A obra Quem é bom já nasce feito - sanitarismo e eugenia no Brasil (Editora DP&A, 2003) - foi escrita por André Mota, professor e historiador formado pela USP.
O autor aborda a trajetória do movimento sanitário e sua estreita relação com os eugenistas brasileiros, os quais defendiam o saneamento da raça brasileira entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Mota demonstra a crescente influência dos médicos, considerados heróis da regeneração nacional , sobre as políticas públicas brasileiras no início da República.
Médicos como Oswaldo Cruz se tornaram peças chave no projeto nacional que aspirava depurar a raça brasileira através do sanitarismo e do eugenismo.
No campo do sanitarismo, o projeto nacional de construção de um Brasil progressista se pautava no saneamento dos sertões e de suas gentes e na modernização das cidades, como a que ocorreu no Rio de Janeiro, em 1903 durante o governo do prefeito Pereira Passos.
Já a eugenia, que é a ciência do melhoramento da raça, deveria fornecer subsídios para as políticas públicas que tinham por objetivo embranquecer o povo brasileiro, para que o país alcançasse o nível social e econômico das nações europeias e da norte-americana, tomadas como referência em termos de civilização.
Nesse sentido, intelectuais, médicos e políticos defendiam, com fervor, a implementação das prática eugênicas no Brasil, tais como o incentivo governamental a entrada de imigrantes europeus no país, a restrição de casamentos inter-raciais dentre outras medidas que pudessem fortalecer a herança europeia do povo brasileiro.
Oliveira Vianna, intelectual e jurista de elevado destaque nacional, foi um ardoroso defensor da eugenia e do branqueamento do povo brasileiro. Ele dizia que o negro seria "a verdadeira tragédia da nossa desordem somática e psicológica" (OLIVEIRA VIANNA apud MOTA p. 52).
Portanto, somente com a implementação dos princípios eugenistas e sanitaristas o Brasil poderia superar o atraso econômico e as doenças que impediam o país de prosperar e figurar ao lado das potências Ocidentais.
Enfim, a leitura é esclarecedora e nos ajuda a perceber como as elites brancas e dirigentes do Brasil se apropriavam das ideias raciais e científicas formuladas e discutidas na Europa e nos EUA, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Com isso, pretendiam forjar um projeto de nação excludente e conservador, valendo-se de argumentos médicos e científicos, para justificar ações governamentais que, na maioria das vezes, não contribuíam para melhorar a vida da população brasileira.
O autor aborda a trajetória do movimento sanitário e sua estreita relação com os eugenistas brasileiros, os quais defendiam o saneamento da raça brasileira entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Mota demonstra a crescente influência dos médicos, considerados heróis da regeneração nacional , sobre as políticas públicas brasileiras no início da República.
Médicos como Oswaldo Cruz se tornaram peças chave no projeto nacional que aspirava depurar a raça brasileira através do sanitarismo e do eugenismo.
No campo do sanitarismo, o projeto nacional de construção de um Brasil progressista se pautava no saneamento dos sertões e de suas gentes e na modernização das cidades, como a que ocorreu no Rio de Janeiro, em 1903 durante o governo do prefeito Pereira Passos.
Já a eugenia, que é a ciência do melhoramento da raça, deveria fornecer subsídios para as políticas públicas que tinham por objetivo embranquecer o povo brasileiro, para que o país alcançasse o nível social e econômico das nações europeias e da norte-americana, tomadas como referência em termos de civilização.
Nesse sentido, intelectuais, médicos e políticos defendiam, com fervor, a implementação das prática eugênicas no Brasil, tais como o incentivo governamental a entrada de imigrantes europeus no país, a restrição de casamentos inter-raciais dentre outras medidas que pudessem fortalecer a herança europeia do povo brasileiro.
Oliveira Vianna, intelectual e jurista de elevado destaque nacional, foi um ardoroso defensor da eugenia e do branqueamento do povo brasileiro. Ele dizia que o negro seria "a verdadeira tragédia da nossa desordem somática e psicológica" (OLIVEIRA VIANNA apud MOTA p. 52).
Portanto, somente com a implementação dos princípios eugenistas e sanitaristas o Brasil poderia superar o atraso econômico e as doenças que impediam o país de prosperar e figurar ao lado das potências Ocidentais.
Enfim, a leitura é esclarecedora e nos ajuda a perceber como as elites brancas e dirigentes do Brasil se apropriavam das ideias raciais e científicas formuladas e discutidas na Europa e nos EUA, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Com isso, pretendiam forjar um projeto de nação excludente e conservador, valendo-se de argumentos médicos e científicos, para justificar ações governamentais que, na maioria das vezes, não contribuíam para melhorar a vida da população brasileira.
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