18.9.17

Outra ditadura militar no Brasil?



Os militares ficaram 21 anos no poder, sem qualquer oposição e nada fizeram pelo país, senão aumentar as desigualdades sociais, suprimir direitos civis e políticos, além de abrir o mercado para o capital estrangeiro, especialmente o norte-americano, que havia apoiado o golpe de 1964, retardando projetos de desenvolvimento da economia nacional.

Agora, em meio a crise ética e política em que estamos mergulhados, o alto comando do exército pensa em fazer nova intervenção no campo político. Será que o povo brasileiro aceitará essa abominação novamente?

Movimentos políticos ilegítimos, como o impeachment da Dilma, contribuem para a instabilidade e abalam a democracia, some a isso uma crise econômica, e teremos um contexto favorável a todo tipo de discurso autoritário. Mas a omissão do Partido dos Trabalhadores, que governou o país por treze anos, também favoreceu a ala golpista do exército. Por que o PT não renovou as lideranças militares? Por que o PT não fez uma reforma constitucional especificando as  atribuições das forças armadas, mantendo-as afastadas da política? Por que o PT não alterou o currículo da academia de formação de oficiais e de escolas militares, como a ESG, visando formar uma geração democrática, com apego às leis e aos direitos humanos? Por que o PT não fez o enfrentamento com Comissão Nacional da Verdade para pesquisar os crimes cometidos, durante a ditadura, pelos militares e os abusos contra os direitos humanos?

Enfim, governo omisso também contribui para a proliferação do ódio, da intolerância e do autoritarismo na política, a qual deveria ser a arte de governar pelo bem comum e promover o bem-estar de todos os cidadãos. Se o partido e seus aliados tivessem feito os enfrentamentos e reparações quando estavam no poder, provavelmente, não estaríamos correndo risco de uma nova intervenção militar na política. 

Agora devemos crer, se é que tal coisa seja possível, que o general que falou o absurdo noticiado na manchete e ainda afirmou que o alto comando do exército pensa dessa mesma forma, receberá a devida punição, para ele se lembrar que é um soldado e não político.

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