13.6.15

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A ditadura militar - 1964 - 1985: momentos da república brasileira é um livro escrito pelo pesquisador Evaldo Vieira.

Ao longo de suas páginas, o autor analisa, de forma clara e didática, o golpe militar de 1964 e os governos dos presidentes militares do Brasil.

Apesar de não trazer nenhuma abordagem inovadora para a Historiografia sobre o assunto, o livro ganha relevo pela precisão e competência com que o autor trata o tema, de forma crítica, desconstruindo os discursos dos agentes militares.

É comum encontrar nos discursos dos presidentes militares a defesa da democracia plena, porém Evaldo Vieira cita várias ações governamentais que contrariam as falas presidenciais, tais como a repressão do governo, as prisões ilegais de pessoas consideradas inimigas do regime, torturas, cassação de mandatos de parlamentares etc.    

Militares reprimindo movimento estudantil.
Vieira também deixa claro quem apoiou o golpe militar, destacando setores sociais da classe média e das elites, da Igreja Católica e Protestante, órgãos da imprensa (jornais como o Estado de São Paulo e O Globo) e, principalmente, os E.U.A, maior interessado em afastar qualquer risco de o Brasil receber influência do Comunismo internacional.

O apoio velado dos E.U.A ao golpe militar foi amplamente favorável aos norte-americanos, pois assim que os militares assumiram o poder trataram de abrir a economia nacional para as empresas estrangeiras e para o capital internacional.

Por conta disso, a economia brasileira viveu o chamado "milagre econômico", no governo do general Médici (1969-1974), quando o PIB brasileiro apresentou expressivo crescimento. Contudo, isso não contribuiu para reduzir as desigualdades sociais, pois no mesmo período o país verificou alto índice inflacionário, achatamento dos reajustes salariais e o crescimento da dívida externa brasileira.

Some a tudo isso o aumento da repressão por parte dos militares aos trabalhadores, aos sindicatos, ao movimento estudantil e à guerrilha armada, os quais não aceitavam mais a ditadura no Brasil.

O autor conclui lembrando que a memória dos agentes da ditadura está preservada até os dias atuais em todos os lugares. Escolas, ruas e praças foram batizadas com os nomes dos militares que estiveram no poder e, apesar de terem provocado tanto mal para o país e seu povo, são exaltados como heróis da pátria...

Pelo exposto, a leitura do livro é recomendada para quem quer conhecer o quanto a ditadura militar foi perniciosa para o país, a ponto de deixar resquícios de seu autoritarismo na democracia em que vivemos atualmente. 


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