20.3.20

1918: a última pandemia

Entre os anos de 1918 a 1920, uma pandemia de gripe infectou milhões de pessoas em todo o mundo. A gripe espanhola, provocada pelo vírus influenza, matou de 20 a 40 milhões de indivíduos.

Só no Brasil, estima-se que 35 mil morreram devido à pandemia,  entre eles Rodrigues Alves, que havia sido eleito, pela segunda vez, presidente da república.

A origem da doença é controversa, apesar de se chamar gripe espanhola,  os primeiros casos de contaminados foram registrados nos Estados Unidos da América. 

Os locais onde havia maior incidência da doença foram os aglomerados,  como quartéis e as fábricas. A gripe espalhou-se rapidamente pelas vias marítimas e terrestres. Navios vindos da Europa e da África atracaram nos portos brasileiros em setembro de 1918 e traziam pessoas contaminadas pela doença. Logo, foram registrados casos em São Paulo e outras cidades da região Nordeste. O comércio foi interrompido, faltavam caixões e coveiros para enterrar os mortos. A situação tornou-se caótica.

As autoridades médicas indicavam como prevenção o isolamento dos infectados, a desinfecção das casas, além dos cuidados com a higiene pessoal. Não havia cura e nem vacina para a doença naquele momento. Assim mesmo,  os jornais anunciavam remédios que prometiam curar a gripe, houve uma corrida por medicamentos e os preços dispararam.

Más condições de moradia e a falta de políticas públicas de saúde potencializaram o contágio e as vítimas da influenza. 
Hospital no Rio de Janeiro,  em 1918.

Sem hospitais públicos e um Ministério da Saúde, os cuidados médicos ficavam à cargo da caridade e da filantropia.

Com milhares de pobres atingidos pela doença,  o governo foi obrigado a investir no setor de saúde e lançar as sementes de uma rede de saúde pública.

A gripe apareceu de modo repentino e logo desapareceu,  deixando um saldo de milhões de mortos de todas as classes sociais. Evidentemente,  os pobres são os que mais sofrem com tal calamidade e sua dor evidenciou o despreparo do país para lidar com um problema tão grave.

2 comentários:

  1. Os homens fazem sua própria história,mas não a fazem como querem;não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente,legadas e transmitidas pelo passado.A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.

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