18.3.16

O fim de um governo marca o início de um novo tempo?

Recessão econômica e uma crise ética, política e institucional sem precedentes têm marcado o cenário brasileiro nos dois últimos anos.

O governo federal eleito, democraticamente, não consegue governar, em parte por uma inabilidade política da chefe do governo, e por outro lado, as forças conservadoras, internas e externas, resolveram por um fim ao projeto de poder petista.

A operação Lava Jato, levada a cabo pelo seletivo juiz Moro, tem promovido um show global e midiático de decisões polêmicas e juridicamente questionáveis. 




A cobertura dessa crise política pela imprensa tem contribuído para acirrar os ânimos de parte da população brasileira e também motivado um quixotesco levante dos moralistas contra os corruptos.
As ruas e as redes sociais se tornaram as principais válvulas de escape para a destilação de ódio, intolerância e agressão a quem pensa, defende ou veste cores diferentes. A opinião pública julga e condena numa velocidade que faz os dispositivos 5G se parecerem com as tartarugas.




Então, o que restará do país e das instituições após a conclusão do impeachment? Ele irá resolver o caos político, econômico e social ou será um meio para os oportunistas atingirem um fim?



Particularmente, gostaria que os direitos sociais, duramente conquistados, fossem preservados, assim como uma forma de governo que respeite os direitos naturais e inalienáveis de todos os governados. Afinal, não há paz e nem justiça social em meio a uma sociedade marcada pela concentração da renda e do poder. 
Acho difícil cravar um prognóstico sobre a evolução dos processos políticos, sociais e econômicos que, até então, foram desencadeados, e mais difícil ainda manter o otimismo de que tudo ficará bem e que as reformas que virão irão contemplar a maioria e beneficiar aqueles que mais necessitam do amparo do poder público.

Ao longo de nossa história, e foi assim no mundo também, o poder sempre foi um privilégio para poucos, servindo aos interesses dos poderosos. Sempre que tentaram redistribuí-lo ou possibilitar o seu acesso ao povo, os processos de descentralização foram abortados, não raro, com o uso indiscriminado da violência. Portanto, não há motivos para ter esperança de que o amanhã será melhor do que o agora e nem para acreditar que dias melhores virão, não enquanto a coisa pública continuar sob a tutela de poucos em detrimento da coletividade.

2 comentários:

  1. Uma coisa é certa Mestre, temos sim que lutar, mas com as armas certas e nos lugares certos, e jamais contra pessoas! Devemos lutar contra ações ou para cumprimento das mesmas. Se parássemos para refletir sobre a crise veremos que realmente o povo brasileiro está "aparecendo", mas será que cresceu?! As manifestações tem mostrado que estamos esclarecidos (ou pelo menos tentamos estar), que sabemos nossos direitos... Só estamos agindo como as pessoas que viveram a ditadura! Indo as ruas se manifestando, e esperando novamente que o governo se intimide, sendo que isso não se tornará uma anarquia, logo teremos novas eleições e será que manteremos a mesma "energia" para buscar mudança?! É um fato que atinge até a mim mesmo, mas em vez de escolher esquerda ou direita, deveríamos escolher que o país fosse pra frente, e digo mais, poderemos ir pra frente quando pararmos de achar que a culpa é só "deles" e nunca NOSSA!

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  2. Direito natural, caro amigo, é um desdobramento do pensamento Iluminista do século XVIII. “Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”.
    Ele se refere ao mundo social e não aos animais, portanto, não se aventure em mostrar tal documento para uma serpente, já que ela não foi tocada pelas luzes da Razão.

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Obrigado pelo comentário.