5.4.14

A Crise de 1929

Uma das maiores crises enfrentada pelo Capitalismo começou em 1929. nos E.U.A. De lá ela se espalhou para o Mundo todo, atingindo as nações europeias, já fragilizadas após o fim da Guerra Mundial em 1918.

Com a Europa arrasada depois da guerra, a economia norte-americana teve um grande crescimento. Os E.U.A passaram a ser a nação mais hegemônica, prestando auxílio financeiro para os países europeus serem reconstruídos.   

No campo e nas fábricas norte-americanas a produção não parava de crescer. Alimentos e bens manufaturados eram exportados para a Europa e consumidos pelo mercado interno.

O estilo de vida norte-americano (American Way of Life) incentivava as pessoas a consumirem cada vez mais. Consumir tornou-se sinônimo de felicidade!
Cartaz mostra uma família em um carro e uma fila de pessoas-compradores. Exaltação da modo de vida da América.
Contudo, a partir dos anos 1920 as economias dos países europeus começaram a dar sinais de melhoras, devido a isso diminuíram suas importações do E.U.A.
O mercado interno americano também demonstrava estar saturado e a produção industrial desacelerou.
A superprodução no campo fez com que o preço dos alimentos caísse, diminuindo o lucro dos fazendeiros.

A Crise piorou em outubro de 1929, quando ocorreu o crack (quebra) da Bolsa de Valores de Nova Iorque graças à especulação financeira.


A Bolsa de Valores de Nova Iorque. Fotografia atual.

As ações das empresas, negociadas nas bolsas de valores, acabaram desvalorizadas, provocando muitas falências, o fechamento de vários bancos e milhares de desempregados.
Fila de desempregados para ganhar uma refeição gratuita. Detroit (1933).

"Filas se espalharam pelo país. Filas por um prato de sopa rala, filas por um pedaço de pão, filas de homens em busca de emprego. No campo, o sinal de pobreza era claro: favelas com cabanas feitas de papelão e lata proliferavam e agricultores vagavam pelas estradas à procura de serviços temporários. Enquanto nas fazendas abandonadas maçãs apodreciam e urubus comiam a carne de carneiros sacrificados em cânions (atirados pelos proprietários que não queriam gastar dinheiro com o abate), na cidade as pessoas morriam de fome. Ninguém tinha dinheiro para consumir. Assim, ninguém vendia." (http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/quebra-bolsa-1929-tragedia-wall-street-454593.shtml)

A situação gerou muito desespero social, e algumas pessoas recorriam ao suicídio, alcoolismo, prostituição e violência.

Não demorou para que a crise norte-americana afetasse outros países do Mundo, principalmente os europeus e até os latino-americanos.


Na Europa,  em países com a economia frágil, os efeitos da crise foram devastadores. Os E.U.A reduziram as importações e cortaram a ajuda financeira que prestavam aos países europeus. 

Na Alemanha, a crise provocou muita inflação e provocou milhões de desempregos. Nesse país, estima-que o número de desempregados tenha atingido quase seis milhões em 1932.

Esse ambiente de insegurança e miséria foi muito favorável ao surgimento de grupos políticos radicais, como o Nazismo, na Alemanha, e o Fascismo, na Itália. 
Nazismo era uma doutrina política racista, que pregava o nacionalismo, culpava os judeus pela derrota alemã na Guerra e pelas crises que afligiam o país. O Fascismo defendia o culto ao Duce (líder) como o único capaz de unir e fortalecer o país. 
Os ditadores da Itália e da Alemanha - Mussolini (E) e Hitler (D).
A Crise econômica, portanto, possibilitou a formação de governo totalitários na Europa, isto é, regimes onde não há liberdade de expressão e nem tolerância aos opositores, os quais são perseguidos e torturados pelo governo.

O Brasil também sentiu os efeitos da crise dos E.U.A, a economia brasileira dependia da agro exportação, cujo principal produto era o café. Entre o final da década de 1920 e meados da década de 1930, as exportações brasileiras atingiram baixos índices, resultando no aumento dos estoques de café, queda dos preços e muitos prejuízos para os cafeicultores.

Para amenizar os prejuízos, o governo brasileiro, presidido por Getúlio Vargas, comprou o café e promoveu a queima das sacas, para manter o preço elevado no mercado.
Queima do café no litoral paulista. (início dos anos 1930).

Um dos poucos países a não sofrer com a Crise econômica foi a U.R.S.S, pois seu governo era socialista e seu mercado era mais fechado, não dependendo de relações comerciais com os demais países, como os E.U.A, por exemplo.

Em 1932, Franklin D. Roosevelt foi eleito presidente dos E.U.A, e anunciou um pacote de medidas para recuperar a economia do país chamado de New Deal (Novo acordo). 


Franklin Roosevelt foi eleito presidente dos E.U.A por quatro mandatos.

A partir de então, o governo passou a investir em obras públicas, conceder auxílio financeiro para as empresas e bancos, reduziu o desemprego, que em 1933 atingia o valor de 13 milhões. 
As obras públicas do Governo norte-americano geraram milhares de empregos e renda. Fotografia de 1936


A política econômica de Roosevelt, a qual rompeu com o liberalismo, foi inspirada nas ideias do economista britânico John M. Keynes, por isso ficou conhecida como Keynesianismo.

O New Deal produziu bons resultados, mas os efeitos da Crise só seriam superados com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, que possibilitou ao país aumentar sua produção. 

Esse modelo político e econômico, que ajudou a recuperar a economia norte-americana, também foi adotado por outros países na Europa e na América Latina.

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Assista à reportagem sobre a Crise de 1929

DE OLHO NO ENEM - 2017. QUESTÃO SOBRE O NEW DEAL.


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