26.12.12

Futebol 1 x 0 Serviços públicos


No dia 21 de dezembro o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, entregou o estádio para a Copa 2014, o Mineirão.
O Mineirão passou por uma grande reforma de modernização, orçada em mais de R$ 600 milhões.
Tucanos e petistas durante a solenidade de inauguração.

Esse polpudo investimento é, justamente, o que o povo de Minas Gerais necessitava. Estamos todos satisfeitos de ter em nosso estado uma obra que tem o mesmo nível de qualidade das similares existentes na Europa e nos E.U.A.
O novo Mineirão.

As pessoas  que participaram da solenidade exaltaram bastante esse fato, festejando que agora o Mineirão atende às exigências da FIFA e que tem os mesmos padrões de conforto  e segurança encontrados nos estádios internacionais.
Que orgulho! Afinal o futebol muda nossas vidas, é um bem necessário e precisa receber todos os estímulos governamentais para que se desenvolva plenamente.

Apesar de nossa dura realidade, em Leopoldina, por exemplo, onde toda a população reclama da precariedade do atendimento do hospital, onde faltam médicos, enfermeiros, remédios e atendimento com qualidade, estamos orgulhosos por ver que nosso dinheiro foi tão bem aplicado em um estádio de futebol tão moderno!

Apesar de termos escolas sem acesso à internet para os alunos, onde faltam bolas, petecas, estrutura adequada para a prática de esportes e que tem professores mal remunerados estamos felizes de ver o quão belo ficou o Mineirão, que foi ricamente preparado para receber nove grandes jogos internacionais na Copa das Confederações, em 2013, e na Copa de 2014.

Mesmo vivendo com a grande insegurança que paira em nossos corações devido ao aumento da criminalidade e das drogas em nosso Estado, e no país como um todo, continuaremos orgulhosos do nosso Mineirão! Ficaremos presos em nossas casas desfrutando do novo estádio e dos grandes jogos, mesmo que seja pela televisão.


Enquanto os investimentos públicos para a Copa não tem “freio”, o governo de Minas Gerais anunciou, faz pouco tempo, que não cumprirá a determinação da Constituição Federal de 1988 no tocante aos percentuais mínimos que precisa aplicar em Educação e Saúde. No primeiro setor, o Estado precisa investir pelo menos 25% de seu orçamento anual, no último são 12%. O que significa que teremos menos verbas para aquelas áreas. (Leia a notícia clicando aqui).

Cabe ressaltar que por Governo do estado entendam-se os três poderes, Executivo, Legislativo e o Judiciário. Todos são responsáveis pela governança e permitiram que o governador não cumprisse os dispositivos constitucionais, e que reduzisse os percentuais que irá destinar à Saúde e à Educação em, respectivamente 10,84% e 23,96% em 2013. Há que se economizar bastante com essas áreas, pois organizar uma Copa do Mundo demanda um colossal esforço financeiro!

Mas isso pouco importa... Quem liga para isso. Estamos muito felizes com o estádio novo que recebemos do governador e com a Copa que se aproxima. Educação, Saúde e Segurança não são fundamentais em nossas vidas, o que é de fato importante para nós é o futebol e o espetáculo que ele nos proporciona.

A política praticada pelo governo é a do “pão e circo”, que surgiu na Roma Imperial, há mais de 1500 anos. Essa estratégia é “velha”, mas bastante eficaz e com roupagens contemporâneas funciona perfeitamente. Ela serve para enganar o povo e manipular seu coração.

Em Roma havia o suntuoso Coliseu e as lutas de gladiadores promovidas pelo império. Eram verdadeiros espetáculos públicos, onde a massa popular recebia pão e vinho ao mesmo tempo em que assistia à selvageria dos combates. Enquanto o povo se divertia com as lutas, não havia tempo e nem vontade de olhar para os problemas romanos, que eram bem parecidos com os nossos atuais – corrupção, desemprego etc.

No Brasil os governos nos oferecem espetáculos, como as olimpíadas e a copa do mundo, para aliviar a tensão social e desviar o foco do povo dos problemas cotidianos, tais como desemprego, violência, corrupção, exploração do trabalhador e falta de saúde, educação e saneamento básico.
Assim voltamos nossas atenções para os jogos, nos divertimos e sequer lembramos que o dinheiro público, o nosso dinheiro, está indo pelo ralo.

Será que a população aprovaria essas decisões? O que você, cidadão, escolheria: investir o dinheiro público em um estádio de futebol ou melhorar o hospital de sua cidade ou a escola que seus filhos frequentam?

Apesar de todas as dificuldades cotidianas que somos obrigados a enfrentar, hoje podemos nos gabar de que temos um estádio de futebol no mesmo nível dos similares europeus. Segundo os visitantes da cerimônia de entrega do novo Mineirão, o estádio não perde para nenhum outro da Europa.

Só gostaria de saber quando poderemos nos gabar de ter Saúde, Educação e segurança para todos do mesmo nível dos melhores países da Europa.



O texto foi publicado no Jornal Tribuna do Povo, nº 637 (15 fev. 2013).
Clique na imagem para ler.

23.12.12

Férias!


Uma imagem que vale mais que mil palavras!

O Blog faz uma pausa para as férias e o merecido descanso. Mas permaneceremos de olho na História e na Educação!
Retornamos em breve.

Boas férias para os alunos e professores!

20.12.12

Aprovado projeto de lei que regulamenta carga horária dos professores em MG

Os deputados estaduais aprovaram o Projeto de Lei 3.462/12 que modifica a carreira dos professores da rede estadual de Educação Básica de Minas Gerais.

Com a aprovação dessa lei a carga horária dos professores de 24 horas semanais passa a ter a seguinte composição: 16 horas dedicadas à docência e 8 horas destinadas às atividades extraclasse. Das 8 horas, o docente deverá cumprir 4 horas em local de sua própria escolha e o restante na escola onde atua, ou em local escolhido pelo diretor de sua unidade de ensino.

A Lei também criou dois dispositivos, o Adicional por Extensão de Jornada (AEJ) e o Adicional por Exigência Curricular (AEC), para os casos em que a carga horária do professor exceder as 16 horas semanais.
Os adicionais poderão ser incorporados aos proventos de aposentadoria e seu pagamento será garantido no período de férias regulamentares.

Depois de aprovada na Assembleia Legislativa de MG, no dia 18 de dezembro, a Lei aguarda a sanção do governador do Estado e vigorará a partir de 1º de janeiro de 2013.
A medida atende a uma determinação da Lei Federal Nº 11.738/08 -  a Lei do piso salarial - que estabelece o limite máximo de 2/3 da carga horária do professor para atividades de interação com os educandos. O restante de sua carga horária deve ser ocupada com planejamento, correção de provas, cursos etc.

Leia mais sobre a regulamentação da carga horária em:





4.12.12

Novo artigo no Tribuna do Povo!

O Portal do Tribuna do Povo é um site de excelência, traz notícias de toda a Zona da Mata Mineira, especialmente Leopoldina, e um vasto conteúdo sobre os principais acontecimentos políticos, sociais e econômicos da Região.

Mais uma vez um de nossos textos, costumeiramente postados aqui no Blog, foi parar nas páginas do Portal do Tribuna do Povo. Clique na imagem abaixo e confira o assunto abordado neste artigo:



Obrigado pela força!

30.11.12

Como deve ser a gestão da escola pública?

Provavelmente você já deve ter ouvido os termos "gestão democrática", "colegiado escolar" e "proposta político-pedagógica".

O que esses termos possuem em comum? Todos eles fazem parte da administração das instituições públicas de ensino. São esses conceitos que, se praticados corretamente, podem contribuir para a melhoria do ensino nas escolas de educação básica.

Não basta ter professores qualificados nas salas de aulas, se não houver um eficiente sistema de administração escolar e um projeto político-pedagógico que estampe a identidade do educandário e de sua comunidade escolar a escola nunca terá a qualidade social almejada.

Todos sabem o quanto a Democracia é importante para a vida pública e coletiva do país. E  na administração das instituições públicas de ensino, não é diferente. Mas será que nossas escolas são realmente democráticas? O colegiado escolar é realmente atuante no cotidiano escolar? E o projeto pedagógico da escola funciona, identifica os anseios e as metas da comunidade ou é um documento que fica apenas engavetado no arquivo?

Nesta breve reflexão destacaremos alguns aspectos administrativos e pedagógicos que consideramos fundamentais para que a Escola Pública possa ter sucesso e consiga executar seu trabalho, tendo em vista o atual contexto político, cultural e social, que desafia os educadores e questiona o papel da escola no século XXI. 

Num passado recente, até meados da década de 1990, a gestão escolar era bastante centralizada na figura do Diretor, que tinha amplos poderes para decidir os rumos que a escola tomaria. Suas decisões eram acatadas por todos, com pouco ou nenhum questionamento da comunidade escolar, isto é, professores, demais funcionários, alunos e pais.

Nessas escolas, a participação da comunidade escolar era bastante limitada e cerceada pelo "mandonismo" dos diretores. Esse costume autoritário, praticamente ditatorial, provém da época da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), quando os militares que estavam no poder mandavam e o povo obedecia.

Mas o cenário político e social do Brasil mudou, caiu a Ditadura, retornamos para a Democracia  e  as escolas também mudaram. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394 de 1996 estabelece que o Ensino Público terá como um de seus princípios a gestão democrática.

Um grupo de pesquisadoras da Faculdade de Educação da UNICAMP argumenta que a Gestão democrática é "uma oportunidade real de transformar a escola em um espaço público onde diversas pessoas têm a possibilidade de articular suas idéias, estabelecer diálogo e considerar diferentes pontos de vista." (http://www.amparo.sp.gov.br/noticias/agencia/2002/2002_dez/021227_gest-democratic.htm acesso em 29 out. 2012). 

Como podemos perceber, a Democracia na escola é muito importante. Ela evita o autoritarismo do Diretor, descentraliza o poder decisório, envolvendo todos os agentes da Comunidade Escolar - gestores, professores, alunos e pais - no processo de construção de uma Escola de Qualidade.

Será que as escolas acordaram para o século XXI? Será que alguns gestores aplicam os princípios da Gestão democrática na administração escolar?

Infelizmente, a cultura do autoritarismo ainda deixou resquícios nos dias atuais. Apesar do fim da Ditadura, não é difícil encontrar por aí diretores que se acham "donos" de escolas, que na verdade pertencem às comunidades onde elas estão inseridas. 
Gestores assim agem como verdadeiros ditadores, perseguem professores, tentam impor suas vontades, suas crenças, misturam religião com poder e acreditam estar acima do bem, do mal, da Lei e da própria vontade coletiva. Em alguns casos, eles recebem o apoio de um "seleto" grupo de professores, alunos e até pais que, geralmente, partilham dos mesmos ideais ou crenças, possuem ambições semelhantes ou têm medo de contrariar seu superior hierárquico. Enquanto o grupo escolhido é protegido e beneficiado na escola, por corroborar os mandos e desmandos, aqueles que não aceitam o jugo da tirania e não se submetem às vontades do diretor são covardemente perseguidos, através das mais nefastas estratégias. 

Os atos desse tipo anacrônico de agente público não se pautam na legalidade e nem possuem respaldo junto à maior parte da comunidade. Eles se baseiam unicamente na coerção, no medo, nas ameaças e perseguições contra os membros da Comunidade Escolar ou de fração dela.

Gestores com esse perfil, que é o pior possível, não respeitam as diferenças, não valorizam a diversidade, não conseguem conviver com a pluralidade de ideias, diferenças culturais, religiosas e de pensamento. Dessa forma, contrariam outros princípios estabelecidos pela Lei 9.394/96, a saber: o pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e respeito à liberdade e apreço à tolerância.

Imagine só quanta riqueza étnica e cultural não temos nas escolas públicas. São pessoas de todas as cores e classes sociais que frequentam diariamente a escola e precisam aprender a conviver harmonicamente em suas diferenças, a começar pelo exemplo do Diretor, que é o líder da Escola. 


Mas gestores "mandões" não são líderes, são chefes com síndrome do autoritarismo, a mesma que atormentava Adolf Hitler, o sanguinário ditador alemão, que promoveu o Holocausto, com apoio de parte significativa do povo alemão. 
O ditador, sustentado por parte de seu povo, perseguiu e matou milhões de judeus, ciganos, homossexuais e portadores de necessidades especiais só porque os considerava "diferentes" e "inferiores", do ponto de vista racial, cultural e religioso.

A História já nos deu inúmeras provas que qualquer tipo de intolerância gera perseguições e conflitos. Sem respeito e sem diálogo, nunca teremos uma Democracia  plena e continuaremos assistindo ao ressurgimento de novas e terríveis barbáries, como ocorreu com o Nazismo de Hitler.

Acreditamos que nas escolas onde predomina o autoritarismo administrativo não é possível a existência de um ambiente adequado e saudável, capaz de formar pessoas autônomas, tolerantes e respeitadoras das diferenças culturais e de expressão do próximo. Afinal, como um cidadão educado em um ambiente antidemocrático vai saber viver em uma sociedade que pretende ser democrática?

Enfim, podemos perceber que a democracia na escola e na sociedade não pode ser apenas de fachada, tem que ser vivida, exercitada e trabalhada diariamente. Se quisermos uma Educação com Qualidade e uma sociedade mais justa, precisamos de uma escola que valorize a diversidade, em todas as suas formas, e que priorize o respeito nas relações entre os indivíduos.
Precisamos aprender a conviver com as diferenças de opinião e a respeitar o próximo. Na escola, as decisões são coletivas, devem expressar a vontade da maioria da comunidade escolar, e não somente a vontade de um Diretor e de seu restrito grupo de apoio.

Os gestores das escolas públicas precisam compreender, definitivamente, que a Gestão Democrática precisa funcionar e deve garantir a "participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional." (http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2666/gestao-democratica-escolar acesso em 29 de out. 2012). 

Portanto, a participação social, tem que envolver todos os segmentos da Comunidade Escolar, não pode excluir pessoas e ser um privilégio de alguns. 
Toda a comunidade escolar tem o direito de participar das discussões e decisões sobre a aplicação das verbas, a elaboração de projetos pedagógicos e quaisquer outros temas que estejam relacionados à coletividade. Quem consegue envolver a comunidade com os assuntos escolares é um bom gestor, um líder de verdade, quem não consegue é apenas um diretor.




Texto publicado no Jornal do Sind-UTE/MG - Subsede de Leopoldina


* Atualizado em 11/11/2015

15.11.12

Resultado da enquete sobre alimentos transgênicos

A enquete está encerrada. O Blog perguntou: QUANDO VOCÊ COMPRA ALIMENTOS QUAIS PREFERE?

Confira o resultado:


  • Escolho os orgânicos, sem uso de agrotóxicos.   10 votos (50%)
  • Prefiro os transgênicos, pois tem maior valor nutricional.   4 votos (20%)
  • Escolho qualquer um, independente de sua origem.   5 votos (25%)
  • Pego os mais baratos, preço baixo é o que importa.  1 voto (5%)

Total de votos: 20

O blog Acrópole agradece a sua participação!

Continue participando, deixando sua opinião sobre nossos posts e votando nas novas enquetes.

10.11.12

O início da colonização portuguesa no Brasil

Os alunos do 7º ano do CIEP 280 estão estudando como começou a colonização do Brasil pelos portugueses.

Aprendemos que, nas primeiras décadas do século XVI, os portugueses deram pouca importância para a América, pois estavam muito ocupados com o lucrativo comércio das especiarias no Oriente.
Contudo, a presença de navios de outros países como, por exemplo, da França, no litoral do Brasil, alertaram os portugueses para o risco de perder suas terras.

A partir de então os lusitanos começaram a fundar feitorias para policiar o litoral brasileiro, além de enviarem expedições colonizadoras para guarnecer a costa, ocupar as terras e evitar que elas fossem invadidas e tomadas pelos concorrentes europeus.

Nesse sentido, em 1531 chegou ao Brasil  Martim Afonso de Sousa, um nobre português, que comandava uma expedição com cinco navios e mais de 400 homens. Além de explorar a costa brasileira. Martin Afonso de Sousa fundou a primeira vila portuguesa no Brasil - São Vicente, no litoral de São Paulo.

Fundação de São Vicente (1900) - óleo sobre tela de Benedito Calixto. Museu Paulista-SP
São Vicente atualmente. Um belo local para se visitar!
O nobre português também trouxe para a colônia as primeiras mudas de cana de açúcar, que posteriormente seria amplamente cultivada no Nordeste brasileiro.

O pau-brasil, árvore que crescia abundantemente ao longo do litoral brasileiro, foi a primeira atividade econômica explorada pelos portugueses. Eles forneciam quinquilharias (espelhos, facas, miçangas, pentes e anzóis) para os índios, em troca de que esses cortassem as árvores e as levassem até os navios.
Desmatamento - foi uma das consequências da exploração do pau-brasil, árvore da qual os portugueses extraíam tinta vermelha usada para tingir tecidos.

Para promover com mais intensidade a ocupação dos territórios na América portuguesa, o rei de Portugal adotou, em 1534, o sistema de Capitanias Hereditárias, o qual consistia em ceder faixas de terras para nobres, militares e comerciantes portugueses interessados em povoá-las. Com essa medida, a Coroa esperava colonizar suas terras e arrecadar impostos dos colonos.
Será que os povos indígenas que viviam no Brasil gostaram das Capitanias Hereditárias?

O sistema de capitanias não funcionou bem, devido a falta de investimentos dos capitães donatários (pessoas que recebiam as capitanias do Rei) e aos conflitos com os índios, que não aceitaram a ocupação de suas terras e nem o trabalho escravo.
Índios em luta contra os europeus. A colonização não ocorreu pacificamente.



Com o fracasso do sistema, a coroa nomeou um governador-geral, para representar o Rei na colônia, a partir de 1548. O governador tinha como principais atribuições administrar a colônia, aplicar a justiça, procurar por metais precioso, dentre outras.

O primeiro governador-geral foi o militar português - Tomé de Souza - que chegou no Brasil em 1549, mesmo ano em que fundou Salvador, que se tornou a sede da Administração na colônia.
Tomé de Souza chega ao Brasil em 1549, para administrar a colônia portuguesa.
O governador fundou vilas, fortes e prédios administrativos. Ele trouxe consigo Jesuítas, ordem religiosa que tinha o objetivo de catequizar os nativos, que o ajudaram a pacificar os índios. Após a paz, índios e portugueses retomaram a prática do escambo (troca de mercadorias por). Tomé de Souza restringiu a escravidão somente aos indígenas que resistissem à colonização. Seu mandato durou até 1553, quando foi sucedido por Duarte da Costa.



4.11.12

Temas do ENEM trabalhados com o 3º ano

Observamos na avaliação do ENEM 2012 a presença de diversas questões que abordaram assuntos trabalhados com o 3º ano do Ensino Médio, da E. E. Luiz Salgado Lima, ao longo desse ano letivo.

Temas como a Guerra do Vietnã, Movimento Negro nos E.U.A e Segunda Guerra Mundial foram trabalhados através de resumos, aulas expositivas, atividades e filmes, marcaram presença na avaliação do ENEM 2012. 

Só não acertará essas questões aqueles alunos que não prestaram atenção nas aulas, ou os que não se prepararam adequadamente para uma avaliação tão importante quanto o Exame Nacional do Ensino Médio.

Vejamos algumas questões do Caderno amarelo do ENEM, que estão disponíveis nos sites Uol e Globo, cujos temas foram trabalhados em sala de aula:

Questão nº 10

Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963
Disponível em: www.plamares.gov.br. Acesso em: 30 nove. 2011 (adaptado).

O cenário vivenciado pela população negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social. Nessa época, surgiram reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King e objetivavam

a) a conquista de direitos civis para a população negra.
b) o apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano.
c) a supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista.
d) a incorporação dos negros no mercado de trabalho.
e) a aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano. 

Questão nº 14

Com sua entrada no universo dos gibis, o Capitão chegaria para apaziguar a agonia, o autoritarismo militar e combater a tirania. Claro que, em tempos de guerra, um gibi de um herói  com uma bandeira americana no peito aplicando um sopapo no Fuhrer só poderia ganhar destaque, e o sucesso não demoraria muito a chegar.
COSTA, C. Capitão América, o primeiro vingador: crítica. Disponível em : www.revistastart.com.br Acesso em: 27 jan. 2012 (adaptado).

A capa da primeira edição norte-americana da revista do Capitão América demonstra sua associação com a participação dos Estados Unidos na luta contra

a) A Tríplice aliança, na primeira guerra mundial.
b) Os regimes totalitários, na segunda guerra mundial.
c) O poder soviético, durante a guerra fria.
d) O movimento comunista, na guerra do Vietnã.
e) O terrorismo internacional, após 11 de setembro de 2001.

Questão nº 15


Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra, movimentos como o Maio de 1968 ou a campanha contra guerra do Vietnã culminaram no estabelecimento de diferentes formas de participação política. Seus slogans, tais como “Quando penso em revolução quero fazer amor”, se tornaram símbolos da agitação cultural nos anos 1960, cuja inovação 
relacionava-se

a) À contestação da crise econômica europeia, que fora provocada pela manutenção das guerras coloniais.
b) À organização partidária da juventude  comunista, visando o estabelecimento da ditadura do proletariado.
c) À unificação das noções de libertação individual, fornecendo um significado político ao uso do corpo.
d) À defesa do amor cristão e monogâmico, com fins à reprodução, que era tomado como solução para os conflitos 
sociais.
e) Ao reconhecimento da cultura das gerações passadas, que conviveram com a emergência do rock e de outras mudanças nos costumes.


Gabarito (não-oficial):
10: A
14: B
15: C

3.11.12

O reflexo da indisciplina no ENEM

Alunos chegando atrasados nas salas de aulas, uso indiscriminado de celulares e redes sociais durante as aulas... Parece que estamos em uma escola pública, num dia comum, onde os estudantes chegam e saem na hora que querem, entram após o horário inicial, interrompendo as aulas, usam e abusam de celulares e outros aparelhos eletrônicos durante as aulas.
Mas a situação relatada acima está acontecendo agora, em locais onde estão sendo realizados o ENEM (exame nacional do ensino médio), porém os critérios e a fiscalização mais rigorosa que envolvem o Exame não facilitaram a vida dos "transgressores".

Regras simples, tais como chegar na hora certa e não utilizar equipamentos eletrônicos durante a prova, não são perdoadas pelos organizadores do ENEM e nem por nenhum outro Concurso Público. Nós, professores, cansamos de alertar nossos alunos sobre essas questões, contudo eles parecem não ouvir. Ficam mais preocupados em ligar o ipod, o mp3 ou celular do que ouvir o professor.

A escola perdoa as falhas cometidas pelos estudantes, mas a escola da vida não deixa esses erros passarem em branco. Os candidatos que não seguiram as regras do ENEM - chegar na hora e não utilizar aparelhos eletrônicos - se deram mal, foram penalizados. Os que chegaram atrasados, mesmo que por alguns minutos, não puderam fazer a avaliação. Já os que abusaram dos aparelhos eletrônicos e fotografaram as provas foram desclassificados.

Vamos ficar atentos, pessoal. Os estudantes interessados em prestar concursos públicos devem começar a se educar e a desenvolver senso de disciplina desde o Ensino Fundamental. Precisam aprender como devem se portar antes, durante e depois em um processo seletivo. Não basta estudar, tem que ter disciplina e seguir as regras.
Que tal começar a observar as normas de sua escola para não fazer feio fora dela?

Leia mais sobre os atrasos e as desclassificações do ENEM 2012 clicando nos links abaixo:


Estamos na Tribuna do Povo!

Nosso texto "O resultado da falta de educação generalizada" foi publicado no Portal Tribuna do Povo, o jornal mais tradicional de Leopoldina e região.

Acesse o portal, confira notícias e acompanhe nossa coluna, clicando na imagem abaixo:

30.10.12

Auxílio-qualificação - SEEDUC-RJ

Por meio de nota divulgada no site, a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro informou que pagará aos professores regentes o auxílio-qualificação, no valor de R$ 500,00.

A quantia será depositada na conta corrente dos professores, até o dia 10 de novembro.

O recurso repassado aos docentes deve ser aplicado na aquisição de bens pedagógicos e culturais, tais como livros, DVDs, entradas para teatro, cinema dentre outras atividades.

3.10.12

Eric Hobsbawm (1917 - 2012)

Nosso blog está de luto devido ao recente falecimento de um dos maiores historiadores do século XX, o britânico Eric Hobsbawm.

Sua obra foi bastante difundida no Brasil e influenciou a formação de muitos acadêmicos e pesquisadores de História, portanto, sua visão de mundo e sua memória continuarão bem vivas no universo do Saber.

Assista e leia mais sobre a vida e a obra do Historiador britânico:









09/06/1917 - 01/10/2012



20.9.12

Comer ou não comer? Eis a questão!


Você conhece o símbolo acima? Já notou que ele está presente nas embalagens de diversos alimentos e de ração para animais domésticos?
Você sabe o que esse símbolo representa?

Ele indica que o produto da embalagem contém organismos que foram alterados geneticamente (OGMs), isto é, quando eles recebem genes de outros organismos para determinado fim. Por exemplo, quando sementes de alimentos recebem em laboratórios genes (material genético) de  bactérias, vírus ou fungos para se tornarem mais resistentes ás pragas e às alterações climáticas.

Por que tal modificação genética é feita? Segundo os defensores da alteração genética dos alimentos a ação resulta no fortalecimento dos organismos aos fungos e bactérias, e o seu cultivo exige menos o uso dos agrotóxicos. Outros benefícios também são agregados aos vegetais transgênicos, tais como o aumento de seu valor nutricional e de sua resistência ao tempo para estocagem. Eles também argumentam que a produção de transgênico é mais barata e pode ser a solução para acabar com a fome no mundo.

No site Canal Kids há uma explicação sobre o Alimentos Transgênicos, voltada para o público infantojuvenil. De forma acrítica e bastante parcial, o site classifica os alimentos geneticamente modificados como superalimentos, sendo mais saudáveis, fortes e menos gordurosos porque foram criados pela Ciência. (http://www.canalkids.com.br/cultura/ciencias/biologia/transgenicos.htm).
A publicação também conta com uma ilustração de vegetais fantasiados com roupas de conhecidos super-heróis de filmes, desenhos e games associando, desse modo, o poder do herói ao consumo de alimento transgênico.

Será que os alimentos transgênicos são tão benéficos assim? Em minha graduação, pelos idos de 2003-4, sempre escutei de um sábio e saudoso professor que os transgênicos representavam um risco para a saúde humana. Passados quase dez anos as incertezas sobre a segurança dos alimentos transgênicos para a saúde humana permanecem vivas na comunidade científica.
Não é incomum encontrarmos notícias em jornais e sites informando que pesquisas com alimentos transgênicos não tem obtido bons resultados.
Uma notícia  publicada na página de Ciência do portal Uol informa que um estudo estrangeiro demonstrou que ratos alimentados com milho geneticamente modificado morrem mais rápido que os demais. Eles também tem maior propensão de sofrerem com o câncer.  (http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2012/09/19/transgenicos-matam-mais-cedo-e-causam-ate-tres-vezes-mais-cancer-em-ratos-diz-estudo.htm)

O resultado do estudo é extremamente preocupante e corrobora as restrições defendidas por parte da Comunidade científica com relação à produção e à comercialização de alimentos transgênicos.
No site do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor há um alerta para os riscos decorrentes dos alimentos transgênicos, tanto para os humanos quanto para o Meio Ambiente. Uma vez que a alteração genética dos organismos pode causar implicações na saúde,  provocando o surgimento de novas doenças, e prejudicar o meio ambiente, pois os insetos e ervas-daninhas, parasitas naturais das plantações, também desenvolverão resistência aos transgênicos, ao longo do tempo, e exigirão o uso de produtos agroquímicos para controlar sua atuação sobre a agricultura. Todos sabem o quanto isso é prejudicial para o solo e para os cursos d'água.  

Apesar dos riscos e das incertezas que envolvem a alteração genética dos alimentos, tornou-se comum encontrar alimentos nas prateleiras dos supermercados que possuem ingredientes transgênicos. Salgadinhos (Fandangos e Doritos, por exemplo, que são tão apreciados pelas crianças), óleo de soja e outros produtos à base de cereais.
Aquele rótulo que mostramos acima, no início do texto, vem estampado na embalagem dos produtos. As empresas são obrigadas a informarem ao consumidor se há presença de ingredientes transgênicos em seus produtos, de acordo com legislação específica(Decreto nº 4.680/2003). Algumas empresas sonegaram o direito de informar ao consumidor que seus produtos possuem ingredientes geneticamente modificados, mas devido às denúncias de ONGs e a apuração do Ministério Público federal, a rotulagem começou a ser realizada corretamente.

O uso de ingredientes transgênicos beneficia, certamente, os laboratórios de pesquisa e engenharia genética, as empresas de produtos agrotóxicos e o agronegócio de maneira geral. Esta grande indústria exerce forte pressão política sobre os parlamentares, para que esses adotem legislações mais flexíveis à livre produção e comercialização dos transgênicos. Alguns deputados e senadores trabalham para atender aos interesses das grandes empresas, dos produtores rurais e dos laboratórios de produtos agroquímicos e, portanto, pouco se importam com o bem estar da população, pela qual deveriam zelar.
Para esses setores da sociedade, que se beneficiam diretamente dos transgênicos, os resultados negativos das pesquisas, como o da mencionada nesse texto, não tem grande valor. O que é de fato relevante, para eles, é a eliminação das barreiras comerciais dos produtos transgênicos. Mesmo que isso custe a saúde das pessoas e a integridade ambiental, o negócio não pode parar. 



Qual é a sua opinião acerca dos produtos transgênicos? Eles devem ser comercializados livremente, sem restrições? Os transgênicos podem acabar com a fome no Mundo? Ou você prefere comer alimentos naturais, sem alterações genéticas e com o mínimo possível de agrotóxicos?
Vamos fazer uma enquete para descobrir sua opinião a respeito do tema!

Fique a vontade para discordar, concordar ou complementar o post, deixando seu comentário. Sua opinião é importante para nós. 

Ativistas do GreenPeace em ação:


11.9.12

A transferência da Família Real para o Brasil

Slides com informações do contexto histórico da mudança da família real portuguesa para o Brasil, em 1808 e as consequências que tal fato provocou na próspera colônia no trópico Sul.


Avaliação






8.9.12

O "esporte" da moda: MMA

Coliseu, construído entre os anos 70 e 80 d. C.
Os desafios de luta não são novidades na História. Desde a Antiguidade, combates são realizados para entreter o público e sempre fizeram grande sucesso. Na Roma Antiga, temos um exemplo Clássico. O grande e maravilhoso Coliseu de Roma era o palco das lutas dos Gladiadores, que enfrentavam animais selvagens e também se enfrentavam mutuamente, às vezes, até a morte.

Os combates eram divulgados em cartazes, espalhados pelas ruas de Roma. Em alguns eventos, a entrada era gratuita e a plebe (massa popular de Roma) ainda recebia pão enquanto assistia ao espetáculo. Esse fato ficou conhecido como a "política do pão e circo" (http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=171), uma estratégia dos políticos romanos para distrair o povo, fazendo-o se esquecer dos problemas sociais cotidianos, e conseguir apoio popular.

Os gladiadores, em muitos casos, eram escravos, alguns faziam fama e obtinham glória com suas vitórias. Eles eram assistidos por, aproximadamente, 50 mil romanos que vibravam e se divertiam com as batalhas.

Mas não iremos abordar aqui os gladiadores antigos. Trataremos do esporte dos "gladiadores do terceiro milênio", nas palavras de Galvão Bueno, em referência aos lutadores do passado. Os gladiadores de hoje são os praticantes do MMA.

MMA é a sigla para Mixed Martial Arts, que se traduz em Artes marciais mistas. Essa modalidade de luta reúne golpes e técnicas de diversas artes marciais, tais como Karatê, Judô, Jiu Jitsu, Boxe, dentre outras e também é conhecida como Vale Tudo.

Esse esporte tem sua origem ligada ao Brasil, na década de 1930. Nessa época, alguns membros da família Gracie, responsável por aperfeiçoar técnicas de jiu jitsu, desafiavam lutadores de capoeira, judô etc.

No início da década de 1990, os Gracie levaram a ideia para os EUA e criaram o UFC (Ultimate Fighting Championship), um torneio que reunia lutadores de diversas partes do Mundo. Havia poucas regras e os combates eram bastante violentos.

Logo um grupo de americanos comprou o UFC e, após uma década, o evento tornou-se o principal do Mundo na modalidade MMA. Aqui no Brasil, o Vale Tudo existe há alguns anos, porém não tinha tanta popularidade, pois os eventos oficiais eram transmitidos apenas na TV a cabo.
Contudo, a situação se inverteu a partir do momento que uma rede de TV aberta adquiriu os direitos para exibir um evento do UFC em sua grade de programação.

No dia 27 de agosto de 2011, a RedeTV exibiu o UFC RIO e faturou alto. Estima-se que tenha arrecado R$ 4,8 milhões de patrocínios, os quais foram exibidos durante a transmissão do evento. Naquela noite, a emissora também registrou a maior audiência de sua história e ficou atrás somente da Rede Globo. (http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2011/08/31/audiencia-do-ufc-rio-chama-atencao-de-band-e-globo/)

O esporte, reconhecidamente violento, atrai cada vez mais o público e não para de crescer. Há alguns meses a TV Globo, uma das maiores emissoras do mundo, adquiriu os direitos para exibir alguns eventos do UFC, já transmitiu algumas lutas e até um reality show de MMA. Os efeitos da popularização do esporte pela TV aberta são sensíveis.
A procura por academias e por aulas de jiu jitsu e muay thai (boxe tailandês) aumentou bastante, dentre os jovens principalmente. Os adolescentes nas escolas só falam em lutar, em nocautear e treinar para ficar com o corpo igual ao do seu lutador preferido. Pensam que assim serão mais homens, adquirindo mais tamanho e força, algo tipicamente machista.

Junto com o UFC, com os seus carismáticos lutadores e com os programas de lutas na TV e na internet, estão os anunciantes de diversos produtos esportivos, como tatames, kimonos, luvas, suplementos alimentares etc.



O mercado de suplementos é um claro exemplo do impacto causado pelo MMA no mercado, na publicidade e no comportamento dos consumidores. Segundo dados colhidos na internet, ele movimenta cerca de $ 400 milhões de dólares no Brasil, muitas projeções apontam que o segmento terá um crescimento de 10% anual, e é um dos que lucra bastante com a "onda" do UFC.

Os suplementos alimentares são encontrados facilmente em qualquer esquina, nas farmácias e academias, e são vendidos sem a necessidade de prescrição médica ou nutricionista. Diversos atletas/lutadores de MMA são patrocinados por empresas fabricantes dos suplementos, tornando-se seus garotos-propaganda, e passam a ter suas imagens estampadas nos catálogos, sites, comerciais de televisão e pacotes dos tais produtos.
As embalagens dos suplementos sugerem que o consumo do produto deixará o corpo do usuário com músculos volumosos e definidos. 

Os aparentes benefícios dos suplementos camuflam os riscos intrínsecos ao consumo exagerado e sem orientação especializada. Diversos prejuízos podem ocorrer no corpo do usuário, como por exemplo, o comprometimento do funcionamento dos rins e do fígado. (http://saude.abril.com.br/edicoes/0309/corpo/conteudo_448564.shtml?pag=2)

$ 1 bilhão de dólares é o valor estimado do UFC.
Como podemos perceber o mundo das lutas é bastante lucrativo, as cifras que gravitam em torno dos ringues ou dos octógonos são astronômicas e crescentes. Anúncios em televisão, pagamento de atletas, patrocínios, apostas, bilheterias, marcas de roupas, e outros tantos negócios, compõe uma rede de milhões e milhões de dólares nos bolsos de empresários, executivos, redes de comunicação, atletas, agenciadores, fabricantes de produtos esportivos...

A que custo vem tanto dinheiro? Ou melhor, com quantos litros de sangue?

Apesar da carnificina e dos golpes contundentes e agressivos, a audiência das lutas cresce sem parar.
O nível de violência é elevado e muito sangue é derramado.
De acordo com dados levantados pelo jornalista Guga Noblat, a Rede Globo teve um aumento de 10% da audiência nos domingos à noite durante a exibição do reality show do UFC; o Canal Combate, especialista na cobertura de lutas, aumentou em  um ano 54% o número dos seus assinantes, que passam de 200 mil. Comunidades virtuais e as redes socais de Vale Tudo e UFC contam com milhares de seguidores, como a do Orkut, por exemplo, que tem mais de 230 mil membros.

Apesar da violência e dos riscos deste esporte, o número de jovens interessados em ingressar no mundo das lutas, seja como um profissional ou amador, parece mesmo acompanhar a tendência deste mercado - crescer.

Entretanto, os jovens e seus pais deveriam ter um pouco de cautela, pois o praticante de artes marciais está sujeito a inúmeras lesões, tais como fraturas, rupturas de músculos e articulações, tetraplegia e até morte, em casos mais graves. (http://www.efdeportes.com/efd83/jiu.htm)
A prática de artes marciais é recomendada por especialistas, sob monitoramento de fisioterapeutas, médicos e profissionais da educação física, mesmo em níveis amadores, para prevenir e tratar possíveis traumas.

Aqui no Blog mesmo postamos uma breve matéria com um vídeo que mostra o drama de um lutador norte-americano que perdeu os movimentos do corpo, após ter sofrido um golpe em uma luta de vale tudo no final de 2011. (Relembre clicando aqui)

Além disso, os responsáveis devem procurar conhecer a formação dos treinadores, tanto técnico-acadêmica, quanto social e moral, para saber se aquela pessoa está apta a transmitir o conhecimento, a filosofia e a disciplina das artes marciais para os jovens, ou  se servirá apenas como um instrutor que ensinará a distribuir pancadas.

Enfim, não estamos nos posicionando nem a favor nem contra esse novo esporte, mas é indiscutível que a violência do MMA ou de qualquer outro estilo de luta com contato livre entre os oponentes, amplamente permitido e feito sem proteções, traz sérios riscos para a saúde, tanto física, quanto mental. Haja crânio e cérebro para suportar tanta bordoada na cabeça e na têmpora (Atingindo essas regiões, o atacante consegue "apagar" o adversário, que caí nocauteado). As sequelas podem ser irreversíveis.
Estamos aqui apenas expondo algumas informações para fomentar um debate de ideias sobre esse esporte que está presente em todas as mídias e tem conquistado cada vez mais público e espaço na Televisão e na Internet. Essa modalidade esportiva também tem contribuído, acreditamos, para estimular a prática de artes marciais e de musculação, acompanhada pelo consumo indiscriminado de suplementos alimentares para obtenção de resultados rápidos.

Até onde isso é saudável? Pelo menos para os empresários envolvidos com a gestão do MMA, os publicitários, executivos de televisão, fabricantes de suplementos, casas e sites de apostas, treinadores de artes marciais, atletas profissionais e, recentemente, alguns políticos, as lutas são muito "saudáveis" e extremamente rentáveis.

Os praticantes de MMA defendem que o esporte não é violento e que regras foram criadas para preservar a integridade física dos atletas. Mas as tais regras só são acionadas quando o atleta fica incapaz de se defender ou está desacordado após ter recebido um golpe certeiro, portanto, já teve sua integridade danificada.  E qual será o futuro desse atleta? Até onde os gladiadores poderão prosseguir com suas carreiras, que são extremamente nocivas ao próprio corpo?
Antes do dinheiro e da sede do lucro, há seres humanos que estão colocando suas vidas em risco, derramando sangue por sonhos e "verdinhas", enquanto o grande público se extasia com o espetáculo da violência.

E aí? Vamos debater?
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