1.10.14

Da democracia à ditadura (1945-1964)

  • Quando Vargas deixou o poder em 1945, o Brasil iniciou uma nova fase política. O mundo acabara de sair da Segunda Guerra Mundial enquanto assistia ao início da Guerra Fria entre E.U.A e a U.R.S.S.
  • Naquele mesmo ano houve eleição presidencial, vencida pelo general Eurico Gaspar Dutra. 
Presidente Dutra assumiu o governo em 1946.
  • O presidente Dutra promulgou uma Constituição nacional em 1946, a qual estabelecia o voto secreto e universal para maiores de 18 anos, liberdade de expressão e garantia de outros direitos individuais, mandato presidencial de cinco anos e proibição da reeleição. Por outro lado, preservou os latifúndios, rejeitou propostas de nacionalização de setores da economia, limitou a atuação sindical e colocou o Partido Comunista de Brasileiro (PCB) na ilegalidade em 1947. 
  • Economia: Plano SALTE - investimentos em Saúde, Alimentação, Transporte e Energia.
  • Aproximou-se dos E.U.A, alinhando-se ao Bloco Capitalista e permitiu a entrada de capitais estrangeiros no país, rompendo relações com a U.R.S.S.
  • Em 1951, Getúlio Vargas disputou e venceu a eleição para presidente e retornou ao poder. Sua política tinha apoio popular e seu governo passa a exercer maior controle sobre a economia. 
Populares fazem manifesto em prol do retorno de Vargas à presidência (São Paulo, 1950). Campanha queremismo.
  • Adotou medidas para incentivar a indústria, como a criação da Petrobras (1953) para garantir a exploração de petróleo no Brasil e concedeu benefícios para os trabalhadores.
"O Petróleo é Nosso" foi um lema do governo Vargas (Bahia, 1952). 
  • A política de nacionalização de Vargas desagradou os grupos ligados ao capital estrangeiro e gerou forte oposição ao seu governo. Um atentado contra um dos principais opositores de Vargas - o jornalista Carlos Lacerda - provocou uma crise política, pois um dos homens acusados de envolvimento com o atentado trabalhava para o Presidente.
  • Vargas perdeu apoio político e viu a oposição ao seu governo aumentar. Pressionado, Getúlio Vargas cometeu suicídio no dia 24 de agosto de 1954. (Leia a carta-testamento escrita por Vargas clicando aqui).
Capa do jornal "O Globo", de 1954.
  • Até a realização de novo pleito presidencial, Café Filho, vice-presidente, assumiu o cargo. 
  • Na eleição seguinte, Juscelino Kubitschek foi o escolhido para governar o país. Seu governo durou de 1956 a 1961 e adotou um modelo econômico nacional-desenvolvimentista, prometendo fazer o país crescer "50 anos em 5", por meio de seu Plano de Metas.

  • Entre 1956 e 1960, JK construiu Brasília, na região Centro-oeste, que passou a ser a nova capital federal. Investiu em obras públicas, como por exemplo, a construção de estradas. 
  • Vista da construção de Brasília. Projeto de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
  • Possibilitou a instalação de empresas e  permitiu a instalação de fábricas multinacionais e a entrada de capitais estrangeiros no Brasil. Na indústria, o destaque foi para os setores de fabricação de eletrodomésticos e automobilístico.


  •  A produção industrial brasileira cresceu em torno de 80% entre 1956 e 1961.
JK visita a fábrica da VEMAG (1956).
  • A emissão de papel moeda pelo governo provocou a inflação. O aumento da dívida externa  colocou a economia brasileira em crise. Como consequência houve a acentuação das desigualdades sociais e regionais, pois poucos usufruíam do crescimento econômico brasileiro. Apesar das denúncias da oposição de mau uso do dinheiro público, elas não chegaram a afetar a estabilidade do governo.  
  • Na eleição para presidente de 1960, o eleito foi Jânio Quadros. A crise financeira continuou e o governo cortou gastos públicos. 
Jânio Quadros e a vassoura. Promessa de varrer a corrupção da política. Leia mais, clicando aqui.
  • Jânio reatou relações diplomáticas com os países socialistas e renunciou ao cargo de presidente após permanecer no poder por apenas 7 meses. 
  • O vice-presidente, João Goulart (Jango), assumiu o poder em meio a instabilidade política e sob muitas desconfianças da direita (formada por políticos conservadores, latifundiários, empresários, militares e parte da Igreja Católica e da classe média).
Jango discursa em 1964.
  • Ele era acusado por setores mais conservadores da sociedade e da política de ser ligado ao Socialismo e de defender o trabalhismo. 
  • Parlamentarismo: Meio que a direita encontrou para que Jango não tivesse o poder de governar. Em 1963, após um plebiscito, o Brasil retomou o regime presidencialista e Jango reassumiu o governo, embora tivesse pouco apoio do Congresso às suas propostas. 
  • Jango tinha propostas de realizar reformas de base, como a reforma agrária e buscou apoio das massas urbanas e dos grupos de esquerda (centrais de trabalho, ligas camponesas, sindicatos e partidos e grupos que desejavam maior igualdade social). Devido à instabilidade política, em 1964, Jango foi retirado do poder pelo exército, por meio de um golpe de estado, apoiado por setores conservadores da sociedade e pelos E.U.A. Jango foi para o exílio no Uruguai. A partir daí, tem início a ditadura militar no Brasil, que será o tema de uma próxima postagem.  
Golpe: Militares depuseram o presidente e assumiram o poder. Tropas cercam o Congresso (1964).

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