A disputa política brasileira virou uma selvageria. Manifestar sua preferência por um ou outro candidato tornou-se um perigo no país.
Vejam o que ocorreu com o mestre de capoeira na Bahia, foi esfaqueado por dizer que preferia o PT.
Vamos lembrar que a arte que o mestre praticava é patrimônio da cultura brasileira, um símbolo da resistência dos afrodescendentes à escravidão, instituição que tanto prejudicou este país.
Triste ver como os negros e os pobres são tratados com descaso, e como a vida e o respeito à dignidade e à liberdade estão sendo corroído num país onde a regra sempre beneficiou os poderosos.
Triste ver em Leopoldina, cidade da Zona da Mata mineira marcada por um passado escravocrata e de segregação racial, mestre de capoeira apoiando Bolsonaro cujo discurso vai de encontro ao simbolismo libertário encarnado na arte da capoeira. Cada um tem o direito de apoiar quem quiser, é evidente, mas anular o pensamento crítico devido ao antipetismo propalado pela mídia é ceder espaço para o crescimento da violência, da intolerância e manutenção da ordem social que privilegia os mais ricos e pune negros, índios, mestiços e brancos pobres.
Esse mestre de capoeira, no qual acreditei uma vez, não me convence mais. Para mim, o simbolismo libertário da arte afrodescendente que virou patrimônio nacional não combina em nada com o discurso autoritário, xenofóbico, excludente e violento da extrema-direita. Se o cidadão não tem esclarecimento para perceber isso, é porque não é um boa liderança política e nem tem apego aos ideais da democracia.
Saúde e paz.
Saúde e paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.