22.10.14

O celular na sala de aula

O celular faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, independente de sua faixa etária.
Devido ao formato portátil e aos inúmeros recursos que possui, o aparelho é carregado para todos os lados, inclusive para as escolas.

É muito comum os alunos utilizarem o celular durante as aulas. Infelizmente em momentos inadequados, geralmente quando o professor está ensinando o seu conteúdo, os jovens aproveitam para navegar pelas redes sociais, ouvir mp3 ou se distrair com algum jogo...


Desse modo, o aparelho telefônico torna-se um elemento indesejável, que em nada contribui para a aprendizagem do aluno, uma vez que ele desvia o foco do estudante da aula e acirra conflitos entre os educadores e os educandos.

O "problema" do celular gera uma polêmica no meio educacional: proibir ou não proibir o uso do aparelho na escola? Legalmente o uso do telefone celular dentro da sala é proibido. Apesar da lei, não há consenso entre os educadores e especialistas.

Existe um grupo de educadores que é a favor da proibição do celular na escola, pois ele tem causado muitos problemas, tais como os mencionados no parágrafo anterior. Outros educadores defendem que os celulares devem fazer parte do material didático, podendo ser acionados durante as aulas, como uma ferramenta de pesquisa, produção e divulgação da cultura e do saber.

As orientações didáticas mais recentes admitem que o uso celular em sala de aula pode potencializar a aprendizagem dos estudantes. A praticidade do aparelho e os recursos como acesso à internet, aplicativos e câmera digital são algumas das ferramentas possíveis de serem exploradas no planejamento do professor. Nesse sentido, o filósofo italiano Pier Cesare Rivoltella argumenta que os "...celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recepção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer vídeos com um celular e publicá-los na internet. Qualquer um pode editar e produzir conteúdo". (Revista Nova Escola).

As orientações da UNESCO (órgão da ONU voltado à Educação) também corroboram a inclusão das novas tecnologias nas práticas de ensino, incluindo o celular, pois ele pode “permitir a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar” (O Globo).

Portanto, o bom uso do celular pode contribuir para melhorar a aprendizagem dos estudantes e torná-los protagonistas nas aulas, rompendo com a passividade do aluno-ouvinte e receptor de informações. Com as tecnologias dos celulares o aluno pode se  tornar o produtor de conteúdo e publicá-lo em blogs ou em outras redes sociais da internet.

Nas aulas do 9º ano da Escola Estadual Luiz Salgado Lima, preparamos uma atividade que requer o uso do celular para pesquisar na internet. 
Estamos estudando o período da redemocratização do Brasil, com a eleição do Presidente Dutra após o fim do Estado Novo em 1945.

Passamos algumas questões no quadro negro e solicitamos aos alunos que acessassem o Blog, por meio de seus celulares, smartphones ou tablets, para ler e pesquisar um texto. Alguns deles também utilizaram o aplicativo - Acrópole APP - para concluir a tarefa.

Contudo, lembramos que para usar o celular ou qualquer outro recurso tecnológico em sala de aula, o professor precisa planejar, previamente, e elaborar atividades que desafiem e prendam a atenção dos estudantes, caso contrário eles poderão aproveitar o momento com distrações, como os chats e os games.

Essa primeira experiência que tivemos com o celular na aula de História demonstrou que é possível conciliar as novas tecnologias com o fazer docente tradicional. Menosprezar a influência das tecnologias, especialmente dos celulares, nas práticas educativas do século XXI  pode ser um equívoco. É necessário usá-las e precisamos conscientizar os alunos de que eles devem fazer bom uso dos recursos tecnológicos disponíveis. 

Acredito que seja possível manter a tradição escolar sem abrir mão do uso de novas mídias e tecnologias da informação para a construção do conhecimento.


Tradição e tecnologia pode ser um caminho para a aprendizagem.


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