17.3.23

Cultura de massa

O que é cultura de massa?


É aquela veiculada pelos meios de comunicação de massa como rádio, televisão, jornais e revistas de grande circulação e, mais recentemente, pela internet. De acordo com os críticos da indústria cultural, sobre seu impacto no conjunto da sociedade, ela impõe padrões culturais com vistas à homogeneização de hábitos e gostos culturais consumistas articulados com a mercadorização no campo cultural. Suas metas são as vendas e o lucro e, não, o consumo cultural inerente ao processo de formação e desenvolvimento humanos." (Glossário de Cultura. Capturado no site Desenvolvimento e questão social)

O termo indústria cultural foi elaborado em meados do século XX pelos sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer para designar a produção de uma cultura padronizada a ser consumida pelo público massificado. 

Horkheimer e Adorno autores do livro Dialética do esclarecimento (1947).

Os intelectuais criticavam a transformação das obras de arte em produtos padronizados, os quais visavam apenas gerar lucro para a Indústria e manipular a população. O nazifascismo que surgiu na Europa nos anos 1920-1930, por exemplo, explorava o rádio e o cinema para divulgar, para um público cada vez maior, suas produções culturais com a finalidade de doutrinar as massas.

Se as novas tecnologias ajudaram a aumentar a produção e levá-las para muitas pessoas, por outro lado, as peças culturais padronizadas perderam em capacidade de estimular reflexões no público, visto que propõe ideias preconcebidas segundo os interesses das elites dominantes e do mercado.

Atualmente, o termo indústria cultural é aplicado às grandes corporações voltadas à produção musical, cinematográfica etc. Aplicando a lógica capitalista, as corporações buscam produzir algo para agradar  o maior número de pessoas possíveis. Na música, por exemplo, se um estilo musical fez sucesso, rapidamente surgem vários cantores do mesmo estilo e com canções muito semelhantes. O estilo se torna popular e o consumo aumenta. 

A indústria cultural estimula, entre as massas, o consumismo, veiculando, de forma sutil, o modo de vida das elites, as quais prezam pela manutenção de suas riquezas e do próprio sistema capitalista.

Com a padronização e simplificação dos bens culturais, os quais não estimulam a reflexão e a crítica, as massas tornam-se cada vez mais alienadas e alheias aos problemas e às injustiças sociais de sua realidade. 




A Escola de Frankfurt

O conceito de indústria cultural nasceu na Escola de Frankfurt, fundada nos anos 1920, onde Adorno e Horkheimer lideraram um grupo de estudiosos para estudar teoria social e filosofia. 
A escola de Frankfurt, na Alemanha. 


Esse grupo baseava-se nas ideias de Karl Marx, mas foram além delas ao buscar uma alternativa ao capitalismo e ao socialismo. Acreditavam na possibilidade do desenvolvimento de uma sociedade mais justa, sem a dominação da população, como ocorrerá com o nazismo na Alemanha e o socialismo na União Soviética.

Os pesquisadores também criticaram a crença de progresso contínuo, derivado do Iluminismo do século XVIII. Esta concepção acreditava que a razão e o constante aprimoramento tecnológico contribuiriam para o desenvolvimento da humanidade. Contudo, os novos processos e técnicas derivados da razão serviam a outros interesses distanciando-se da ideia de emancipação do ser humano.

Indústria cultural no Brasil

No Brasil a indústria cultural  desenvolveu-se principalmente através dos meios de comunicação: o rádio, a televisão e a Internet.

Os governos sempre tiveram interesse em divulgar ideais específicos por meio dos produtos culturais e de entendimento das multidões. 

O rádio foi amplamente explorado, nos anos 1930, pelo governo Vargas para promover o nacionalismo e o culto a liderança do presidente. Além de veicular a ideologia política, o rádio transmitia anúncios publicitários, de onde vinham suas receitas.

A televisão começou a se popularizar entre os lares brasileiros nos anos 1970 e, até os dias de hoje, é um dos meios de comunicação mais importantes do país. As redes de televisão cresceram com ajuda do Regime Militar (1964-1985) exibindo programas com uma imagem positiva da ditadura. As telenovelas eram sucesso, exaltando o modo de vida da elite e evitando a abordagem dos problemas sociais e o autoritarismo político. 

Nos anos 2000, a Internet surgiu como alternativa mais democrática de meio de comunicação ao permitir a expressão das vozes de outros atores sociais.

Exemplos de indústria cultural

As telenovelas e os serviços de streaming, como a Netflix, são exemplos de produtos da indústria cultural muito consumidos pelas classes mais baixas. Essas programações disseminam valores e procuram padronizar comportamento, incentivam o consumismo e a homogeneidade cultural. O indivíduo vê no entretenimento uma fuga da realidade, marcada pela violência e profunda desigualdade social. 

A cultura de massas favorece a integração entre as classes sociais mascarando as diferenças é conflitos existentes entre elas.

A música também reforça determinados valores e estereótipos. Além das canções que vem dos EUA, no Brasil o estilo sertanejo, funk e pagode estão entre os gêneros mais populares e consumidos.
Cantores do gênero sertanejo universitário apresentam músicas semelhantes que não estimulam o pensamento crítico sobre a realidade política e social do país. 


Desde os anos 1990, com o fim da URSS e a vitória do Capitalismo e a intensificação do fenômeno da Globalização, os EUA têm exercido influência sobre a Indústria Cultural. Nesse sentido, as produções incentivam o consumismo e padronizam comportamentos.


Estudar o tema e compreender a dinâmica da Indústria cultural é de suma importância para os estudantes desenvolverem consciência crítica para resistir à alienação da cultura de massa. 

Referências bibliográficas


FIOCRUZ. Indústria cultural

Atividades (Questões do ENEM) aqui.

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