27.1.19

Tragédia anunciada

O promotor que atuou no caso da barragem rompida em Mariana (MG), em 2015, declarou que o novo desastre era uma tragédia anunciada.

O rompimento de barragens da Vale, em Brumadinho (MG),  novamente provocaram um desastre humano e ambiental. Centenas de pessoas desaparecidas, vários mortos e dano ambiental incalculável, com a poluição da terra e de cursos d'água pelos rejeitos da mineração.

Interessante destacar que o atual presidente do Brasil se elegeu defendendo, dentre outras propostas, desregulamentações, desburocratização e flexibilização do papel dos fiscais, para que empresas mineradoras, madeireiras e setores do agronegócio possam desenvolver suas atividades sem se preocupar com a degradação ambiental. 

O atual governador de Minas Gerais, um empresário de sucesso, tem pensamento alinhado ao do presidente. Primeiro a atividade econômica e o lucro para grandes empresas, depois se pensa no resto.

É lamentável que gestores públicos pensem e procurem gerir a coisa pública dessa forma: colocando interesses econômicos do grande capital acima dos interesses do povo. O conceito de desenvolvimento sustentável,  que busca conciliar a atividade econômica com a preservação ambiental, jamais deveria ser esquecido ou abandonado. Atividades complexas e predatórias, como a mineração, apresentam inúmeros riscos ambientais, por isso precisam sim serem regulamentadas e bem fiscalizadas pelos agentes do Estado.

A companhia Vale já foi uma estatal, pertencia ao Estado brasileiro, até ser privatizada no governo FHC, em 1997. Foi vendida por 3,3 bilhões de reais à época. Hoje, a empresa possui um valor de mais de 300 bilhões de reais, e pertence a investidores estrangeiros, ávidos pela exploração de nossos recursos minerais.

Ou se aplica severamente a lei contra os responsáveis pelaxempresaxdxseus crimes, exigindo reparações ambientais, cuidado adequado com as vítimas do acidente e a manutenção e reforço de outros poços de rejeitos, ou novos acidentes, evitáveis, se repetirão.

22.1.19

Evento acadêmico à vista


O Programa de Pós-graduação em História da Universidade Salgado de Oliveira, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación da Universidad Nacional de La Plata e com o Instituto de Investigaciones Dr. José María Luis Mora convoca todos os interessados a participar do II Colóquio Internacional Movimentos: Trânsitos e Memórias. O evento será realizado no Campus de Niterói da Universidade Salgado de Oliveira, entre os dias 09 e 11 de abril de 2019.

Site para inscrições.

11.1.19

Cuidado ao comer na rua

No ir e vir diário as pessoas quase não tempo de fazer suas refeições em casa, com isso acabam comendo nas ruas, tomando café da manhã, almoçando e fazendo lanches.

Essa alimentação, boa parte das vezes, não é nada saudável, por diversos motivos: os alimentos podem ser gordurosos e contaminados por falta de higienização adequada na origem e manipulação.

Observando vários estabelecimentos comerciais de nossa cidade, por exemplo, é possível notar que em quiosques a mesma pessoa que prepara o lanche recebe o dinheiro. Geralmente não usa máscara, toca e nem luvas.
E me pergunto sobre os utensílios para armazenar e pegar os ingredientes, será que são devidamente higienizados?

A fiscalização é precária, apesar de existirem órgãos em todos os entes da federação, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Secretaria de Saúde nos estados e nos municípios.

O jeito é evitar lugares duvidosos, sujos e que oferecem alimentos de procedência duvidosa. Preze por estabelecimentos que zelam pela higiene e pela organização no preparo dos alimentos, caso contrário sua saúde estará em risco. Intoxicação alimentar é muito comum, ela pode variar, durar de 1 a 3 dias, mas em casos graves pode levar à morte, então cuidado com o que e onde come.

A prefeitura deveria exigir o cadastro de todos os ambulantes, pontos fixos e domésticos que vendem refeições e lanches, fiscalizar os lugares e oferecer, em parceria com associações comerciais e SEBRAE, treinamento para as pessoas com noções de higiene pessoal e no trabalho, uso de equipamentos obrigatórios ao manusear alimentos e limpeza e organização do estabelecimento. 

O que se ouve e vê por aí diariamente é escandaloso, muito descaso dos comerciantes em relação aos clientes. Há alguns anos trabalhei numa firma cujos fundos dava para a cozinha de um restaurante. A cozinha era muito suja, não havia limpeza, funcionários fumavam na porta dela, não usavam toca e nem luvas para preparar as refeições.
Mudando um pouco de assunto, ao mencionar a empresa onde trabalhei acabei de me lembrando dos proprietários dela, eles eram sonegadores contumazes, velhos conhecidos da Receita Estadual, tentavam driblar o fisco de todas as formas, recorrendo, inclusive, a subterfúgios tecnológicos para decidir qual produto ou quantia seria faturada ou não no caixa. Fizeram muito dinheiro assim e é irônico ouvir o antigo proprietário gritando na rádio e nas ruas se vendendo como um paladino, como um sujeito de conduta ilibada, fazendo discurso moralista e contra a corrupção, sempre se colocando como possível candidato à prefeitura da cidade. 
É um canalha, que não é ouvido por ninguém. Nem ele deve acreditar nas mentiras que conta.

Muitos empresários fazem isso, são hipócritas, criticam políticos mas são tão sujos quanto eles. Infelizmente conheci alguns por força da necessidade de trabalhar para pagar meus estudos. Assim, pude ver de perto a malandragem bem viva e atuante em setores da classe média-alta, nos quais predominava a esperteza, que, para mim, é atributo de malandro. Teve outro figurão com o qual trabalhei que fazia exatamente o mesmo do narrado anteriormente, porém o esquema era manual e não informatizado, e assim mesmo não conseguiu prosperar no setor privado, tamanha a falta de vontade de trabalhar e a incompetência administrativa e gerencial do sujeito. Daí decidiu se arranjar no setor público. Imaginem só, agora está trabalhando na Secretaria de estado da Fazenda. Fiscalizando sonegadores, como ele o foi em boa parte de sua vida como empresário sem sucesso.   

Conheça o empreendedorismo, o novo norte da Educação

Empreendedorismo é um conceito ligado ao mundo dos negócios,  entretanto,  nos últimos anos a palavra está cada vez mais presente nas escolas públicas.

Redes públicas de ensino têm adotado a bandeira da educação empreendedora. Com isso, o objetivo da escola passa a ser o de formar jovens empreendedores.

Mas, afinal, o que significa empreendedorismo?

A origem etimológica da palavra é antiga, no século XII sua tradução no inglês - intrepre-neur - associava-se às pessoas de negócios e também poderia se referir a quem incentivava brigas. No século XVII, o empreendedor tomava decisões militares. No início do século seguinte, a palavra designava criadores e executores de projetos. O economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950), denominou de empreendedor o indivíduo que promove a inovação e o desenvolvimento econômico. Fernando Dolabela, escritor brasileiro, vai além, vê o empreendedorismo não só no campo econômico, mas também no social. Para ele, o indivíduo é naturalmente um empreendedor, porém tal habilidade precisa ser ensinada seguindo uma metodologia distinta do modelo tradicional de Educação. (Leia mais clicando aqui).   

O ensino do empreendedorismo não é uma invenção brasileira. Desde o início do século XXI, órgãos internacionais têm proposto a educação empreendedora para enfrentar problemas ligados à empregabilidade. A UNESCO apresentou em 2004 um quinto pilar para a Educação: "aprender a empreender".

Segundo o SEBRAE, o  empreendedorismo é "a habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou quase nada".  

Nesse sentido, a escola empreendedora deve formar alunos com a capacidade de criar negócios criativos e rentáveis, mesmo contando com poucos recursos, falta de apoio ou capitais escassos. O empreendedor é um visionário, corre riscos, aposta e investe na criatividade e na inovação para superar as adversidades econômicas e sociais.

O neoliberalismo introduzido no Brasil nos anos 1990 repercutiu nas políticas educacionais, permitindo a existência de parcerias entre o setor público e o privado. O melhor exemplo de tal repercussão é o caso do Instituto Ayrton Senna, o qual tem firmado acordos com diversas redes educacionais de estados e municípios. O Instituto defende a reforma da educação, oferta materiais, treina gestores e professores, sobretudo, sob uma orientação com uma perspectiva mercadológica, desconsiderando os interesses e as identidades das comunidades (Sobre o papel do Instituto Ayrton Senna na Educação ver o excelente artigo de pesquisadores da USP, disponível aqui).   

Esse novo paradigma educacional vem no bojo de uma onda conservadora, que defende o abandono de uma escola crítica e cidadã. O projeto "Escola sem partido" é bastante ilustrativo do atual contexto, ao defender uma educação que restringe o ensino e o debate de certos assuntos religiosos, culturais e políticos nas salas de aula, sob o pretexto de se priorizar um ensino neutro.

Acrescente a esse panorama a crise econômica do país,  o índice alarmante de desemprego e o aumento da informalidade, além disso existem as reformas políticas que estão em curso, cujo objetivo é reduzir o papel do Estado, em setores como a Previdência e a flexibilização de direitos e garantias trabalhistas.

A educação empreendedora é voltada para às massas populares, as camadas mais baixas da sociedade. Justamente o segmento que mais necessita do amparo estatal para ter acesso à saúde, à educação, à segurança e ao emprego. 

Diversos pesquisadores e acadêmicos apontam que a educação empreendedora, dentro do sistema Capitalista, seria uma maneira de atender às classes populares, formando mão de obra sem qualificação, voltada  à informalidade ou para o preenchimento de vagas no mercado de trabalho com baixa remuneração. Aqueles que ficam sem espaço no mercado de trabalho, muitos jovens e famílias, recorrem à informalidade, vide a expansão de pequenos negócios, serviços e comércios, instalados nas ruas ou nas próprias residências, como salões de beleza, lanchonetes, restaurantes entre outros. 


Reginaldo, de 41 anos, encontrou na informalidade a saída para driblar o desemprego. — Foto: Marcelo Brandt/G1
Informais ganham 40% menos. Leia a matéria completa clicando aqui.

Segundo o PNAD, a informalidade no Brasil têm crescido à medida em que o ritmo do crescimento econômico segue lento, assim o emprego formal cai. No país, atualmente, temos 37,3 milhões de pessoas na informalidade, são cidadãos que recebem 40% menos do que aqueles que possuem carteira assinada (Ver gráfico abaixo). No grupo dos trabalhadores informais estão pessoas sem registros, sem carteira assinada, empreendedores, pessoas que fazem "bico" comercializando produtos na rua ou por meio da internet. 



Enquanto nas escolas particulares e educandários de elite o foco do ensino médio é o ENEM e os vestibulares, as escolas públicas empobrecem seus currículos, subtraindo matérias consideradas menos importantes, como a Filosofia, a História e a Sociologia. Elas são substituídas por disciplinas "técnicas", que ensinam o aluno a se inserir no mercado ou criar seus próprios negócios. Tornou-se comum em algumas escolas, as quais adotaram o empreendedorismo a realização de feiras, com alunos fazendo doces, salgados, pizzas e afins para vender. Ora, será que é isso o fim último da escola? É essa educação que os pais almejam para seus filhos, os quais após obterem o certificado escolar estarão aptos à abrir um negócio em casa com rentabilidade incerta e sem nenhum tipo de amparo do Estado e proteção social? São questões para reflexão e debate na comunidade escolar. 

O fato é que as vagas de bons empregos e de concursos públicos com maiores remunerações destinam-se a uma classe privilegiada, com algumas exceções, que teve acesso à boas escolas e depois ao ensino superior. São esses indivíduos que ocuparão os melhores cargos no mercado ou nas diversas funções públicas do Estado brasileiro.

2.1.19

UNIVERSEEDUC OFERECERÁ CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

A Universidade Corporativa da Educação (UniverSeeduc) acaba de ser credenciada pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) como Escola de Governo e poderá ministrar Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu, na modalidade presencial. O parecer foi publicado no Diário Oficial desta semana, que também credencia a UniverSeeduc a oferecer e certificar cursos de Especialização.


Por meio de convênios, professores de outras redes públicas de ensino também poderão realizar os Cursos de Pós-Graduação na Universidade Corporativa da Educação.
– Essa é uma grande vitória para nossos profissionais. Ter uma universidade corporativa da Educação pública, voltada para atender aos servidores, é uma iniciativa pioneira no país. Será um legado deixado por nossa gestão para que professores e funcionários tenham a oportunidade de se especializar na carreira e receber certificação com a chancela da própria UniverSeeduc – destaca o Secretário de Estado de Educação, Wagner Victer.
Para o próximo ano, já está prevista a abertura de vagas para o curso de Pós-Graduação em Gestão Educacional, com carga horária de 400 horas.
A UniverSeeduc, localizada no bairro do Andaraí, na Zona Norte do Rio, foi inaugurada no dia 15 de outubro deste ano. No espaço, que foi especialmente remodelado, docentes e funcionários da rede estadual de ensino têm acesso a cursos diversificados que visam o desenvolvimento, a aprendizagem e o aumento da qualificação, por meio da Educação Continuada, tais como Formação do Componente Empreendedorismo; Formação para Gestores das Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral com Ênfase em Empreendedorismo; Formação para Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, entre outros.
Até meados do próximo ano, estima-se que mais de 3.500 servidores participem das aulas e cursos oferecidos. 
Fonte: Ascom SEEDUC