14.7.19

Vaza a jato e a descrença na justiça brasileira

As mensagens trocadas pelo juiz Moro e os procuradores da operação lava a jato, divulgadas pelo site The Intercept Brasil e outros veículos de imprensa são escandalosas.

O conteúdo demonstra nitidamente a proximidade dos acusadores e do juiz numa relação para lá do aceitável. A Declaração de direitos humanos da ONU, de 1948, um documento fundamental contendo princípios universais relacionados ao direito e à justiça e que deve  ser observado por todos os países, estabelece que todo indivíduo tem direito a um julgamento justo e imparcial.
O juiz Moro foi imparcial no caso em que condenou Lula?

Ao que parece, caso se confirme a a conduta ilícita do Ministério Público e do juízo, não foi esse o tratamento que o ex-presidente Lula recebeu do juiz Moro. Os argumentos da defesa do petista foram ignorados,  pois juiz e procuradores já tinham o réu como culpado. 

A condenação de Lula repercutiu na política, contribuiu para a eleição da extrema direita e trouxe dividendos para Moro,  Dallagnol e cia.
Segundo o The Intercept, procurador e juiz se associaram para acusar e condenar Lula.

Tanto o juiz quanto o procurador abusavam da mídia para potencializar a publicidade de seus atos, especialmente aqueles que envolviam o caso de Lula. Agora eles provam do próprio veneno e se defendem subestimando a inteligência dos brasileiros,  alegando que as mensagens divulgadas sofreram edição, foram adulteradas e produto de ação criminosa.
Ora, e os possíveis crimes cometidos pelas autoridades sob o pretexto de se combater a corrupção? É normal que um procurador ou um juiz ganhem dinheiro e cargos políticos com a projeção obtida por meio do cumprimento de suas atribuições? 
Tais servidores públicos colocaram em xeque toda a operação e o próprio sistema judiciário. Grande irresponsabilidade, que apenas semeia desconfiança e descrédito na justiça do Brasil.

Como reparar tal dano?

Com investigação meticulosa dos personagens envolvidos nos vazamentos. E, se constatada e confirmada as irregularidades cometidas pelos agentes públicos envolvidos,  todos deveriam ser exemplarmente punidos. É um bom começo para reconstruir a imagem do judiciário perante a opinião pública e resgatar a dignidade e o equilíbrio das instituições.

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