28.3.20

A política do café com leite

Após a proclamação da república, em 1889, o Brasil foi governado pelos marechais do exército. Em 1894, a eleição de Prudente de Morais, civil e representante dos cafeicultores de São Paulo, marcou a ascensão das oligarquias ao poder.

Uma aliança entre as oligarquias paulista e mineira foi forjada, elas se revezavam na indicação do candidato que ocuparia a presidência.

A revista Careta, de 1925, imagem reproduzida abaixo, trouxe em sua capa uma charge ilustrando o controle da presidência pelos representantes das elites de Minas e São Paulo.




21.3.20

A vida em quarentena

A pandemia do coronavírus colocou o mundo em quarentena. Vôos foram restringidos, competições esportivas foram suspensas, escolas e lojas foram fechadas.

A recomendação geral é evitar aglomerações,  permanecer em casa e cuidar da higiene pessoal. 

O surto do coronavírus provocou uma corrida em busca do álcool gel e por sabonete líquido. Os produtos sumiram das prateleiras dos mercados,  alguns estocaram tais mercadorias e também alimentos. Órgãos de controle,  como o Ministério Público,  fiscalizam abusos para evitar que comerciantes sem escrúpulos tirem proveitoda situação. O laisse fairez é uma tragédia, tão feroz quanto a doença.

A cada dia, acompanhamos pelo noticiário , o aumento do número de casos de pessoas contaminadas e também a confirmação de mais mortes causadas pela doença Covid-19.

O governo federal capitaneado por um presidente incapaz precisa agir, garantir a segurança da população,  oferecer cuidados médicos e planejar o futuro. 

Apesar de nossa classe política parasitária e inepta, onde quase ninguém inspira confiança, iremos superar este terrível flagelo.  Precisamos superar, aprender com a crise e sair mais fortes e amadurecidos desta situação.

20.3.20

Faça sua parte, fique em casa!

Profissionais da saúde de Belo Horizonte fazem apelo à população.

1918: a última pandemia

Entre os anos de 1918 a 1920, uma pandemia de gripe infectou milhões de pessoas em todo o mundo. A gripe espanhola, provocada pelo vírus influenza, matou de 20 a 40 milhões de indivíduos.

Só no Brasil, estima-se que 35 mil morreram devido à pandemia,  entre eles Rodrigues Alves, que havia sido eleito, pela segunda vez, presidente da república.

A origem da doença é controversa, apesar de se chamar gripe espanhola,  os primeiros casos de contaminados foram registrados nos Estados Unidos da América. 

Os locais onde havia maior incidência da doença foram os aglomerados,  como quartéis e as fábricas. A gripe espalhou-se rapidamente pelas vias marítimas e terrestres. Navios vindos da Europa e da África atracaram nos portos brasileiros em setembro de 1918 e traziam pessoas contaminadas pela doença. Logo, foram registrados casos em São Paulo e outras cidades da região Nordeste. O comércio foi interrompido, faltavam caixões e coveiros para enterrar os mortos. A situação tornou-se caótica.

As autoridades médicas indicavam como prevenção o isolamento dos infectados, a desinfecção das casas, além dos cuidados com a higiene pessoal. Não havia cura e nem vacina para a doença naquele momento. Assim mesmo,  os jornais anunciavam remédios que prometiam curar a gripe, houve uma corrida por medicamentos e os preços dispararam.

Más condições de moradia e a falta de políticas públicas de saúde potencializaram o contágio e as vítimas da influenza. 
Hospital no Rio de Janeiro,  em 1918.

Sem hospitais públicos e um Ministério da Saúde, os cuidados médicos ficavam à cargo da caridade e da filantropia.

Com milhares de pobres atingidos pela doença,  o governo foi obrigado a investir no setor de saúde e lançar as sementes de uma rede de saúde pública.

A gripe apareceu de modo repentino e logo desapareceu,  deixando um saldo de milhões de mortos de todas as classes sociais. Evidentemente,  os pobres são os que mais sofrem com tal calamidade e sua dor evidenciou o despreparo do país para lidar com um problema tão grave.

19.3.20

A varíola nas páginas da Gazeta de Leopoldina (1933)

Oficialmente, a varíola foi erradicada na década de 1980.

Antes disso, a doença matou milhões de pessoas em várias partes do mundo. No Brasil, ela fez incontáveis vítimas.

Em 1904, o médico-sanitarista Oswaldo Cruz tentou implementar a vacinação obrigatória contra a varíola. O fato revoltou a população do Rio de Janeiro e desencadeou um levante popular contra as autoridades - a Revolta da Vacina.

Nos anos 1930, a doença atingiu as populações de várias cidades da Zona da Mata mineira. O jornal "Gazeta de Leopoldina", de propriedade da família Monteiro Ribeiro Junqueira, acompanhou o drama da região e noticiou o problema, em várias edições de julho e outubro de 1933.
Dr. José Monteiro Ribeiro Junqueira, político e diretor da Gazeta de Leopoldina.

O periódico alertava os leitores sobre o risco da doença, descrevia seus terríveis sintomas e defendia a vacinação da população para prevenir que a moléstia atingisse Leopoldina.

O contágio se propagava rapidamente, Muriaé,  Caratinga e Ubá foram atingidas e a "Gazeta" cobrava atenção aos distritos próximos do ramal de Carangola. Quando havia surtos de epidemias, como os de cólera e a varíola,  o transporte ferroviário era interrompido, mesmo que trouxesse prejuízos para o comércio e problemas de abastecimento.

Quando o município de Caratinga foi atingido pela varíola, a publicação da Gazeta destacou o fato e cobrou urgência para conter a epidemia: 

"Urge que para ali, num esforço pertinaz, se volvam as vistas das autoridades sanitarias do Estado, afim de evitar que o mal se propague a outras regiões". 

O jornal, por fim, advogava a urgência de aumentar a disponibilidade dos tubos de linfas, para que mais pessoas pudessem ser imunizadas pelas autoridades do Posto de Higiene de Leopoldina. Exortava a todos que se vacinassem para evitar a propagação do mal e atacava aqueles os críticos da vacina: 

"São tolos, prejudiciais, desprovidos de fundamentos e até antipatrioticos os boatos que certas pessoas ignorantes se aprazem em espalhar sobre os perigos da vacinação.
Esta, feita com técnica, não oferece o menor perigo e constitue garantia segura e duradoura contra a variola".

A vacinação, para o Dr. Domingos Justino Ribeiro, chefe do Posto de Higiene de Leopoldina em 1933, era um dever e um ato patriótico. O médico argumentava que a doença "céga, depaupera, mata e deforma", por isso os pais deveriam vacinar seus filhos a partir dos três meses de idade, sob risco de vê-los sucumbir ante o terrível morbus.

Por fim, o jornal não deixou de cobrar do diretor geral de saúde pública que zelasse pela manutenção do estoque de vacinas nos postos e subpostos de saúde, espalhados por Leopoldina e cidades vizinhas. A falta de linfas era uma realidade, não havia vacinas suficientes para imunizar toda a população. Por isso, a Gazeta endossava e reforçava o pedido do chefe do posto local ao diretor geral: "Nesse sentido fazemos a s. s. caloroso apêlo, esperando que não seja procrastinado o expediente da remessa para o posto local das doses pedidas pelo ilustre chefe do serviço".  

O fato é que o veículo de comunicação procurava sensibilizar seus leitores acerca da importância da vacinação. Esforçava-se para conscientizar a todos e, assim, evitar uma epidemia em Leopoldina. A autoridade médica local também tinha uma postura pedagógica, fazendo visitas às escolas, fábricas e publicando notas na imprensa. A violenta Revolta da Vacina em 1904 mostrou às autoridades sanitárias que a obrigatoriedade da vacinação e a truculência com a qual os agentes de saúde tratavam o povo deveria ser substituída por medidas de conscientização, as quais passavam pelo aumento do diálogo e do poder do convencimento.  





Mantenha as mãos limpas


Propaganda, cultura e saúde


A imagem acima, uma propaganda publicada na Gazeta de Leopoldina (12/11/1933), anuncia um fortificante para raquíticos, pessoas esgotadas etc.

O tônico promete força e a revitalização do organismo. A ilustração que acompanha o texto é bem interessante, traz um homem musculoso lutando contra um felino selvagem. O homem saudável estrangulando a fera deveria ser uma imagem atraente, especialmente para aqueles que eram diagnosticados como doentes e inertes, caso da população rural brasileira nos anos 1920.

A propaganda poderia estar retomando uma ideia exposta na obra "Jéca Tatuzinho" (1924), de Monteiro Lobato (1882-1948)?

No conto, o escritor paulista retoma a figura do Jeca Tatu e narra sua redenção, após o caboclo ser medicalizado.


Depois de ser tratado pelo profissional da saúde,  Jeca deixou de ser preguiçoso, opilado e fraco. Revigorado, o caboclo enfrentou, certa vez, uma onça e a pôs para correr.

Jeca tornou-se um novo homem,  trabalhador, corajoso,  valente e, ao final, um empreendedor rural de sucesso!

A enorme popularidade de Monteiro Lobato e do seu personagem Jeca Tatu junto ao público chamaram a atenção da indústria farmacêutica. 

O farmacêutico Cândido Fontoura (1885-1974), em parceria com Lobato,  anunciava seu remédio - Ankilostomina Fontoura - por meio da publicação do conto "Jéca Tatuzinho" em versão adaptada, com pequenas alterações em relação ao texto original.

"Jéca Tatuzinho" tornou-se um manual de higiene e, ao longo de várias décadas, milhões de exemplares foram impressos e distribuídos nas escolas de todo o Brasil. Tanto Lobato quanto o Jeca cristalizaram-se ainda mais na cultura e no imaginário popular,  tamanha a divulgação de sua obra.
Além da questão comercial,  o objetivo do texto era modificar costumes da população, como, por exemplo, o hábito de caminhar sem calçados, fato que favorecia o contágio por verminoses. Nos jornais da década 1930, multiplicavam-se anúncios de tônicos e complexos vitamínicos para combater verminoses, anemia e outras doenças parasitárias, as quais grassavam entre a população.

A educação higiênica, a adoção de medidas sanitárias e a medicalização representavam, naquele contexto,  a chance de reverter o quadro febril e mórbido que afligia o povo brasileiro. 

15.3.20

Coronavírus

A turma 2002 está ciente do risco representado pelo coronavírus. 

Sabendo disso, decidiram fazer uma apresentação para todos os alunos do CIEP 280 sobre os meios de evitar o contágio e também repassaram outras informações informações sobre a doença.



O trabalho ficou muito bom e foi bastante proveitoso, todos os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os sintomas e os meios de prevenção da doença. Parabéns, pessoal!

8.3.20

Revoluções inglesas (século XVII)

Absolutismo

No século XVII, as principais potências europeias eram governadas por monarcas absolutistas, com poder quase ilimitado. Entretanto, a concentração do poder na figura dos reis foi contestada por grupos que desejam impor limites à essa centralização.

Na Inglaterra, em meados do século XVII, o absolutismo inglês foi enfrentado por diversos grupos sociais: o parlamento pretendia ter mais autonomia; a burguesia queria uma economia liberal e os católicos e protestantes clamavam pelo fim dos conflitos religiosos com os anglicanos.

A insatisfação social era tão grande que houve uma guerra civil na Inglaterra. Oliver Cromwell, ao lado do parlamento, lutou contra os apoiadores do rei Carlos I e os derrotou. O monarca foi destituído do poder, foi proclamada a República, Carlos I foi executado e Cromwell tornou-se o líder. O episódio ficou conhecido como a Revolução Puritana (1642-1645).    
Execução de Carlos I.

A República de Cromwell

Cromwell governou de forma autoritária, confiscou as terras dos aliados do rei e da Igreja Anglicana e as vendeu, aprovou os "Atos de Navegação", medida que favoreceu o comércio marítimo inglês e a burguesia.

Após sua morte, em 1658, Cromwell foi sucedido por seu filho, Ricardo, o qual renunciou e possibilitou a restauração da monarquia.

Revolução Gloriosa

A dinastia Stuart retornou ao poder na Inglaterra, com Carlos II e depois Jaime II. Porém, com a tendência centralizadora dos monarcas, o parlamento passou a organizar um exército para depor o rei. Ao mesmo tempo o parlamento, negociava com Guilherme de Orange, rei dos Países Baixos, casado com a filha de Jaime II, para que assumisse o trono inglês. O que ocorreu em 1688 e ficou conhecido como a Revolução Gloriosa.
A Carta de Direitos limitava o poder do Rei na Inglaterra.

Guilherme de Orange foi proclamado rei pelo parlamento, mas comprometeu-se a obedecer a "Carta de Direitos" (Bill of Rights) que pôs fim ao absolutismo e abriu caminho para a monarquia parlamentar e o liberalismo econômico na Inglaterra. 

Avaliação



A Revolução Industrial


A Revolução Industrial promoveu grandes mudanças nos meios de produção, na economia e na sociedade europeia no século XVIII.

A Inglaterra foi a pioneira na Revolução Industrial, que começou na indústria têxtil, a qual a partir dos anos 1730 passou a funcionar com o uso de máquinas, como a lançadeira volante e, posteriormente, com máquinas movidas a vapor.

O carvão tornou-se o principal combustível da industrialização, alimentando os motores das máquinas das fábricas e no século XIX das locomotivas e dos navios a vapor.

Aos poucos, as máquinas foram sendo introduzidas em outros setores produtivos, inclusive no campo, onde elas aravam e semeavam a terra.
A mecanização da produção agrícola acelerou a liberação da mão de obra do campo e milhares de camponeses migraram para as cidades. 

A vida na cidade e nas fábricas eram muito difícil, como se pode notar no depoimento abaixo, concedido por um trabalhador inglês do século XIX.




Homens, mulheres e crianças precisavam trabalhar, pois recebiam muito pouco. A jornada de trabalho era extenuante, chegando a 14 horas por dia. Os burgueses, donos das fábricas, enriqueceram com o aumento da produção e a expansão comercial.


A flagrante desigualdade social, levou os operários a buscarem melhores condições de vida e segurança no trabalho. Assim, eles se organizaram em sindicatos, os quais lutavam pelos direitos dos trabalhadores.
Luta e resistência da classe operária



Avaliação






1.3.20

Crise Fiscal, Reforma tributária e Justiça Social


Muitos estados brasileiros estão em crise. Com as contas deficitárias alegam que falta dinheiro para pagar os salários em dia e o 13º salário de seus servidores, caso de Minas Gerais, por exemplo, o que compromete a oferta dos serviços públicos à população. Os repasses para os municípios também ficam comprometidos. 

Para equacionar tal situação de penúria financeira, uma reforma tributária é necessária e ela deve, prioritariamente, fazer cumprir um princípio disposto na Constituição da República Federal, segundo o qual os impostos devem ser cobrados de acordo com a condição de cada um. Logo, quem ganha mais, paga mais.

Especialistas se dividem sobre o tema,  mas um dos caminhos propostos é cobrar lucros e dividendos de pessoas físicas que recebem dinheiro de grandes empresas.

Além disso, no caso de Minas Gerais,  o estado precisa rever sua política de isenção fiscal que privilegia empresas, especialmente as mineradoras. O governo de Minas Gerais deixa de arrecadar milhões de reais todos os anos, com isso falta dinheiro para investir em saúde e educação. 

Quem mais sofre com a crise fiscal, o desequilíbrio das contas públicas e a falta de investimento é o povo simples, que não tem condições de arcar com planos privados de saúde ou manter seus filhos em boas escolas particulares, cujas mensalidades e materiais didáticos são caríssimos. 

O povo precisa exigir de seus governantes que a reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional seja progressiva e justa para garantir o financiamento e a manutenção dos serviços públicos essenciais para a sociedade. Caso contrário,  continuaremos com um modelo tributário regressivo, arcaico e que penaliza os mais pobres.