18.10.14

O uso de fontes históricas na sala de aula - aspectos metodológicos

Professores são eternos estudantes, não param nunca de estudar.
Estou fazendo mais um curso de extensão da CECIERJ (Fundação Cederj), na área de Ciências Humanas. A disciplina que escolhi para este semestre foi História e fotografia em sala de aula.


O curso está sendo ótimo e os textos-base são excelentes. 

O último texto estudado no curso "O uso de fontes históricas no ensino de História: questões teóricas e metodológicas" aborda justamente os aspectos teóricos e metodológicos das fontes históricas nas práticas de ensino da Educação Básica.

Trabalhar com fontes ou documentos históricos em sala de aula é desafiador, por isso estamos sempre buscando novas metodologias e embasamento teórico para melhor aproveitar esses recursos no dia a dia escolar.

Abordaremos neste post, resumidamente, apenas as questões metodológicas que precisam ser consideradas antes de trabalhar com as fontes históricas nas aulas.   


Primeiro, é preciso esclarecer que na sala de aula não devemos utilizar as fontes tendo o objetivo de transformar estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio em historiadores. Os historiadores são profissionais cujo trabalho depende, substancialmente, das fontes ou dos documentos históricos e das perguntas e problemas que eles buscam responder a partir de interpretações e análises empreendidas em suas pesquisas.   


Já os estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio estão estudando História, conhecendo conceitos e aprendendo a compreender o contexto no qual as fontes foram produzidas. 

Portanto, o professor precisa trabalhar com fontes que sejam adequadas ao nível de aprendizado dos alunos, tomando alguns cuidados, a saber: o vocabulário, a extensão do documento e a adequação à faixa etária do público-alvo. Nesse sentido, de acordo com BITTENCOURT (2011), o emprego de fontes nas aulas de História deve  "...favorecer sua exploração pelos alunos de maneira prazerosa e inteligível, sem causar muitos obstáculos iniciais.”

Assim, se as fontes forem muito complexas e extensas, podem afastar os alunos, ao invés de aproximá-los do contexto em estudo. Para que ajudem na aprendizagem, os documentos devem ser acionados nos momentos de compreensão de um fenômeno histórico, de reforço de ideias e de busca de informações sobre a época estudada. 

Há uma variedade de fontes ou documentos históricos que podem ser explorados pelo professor em sala de aula. Os quatro principais grupos são: escritas, iconográficas, orais e materiais (leia mais sobre ela clicando aqui). Cada uma tem suas especificidades que devem ser conhecidas e seu conteúdo precisa ser problematizado pelo professor e estudantes.

As fontes nos fornecem informações a partir das perguntas que fazemos a elas, tais como: Quem a produziu? Qual foi a sua intenção? Qual é sua época histórica? Para quem fez? etc. 


Os livros didáticos atuais trazem muitas fontes e documentos históricos, tais como fotografias, cartas, jornais antigos, letras de música etc. Uma boa sugestão para o professor que pretende utilizar essa metodologia é a coleção História em documento - imagem e texto, de Joelza Ester Domingues, da Editora FTD. 


A obra tem muitos documentos seguidos de atividades, as quais permitem ao aluno, com a mediação do professor, desenvolver o raciocínio histórico. 

Enfim, o uso de fontes históricas nas aulas é desafiador, requer cuidados e prévio planejamento por parte do professor. Mas seu emprego correto no fazer docente facilita o processo de produção do conhecimento histórico, cria a consciência de preservar o patrimônio cultural da sociedade e permite aos estudantes se aproximarem do período em estudo, por mais distante que ele esteja do presente. 

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