30.4.23

Revolução Mexicana



Entre 1876 a 1911, o México foi governado pelo general Porfírio Dias, o qual manipulava as eleições e  perseguia seus opositores para se manter no poder. Sob o Porfiriato a população mexicana alcançou a marca de 13,5 milhões de habitantes em 1900, a economia do país cresceu, as exportações triplicaram e os EUA eram os principais compradores dos produtos mexicanos. 


A situação social do México era delicada, marcada por profunda desigualdade e pela concentração fundiária. Os camponeses, pequenos proprietários e pueblos indígenas perderam a posse de suas terras para os grandes proprietários e para as companhias que demarcavam extensas porções de terras e ficavam com boa parte delas para si.

O autoritarismo de Porfírio Dias fez com que a oposição pedisse a derrubada do presidente para que fosse instalado um novo governo capaz de promover o desenvolvimento nacional.

Francisco Madero disputou a eleição presencial contra Dias em 1910, ele pretendia implantar um Estado Liberal e por fim à ditadura de Porfírio. 

Madero tinha o apoio da elite agrária do norte do país. Mas o opositor foi preso e, em seguida, fugiu para o sul dos EUA, onde elaborou o Plano de San Luís. Assim, Porfírio Dias seguiu no poder.

O documento divulgado em 20 de novembro de 1910 marcou o início da Revolução Mexicana. O Plano declarou a eleição do ditador inválida, convocava os mexicanos para a luta armada e pedia o  apoio do exército à causa revolucionária.

Conflitos armados entre grupos revolucionários e o exército ocorreram por todo o país. 

Entre as forças revolucionárias, destacaram-se Emiliano Zapata e Pancho Villa. Ambos representavam as classes populares, defendendo a reforma agrária e o direito popular sobre a terra. Zapata e Villa chegaram a sentar na cadeira presidencial, na capital do país  - a Cidade do México - porém, eles não tinham a intenção de governar o México, seus projetos eram regionais, de caráter autônomo e não de abrangência nacional. 


Francisco Madero defendia um projeto liberal-burguês, identificado com as classes médias  e com as elites insatisfeitas com o regime ditatorial do porfiriato. Ele assumiu a presidência do México, após Porfírio Dias renunciar ao cargo em 25 de maio de 1911.

Encarregado de promover as mudanças políticas, Madero acabou sendo assassinado, assim como muitos dos líderes que participaram da Revolução Mexicana. 

Em meio a instabilidade e caos social, no governo de Venustiano Carranza foi promulgada, em 1917, uma nova Constituição, de cunho nacionalista tornando o Estado dono das riquezas naturais e garantindo alguns avanços sociais e direitos trabalhistas.



A situação do país só foi normalizada com a eleição de Lazaro Cárdenas, o qual governou entre 1934 a 1940. Cárdenas era moderado, buscou conciliar os interesses do operariado e do patronato, atendendo algumas reivindicações populares, como a reforma agrária. 


Em seu governo, incentivou a educação popular, a exploração do petróleo foi nacionalizada acabando com o privilégio de companhias estrangeiras, houve a divisão de latifúndios e buscou-se a reconstrução nacional, o que tornou Cárdenas um político bastante popular.

A figura de Zapata, por sua vez, tornou-se um símbolo de luta e resistência, passando a designar, por exemplo, uma força revolucionária armada que surgiu em 1994 e atua nos dias atuais, o Exército Zapatista de Libertação Nacional, ligado às reivindicações de direitos dos indígenas e camponeses.


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