constante diálogo com a categoria, que respeite os direitos dos trabalhadores em educação e que nos ajude a construir uma nova Educação Pública mineira. Precisamos urgentemente de escolas mais seguras, as quais devem ser ambientes acolhedores, espaços democráticos de construção do saber, que incentivem a convivência pacífica, considerando as diferenças étnicas, políticas e culturais.

Agora iremos postar aqui alguns recortes - imagens, textos e vídeo - do então candidato Fernando Pimentel e dos compromissos que ele assumiu com o Povo de Minas Gerais e com os Educadores Mineiros. Vamos ver se ele terá caráter, ética, moral, vontade e competência gerencial e política para ajudar a transformar a realidade mineira.


No vídeo acima, o candidato fala sobre compromissos com a Educação, dentre eles a garantia de pagar o piso salarial nacional. Destaca que subsídio não é piso.




Fernando Pimentel assina carta-compromisso ao lado da Presidenta da CUT-MG e do SindUte-MG. Foto registrada no final de agosto de 2013.


Texto do site de Pimentel aborda a precariedade da infraestrutura das escolas mineiras.


Agora é agir, Governador! Arregaçar as mangas e fazer como nós, profissionais da educação, da saúde, da segurança e de outros setores do funcionalismo público fazem, trabalhamos duro e fazemos acontecer. É sua responsabilidade enquanto governador liderar e ajudar a transformar nossa realidade com melhorias concretas para os trabalhadores e, consequentemente, para a população de Minas Gerais.

Continuaremos vigilantes e de olhos bem abertos sobre a gestão pública em nosso estado.

15.11.14

Res publica

A expressão res publica vem do latim e designa "coisa pública". 
O aperfeiçoamento do termo pelos Antigos Romanos originou a República, um governo voltado a atender aos interesses do povo.

Entretanto, antes da República romana ser colocada em prática em 509 a. C., os gregos, ou melhor, um filósofo grego teorizava a respeito dessa forma de governo.

Estamos nos referindo a Platão (427 a 347 a. C.), em cuja obra, intitulada "República", disserta sobre o modelo ideal de governo capaz de zelar pelos homens. 

Na República platônica, de forma sucinta, o poder deveria ficar a cargo dos filósofos, pois eles eram considerados os mais próximos da verdade, do bem e da justiça, portanto seriam os indivíduos com melhor preparo moral e intelectual para gerir a política e a sociedade.

Com a conquista do território grego pelos expansionistas romanos, muito da cultura helênica fora incorporada pelos latinos.
Em 509 a. C., com o fim da monarquia em Roma, foi instalada uma República no conglomerado urbano mais importante do Lácio.

De acordo com Cícero, filósofo e político romano, a República surgiu para “homens associados pelo direito a partir de interesses que lhes são comuns. A associação pelo direito pressupõe a existência de leis e, para promover os interesses comuns, essas leis devem ser a expressão da vontade popular.”

Porém, para o escritor americano Stanley Bing, a República romana escapava à idealização feita por Cícero, como podemos perceber no trecho:

"À direita, havia um Senado corrupto e fechado cioso de seus poderes e privilégios, disposto a tudo para manter o status quo. Eram os patrícios, os optimates. Naquela que poderia passar por esquerda, havia homens do povo, que haviam conseguido poder e riqueza não por herança, mas pelo suor e pelo sangue de seus filhos e ancestrais. Eram os populares." (2008. p. 61)

Conflitos, ciladas, assassinatos e golpes faziam parte do jogo de poder na república romana antiga. Nela os interesses e as necessidades do povo tinham reduzida importância para os senadores e para os cônsules, os quais estavam mais preocupados em expandir seus domínios e aumentar suas riquezas às custas dos tributos pagos pela plebe ou trabalho realizado por escravos, além do sangue derramado pelos soldados nas províncias que Roma conquistava.

Em 27 a. C., a República chegou ao fim, quando tem início o Império Romano dos Césares.

Todavia, essa forma de governo volta à tona no século XVIII. Tanto nas Treze Colônias Inglesas da América do Norte (1776) quanto na França (1789) ocorrem profundas mudanças políticas e sociais, que resultam na substituição dos seus atuais governos pela República.

Nesse contexto, as repúblicas americana e francesa estão embebidas pelas ideias iluministas, as quais defendiam os direitos de liberdade e de igualdade entre os homens. Porém, na prática, os direitos nas novas repúblicas restringiam-se a homens livres. As mulheres eram excluídas e também os escravos, os quais foram mantidos nas colônicas francesas e na nova nação norte-americana.

O Brasil igualmente teve sua experiência republicana, embora tardiamente, tendo em vista que nossos vizinhos latinos optaram pela república logo que conquistaram suas independências políticas, ao longo do século XIX. 

Aqui, a partir de 1822, o Brasil foi o único país a manter um regime monárquico, com o objetivo de preservar a unidade territorial, o latifúndio e o escravismo.

Desde o final do século XVIII, a antiga colônia portuguesa enfrentou movimentos que defendiam  as ideias republicanas, caso das Conjurações Mineira e Baiana - severamente sufocados pela ordem vigente. 

No segundo reinado, a aprovação de leis abolicionistas contribuíram para que a elite rural tomasse certa aversão ao governo imperial, agora visto como uma instituição arcaica e incapaz de promover o progresso nacional.

Assim, em 15 de novembro de 1889, chegara ao fim a monarquia e fora proclamada a República no Brasil.
Militares proclamando a República no Brasil. E o povo?
Sobre esse fato, o historiador Bóris Fausto registra que: 

“A proclamação da República correspondeu ao encontro de duas forças diversas – Exército e fazendeiros de café – movidos por razões diversas. O Exército tinha motivos de ordem corporativa e ideológica para se opor à monarquia. (...) os fazendeiros paulistas, através do partido republicano paulista, moviam-se por razões claramente econômicas”. (FAUSTO, B. 1972).

Não há, portanto, no processo de transição da monarquia para a república, nenhum indício de grande mobilização e participação popular. Os processos políticos eram sempre conduzidos pelas elites. As massas populares serviam apenas para serem manipuladas, por meio dos órgãos de imprensa, chefes locais e de uma política modernizante, mas conservadora, que concedia, em doses homeopáticas, alguns direitos, ao passo que reforçava o controle dos grupos dominantes, principalmente econômicos, sobre os rumos do novo regime.

O pesquisador Lorenzo Aldé lembra que:

"Nos séculos XX e XXI, nossa República – apesar dos trancos e barrancos ditatoriais no meio do caminho – consolidou-se e ampliou enormemente os direitos dos cidadãos. Mas a tortuosa trajetória do republicanismo brasileiro deixa uma lição sempre válida: de nada valem princípios igualitários formais se a cultura da desigualdade impede seu cumprimento. Como diz a voz do povo: “na prática, a teoria é outra coisa”." (Revista de História online).

Apesar da ampliação dos direitos civis, políticos e sociais, a "tortuosa trajetória" de nossa República parece não ter fim. Sai governo e entra governo e os escândalos de corrupção e desvios de verbas públicas para pequenos grupos privados se sucedem.

Em junho de 2013, o povo brasileiro tomou as ruas de todo o país, reivindicando, dentre várias coisas, moralidade e ética na condução da coisa pública. 


Cerca de 50 mil manifestantes protestando no centro de São Paulo (18/06/13)
Afinal todos estão demasiadamente cansados e exauridos desta República fraudulenta, na qual os interesses escusos e privados se sobrepõem aos interesses públicos. 

Não queremos mais uma república para poucos. 
Ex-diretor da Petrobrás é investigado por lavagem de dinheiro com empreiteiras.
Desejamos uma República parecida com aquela descrita pelo grande orador Cícero. Esperamos que os valores fundamentais republicanos sejam resgatados, quem sabe na sonhada reforma política, e que nela vigorem o direito e a lei "para promover os interesses comuns", expressando, democraticamente, a vontade popular.
Assim, tomaremos como prioridade os temas coletivos, em detrimento dos interesses privados, e não haverá espaço para a corrupção (de agentes públicos e de setores empresarias) na coisa pública.

14.11.14

Desafio de memória




A tarefa? Memorizar o nome completo do primeiro imperador do Brasil.

Eis o nome completo de sua majestade:


Pedro de Alcântara, Francisco, Antônio, João, Carlos, Xavier de Paula, Miguel, Rafael, Joaquim, José, Gonzaga, Pascoal, Cipriano, Serafim, de Bragança e Bourbon. (Museu Imperial).

São 17 sobrenomes que compõem o nome do monarca. Você consegue?



Gabaritos do ENEM

Estão disponíveis no site do ENEM os gabaritos das provas aplicadas nos dias 08 e 09 de novembro.

Acesse o site para conferir:

9.11.14

Análise da prova de História do ENEM 2014

A prova de Ciências Humanas do ENEM 14, aplicada dia 08/11, exigiu dos candidatos bastante atenção e habilidades/competências em leitura e interpretação dos textos.

Algumas das questões não se aprofundavam no contexto histórico, mas o candidato devia ler e interpretar com proficiência para marcar a opção correta. Vejamos um exemplo:
Questão 1 - prova amarela.
Pela leitura do enunciado, fica claro que a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana é para valorizar a identidade do povo afro-brasileiro.
Portanto, nossa resposta é a letra A.

Agora vejamos um outro exemplo de questão, na qual era necessário saber um pouco mais sobre o contexto histórico da época.
Questão 5 - prova amarela.
Nessa questão, que versa sobre a Grécia Antiga, o candidato precisa saber que havia desigualdade social entre os gregos antigos. Nem todos eram cidadãos, portanto não tinham direitos e nem recebiam tratamento igual pelos seus governantes. Por isso, os grupos sociais excluídos na sociedade grega clamavam por mais igualdade e leis mais justas. Cabe lembrar que Sólon (638-558 a.C.), magistrado grego, promulgou um código de leis escritas que aboliu a escravidão por dívida e proibiu os homens de vender filhas e irmãs. Ele é considerado um dos pais da Democracia Ateniense. 
Sendo assim, a opção correta é a letra A - Isonomia - igualdade de tratamento aos cidadãos.

A próxima questão analisada é sobre a relação entre os jesuítas e os povos indígenas na América Colonial, iniciada no século XVI. Vejamos:
Questão 9 - prova amarela.
O conteúdo que essa questão envolve é trabalhado com os estudantes desde o 7º ano do Ensino Fundamental, também é visto no 1º e no 2º ano do Ensino Médio.
Enquanto os colonos pretendiam escravizar os índios para promover a colonização, os jesuítas defendiam a catequização dos nativos. Para facilitar a comunicação com os índios, os missionários estudaram a língua tupi e elaboraram a primeira gramática do idioma indígena, da qual surgiu a língua geral, falada, a partir do século XVII, pela maioria dos membros do sistema colonial brasileiro. Dessa forma, a alternativa a ser marcada é a letra E.

A questão seguinte é sobre a Primeira Guerra Mundial:
Questão 12 - prova amarela.
Ela aborda um dos fatores que culminaram na Primeira Guerra Mundial, envolvendo as grandes potências imperialistas europeias: o acirramento das disputas por territórios entre elas, principalmente nas colônias africanas e asiáticas. Opção certa é a letra B.

A Crise Econômica de 1929 acertou em cheio o Brasil, que era um país dependente da produção e exportação do café.
Questão 18 - prova amarela.

Nesse contexto de crise, o que fez o governo brasileiro é a pergunta da questão 18: além de Getúlio Vargas, presidente a partir de 1930, ter comprado e queimado milhares de sacas de café, o governo iniciou o desenvolvimento de uma política voltada à industrialização. A opção correta é a D.

A questão 20 traz outro tema muito estudado no Ensino Fundamental e no Médio: a Expansão Marítima.
Questão 20 - prova amarela.
O relato histórico apresentado no enunciado da questão fala sobre os medos, os perigos e as incertezas que as viagens marítimas evocavam na alma dos navegadores. Lembram como se chamava o Oceano Atlântico no início do século XV? "MAR TENEBROSO", que assombrava os marinheiros.
Então aquilo que era desconhecido aos europeus lhes causava temor. Por isso assinalamos a letra C.

Agora chegou a vez da Idade Média. A questão número 24 destaca um tema interessante sobre a função da arte medieval na cultura católica, sobretudo dentro dos templos.
Questão 24 - prova amarela.
Considerando que a a maior parte da população medieval era analfabeta, as imagens (pinturas e esculturas) adquiriam um caráter pedagógico, isto é, ajudavam a educar os cristãos e fazê-los aprender os ensinamentos bíblicos a partir da observação da arte. A opção exata é a letra C.

Da Idade Média passamos ao tema da Ditadura Militar no Brasil. A Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela Lei 12528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012, tem atuado no sentido de averiguar episódios que ferem os direitos humanos.
Questão 28 - prova amarela.
Durante a Ditadura Militar (1964 a 1985), houve várias violações dos direitos humanos, como prisões sem julgamentos, práticas de tortura e até execuções. Recentemente, o Governo brasileiro criou a CNV para investigar graves violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. A resposta, portanto, está clara: letra E.

Questão número 30.
Questão 30 - prova amarela.
Oba, acabamos de trabalhar essa matéria no 8º ano do Ensino Fundamental - a Família Real Portuguesa no Brasil.
Desde 1808, quando D. João aportou por aqui, a antiga colônia começou a respirar ares de liberdade. As mudanças que o príncipe regente provocou no Brasil, como por exemplo a assinatura do decreto que permitiu à colônia comercializar com as nações amigas de Portugal, deram maior liberdade para os brasileiros. Isso enfraqueceu o pacto colonial e contribuiu para o Brasil conquistar sua independência em 1822. Alternativa certa: B.


Questão 35
Questão 35 - prova amarela. 
A questão aborda a importância do uso dos meios de comunicação para os diferentes regimes políticos, seja na França ou no Irã.
Destaca a utilização do rádio para mobilizar o povo e os grupos políticos em prol da ideologia defendida pelo difusor das informações. Opção correta: letra B. 


Esperamos que todos os nossos alunos que fizeram o ENEM tenham se saído bem nas provas e desejamos que os futuros candidatos se empenhem cada vez mais nos estudos de História. Essa disciplina é muito rica, em conhecimento e valores culturais, os quais farão a diferença em suas vidas!


Gabarito extraoficial

1 - A
5 - A
9 - E
12 - B
18 - D
20 - C
24 - C
28 - E
30 - B
35 - B