11.4.20

A falta de liderança na crise do coronavírus

Eu não pretendia mais escrever sobre política devido ao ambiente hostil, irracional e desagradável que se tornou a internet e as redes sociais.
Entretanto,  mediante os absurdos aos quais temos presenciado fica difícil não tecer um breve comentário sobre a atuação medíocre de nossos líderes na atual conjuntura, marcada pela pandemia do coronavírus.

Primeiro, cabe alguns questionamentos e reflexões: O que esperamos de um líder? Quais virtudes deve possuir um presidente da república ou um governador?
Sem abordar ideologia, creio que um líder deva inspirar confiança,  ter serenidade e capacidade de aglutinar a nação principalmente em meio a uma crise como a que estamos enfrentando. Além disso,  um líder deve ser alguém qualificado, que dispõe de conhecimento e bons exemplos para ensinar ao povo.

O presidente da república está longe de ser uma pessoa com serenidade e discernimento, incentiva e defende o fim do isolamento social, a única forma de evitar o contágio em massa pelo vírus. Ele desautoriza o próprio ministro da Saúde, põe em cheque a ciência,  apela ao fanatismo e ao populismo. Não se preocupa com as vítimas da doença,  com os mortos e com a segurança da família brasileira. É,  portanto,  um irresponsável.

A atuação do presidente nesta crise é vergonhosa, absurda e coerente com alguém que só está no poder para agradar ao empresariado e não está nem aí para o povo.

O mesmo pode ser dito sobre o governador de Minas Gerais,  uma figura medíocre e deplorável, que se curva à vontade daquele que ocupa a cadeira presidencial. Até o segundo turno da eleição de 2018, a exemplo de muitos, nunca tinha ouvido falar de Zema. Li rapidamente suas propostas de governo e vi ali a cara do PSDB, um conjunto de ideias neoliberais que servem ao capital e não ao povo, enfatizando mais as privatizações. Quando li que o sujeito pretendia vender a COPASA, perguntei: _ Quem ele pensa ser?
Afinal,  a COPASA presta um bom serviço,  cuida da água e da saúde de muitos mineiros, é um patrimônio do Estado e não deve ser entregue ao setor privado,  jamais.

O medíocre venceu, sem novas propostas, sem um projeto de desenvolvimento para o estado de Minas Gerais.  Surfou na onda antipetista com um discurso batido se apresentando como "novo". Não demora e cairá no esquecimento e continuará zelando pela fortuna pessoal.

Na crise do coronavírus, apesar de ter adotado o isolamento social, algo que governadores e prefeitos fazem em todo o Brasil, tornou-se vacilante. Alinhado ao governo federal, o governador de Minas Gerais acha que pode flexibilizar o isolamento, medida que tem salvado vidas dos mineiros. Todos sabem que não há leitos e respiradores para todos, logo acabar com o isolamento ou flexibilizá-lo não é uma opção.  Pelo menos não deveria ser uma opção para líderes que se importam com a vida, a saúde e o bem-estar das pessoas. Para essas figuras exóticas, grotescas e despreparadas que ocupam os cargos de poder pouco importa que morram milhares de pessoas, alguns irão se afogar, disse o presidente. A prioridade desses governos não é salvar e proteger nossos idosos, pais e avós,  antes querem salvaguardar o lucro e a rentabilidade das empresas e de uma classe, que como eles, valoriza mais o dinheiro do que a vida.

Tomara que o povo que ajudou a eleger tais figuras aprenda a lição com a crise, o comportamento dos líderes está sendo deplorável. Neste momento de tensão eles geram ainda mais insegurança entre as pessoas, mostrando quem realmente são e o quanto são incapazes de liderar e proteger o povo. Se a lição for realmente aprendida, esses cidadãos não serão eleitos, jamais!

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