No dia 23 de outubro ocorreu numa escola pública de São Paulo outro atentado que resultou em tragédia.
O país é violento, marcado pela desigualdade social e as escolas públicas, de modo geral, são desprotegidas, vulneráveis aos crimes. Infelizmente, diante da inoperância de nossos dirigentes, tais cenas continuarão se repetindo.
A grande mídia, os veículos de comunicação com programas na televisão ou lives Internet repercutiram o assunto. Muda o canal, muda a plataforma, mas a forma é a mesma: mostram a nota oficial dos políticos lamentando o ocorrido e colocam um "especialista" da Universidade para falar. Nunca colocam o diretor da escola, os professores ou coordenadores, não dão voz aos estudantes e aos seus pais. Para a grande mídia o que importa é a "verdade" revelada pelos "especialistas". O ponto de vista do povo que frequenta diariamente, por horas, as escolas públicas não tem relevância nenhuma.
Por isso, assisti com nojo a um desses programas na Internet mostrando o especialista da Fundação Getúlio Vargas afirmando que as escolas não precisam de detector de metais. Ora, o sujeito fala de um prédio seguro, onde há segurança, para passar pela portaria da FGV é uma tremenda burocracia, há câmeras e vigilantes por todos os cantos...
Mas, segundo o "especialista", nas escolas públicas o detector de metais deve ser o professor. O professor deve conhecer o aluno, suas angústias, seus anseios, suas frustrações e identificar potenciais ameaças e tomar ali as providências cabíveis para prevenir atos violentos...
Ocorre que numa sala de aula há 35, 38 alunos e o professor da escola pública tem várias salas de aulas e atua em duas, às vezes três escolas, em dois ou até três turnos. Tal quadro, em resumo, dificulta bastante a tarefa que pretendem atribuir ao professor.
Será que o "especialista", o bomzão da FGV que recebe um salário elevadíssimo sabe mesmo do que está falando? Será que ele conhece, de fato, a realidade de seu país? Será que alguma vez já pisou numa escola pública?
Precisamos de mais providências, urgentes, e de menos conversa fiada. Caso contrário, continuaremos apenas lamentando as vidas perdidas por conta do descaso e da falta de zelo com a qual as autoridades vem tratando a educação básica neste país. E a medida que se faz mais necessária para o momento é a instalação de detectores de metais nas entradas das escolas, dentre outros protocolos de segurança que precisam ser adotados. Ficar de blá-blá-blá na televisão, tentando transformar professor em detector de metal, e postar nota de pesar na rede social não vão solucionar a crise de violência do país.