O promotor que atuou no caso da barragem rompida em Mariana (MG), em 2015, declarou que o novo desastre era uma tragédia anunciada.
O rompimento de barragens da Vale, em Brumadinho (MG), novamente provocaram um desastre humano e ambiental. Centenas de pessoas desaparecidas, vários mortos e dano ambiental incalculável, com a poluição da terra e de cursos d'água pelos rejeitos da mineração.
Interessante destacar que o atual presidente do Brasil se elegeu defendendo, dentre outras propostas, desregulamentações, desburocratização e flexibilização do papel dos fiscais, para que empresas mineradoras, madeireiras e setores do agronegócio possam desenvolver suas atividades sem se preocupar com a degradação ambiental.
O atual governador de Minas Gerais, um empresário de sucesso, tem pensamento alinhado ao do presidente. Primeiro a atividade econômica e o lucro para grandes empresas, depois se pensa no resto.
É lamentável que gestores públicos pensem e procurem gerir a coisa pública dessa forma: colocando interesses econômicos do grande capital acima dos interesses do povo. O conceito de desenvolvimento sustentável, que busca conciliar a atividade econômica com a preservação ambiental, jamais deveria ser esquecido ou abandonado. Atividades complexas e predatórias, como a mineração, apresentam inúmeros riscos ambientais, por isso precisam sim serem regulamentadas e bem fiscalizadas pelos agentes do Estado.
A companhia Vale já foi uma estatal, pertencia ao Estado brasileiro, até ser privatizada no governo FHC, em 1997. Foi vendida por 3,3 bilhões de reais à época. Hoje, a empresa possui um valor de mais de 300 bilhões de reais, e pertence a investidores estrangeiros, ávidos pela exploração de nossos recursos minerais.
Ou se aplica severamente a lei contra os responsáveis pelaxempresaxdxseus crimes, exigindo reparações ambientais, cuidado adequado com as vítimas do acidente e a manutenção e reforço de outros poços de rejeitos, ou novos acidentes, evitáveis, se repetirão.