25.4.23

Como era a vida nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial?



Mantenha a cabeça baixa, procure abrigo em caso de bombardeios, hora do almoço,  pegue sua comida enlatada, cuidado para não se cortar no arame farpado, mantenha os pés secos, não esqueça de escrever uma carta para os seus familiares...

A vida numa trincheira não era nada fácil. Quando a Primeira Guerra Mundial começou em 1914, os países envolvidos não esperavam que o conflito fosse se arrastar ao longo de anos.


Porém, dado o equilíbrio entre as forças militares dos rivais a guerra prolongou-se e as trincheiras foram cavadas para proteger a posição, impedir o avanço inimigo e tentar dominar o território. 

Os soldados cavavam a terra, as valas tinham 2 metros de profundidade e 1,8 metros de largura e formavam linhas que se estendiam por muitos metros. As paredes das trincheiras eram escoradas com madeira. Em alguns pontos sacos de areia reforçavam a posição, guardadas por soldados com metralhadoras. 

Para dificultar ainda mais o avanço da tropa inimiga, era espalhado arame farpado pelo terreno, invibializando ataques terrestres de infantaria.

Antes das tentativas de ataque havia bombardeios com obuses e morteiros, lança chamas e gases venenosos também foram amplamente utilizados na guerra. Os soldados se protegiam da maneira que podiam, buscando abrigo contra as bombas e usando máscaras para evitar a inalação de gás tóxico. 


Os mortos não podiam ser enterrados e os cadáveres apodreciam nas trincheiras, exalando mau cheiro. Algumas trincheiras alemãs contavam até com banheiros. 


Mas, de modo geral, as péssimas condições sanitárias desses lugares atraiam roedores e tornavam eles insalubres, o que contribuía para a proliferação de doenças entre a tropa.

Não havia dormitórios e os soldados tinham que dormir de pé ou encostados nas paredes da trincheira, sempre expostos a umidade e ao frio congelante. 

Como as trincheiras estavam sempre enlameadas e cheias d'água, muitos combatentes desenvolviam ferimentos nos pés e sofriam amputações, a doença recebeu o nome de "pé de trincheira". 


A comida dos soldados era enlatada. Os soldados britânicos comiam um ensopado de carnes e vegetais. Esse guisado enlatado deveria ter um gosto bem desagradável, já que recebeu o apelido de "assassino de homens".

O transporte de suprimentos e comida até a linha de frente era uma tarefa perigosa, pois ao menor sinal de movimentação atiradores escondidos tentativam acertar os alvos.

No tempo livre, os soldados fumavam cigarros e escreviam cartas para seus familiares, como podemos perceber  no documento a seguir:

“Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não somos revezados. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações estão esgotadas — pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio inferno!”.

A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim em 1918, a Europa ficou arruinada, mas algumas trincheiras podem ser vistas até hoje, preservadas como locais de memória do horror da Guerra.
Trincheiras na Bélgica.

Vista aérea mostrando o traçado de trincheiras.

Trincheira próxima a Vimmy, na França.


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