5.3.19

O Iluminismo, Liberalismo econômico e Despotismo Esclarecido

No século XVIII, a sociedade europeia era marcada por profundas desigualdades, a sociedade estava dividida em grupos distintos, era estamental. Clero e nobreza eram ordens sociais privilegiadas, recebiam o dízimo e mantinham direitos feudais sobre a terra, enquanto o povo, formado por camponeses, artesãos e burgueses, arcava com pesados tributos.

Os monarcas governavam de forma despótica, absolutista, legitimados pela Igreja Católica. A economia seguia o Mercantilismo: acumulação de metais preciosos, manutenção da balança comercial favorável, exploração das riquezas coloniais e intervenção do Estado no mercado.

É nesse contexto que surgiram pensadores, os filósofos, que criticavam o Antigo Regime europeu, apontando a falência de um modelo político, econômico e social.

O século XVIII ficou conhecido como "século das luzes", devido à divulgação das obras e do pensamento dos filósofos iluministas.

Em linhas gerais, os iluministas defendiam:
  • igualdade de todos perante a lei;
  • liberdade de pensamento;
  • universalização da educação;
  • fim da intolerância religiosa;
  • limitação do poder real;
  • o uso da razão em oposição à verdade revelada pela religião e pela fé.

Vamos conhecer alguns dos principais expoentes do Iluminismo!


  • John Locke (1632-1704) filósofo inglês, defendia a necessidade do governo de garantir os direitos naturais dos homens, como a liberdade e a felicidade. Caso o governante não o fizesse, poderia ser destituído de sua função.
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  • Charles-Louis de Secondat (1689-1755): ficou conhecido como Barão de Montesquieu, também defendia a liberdade dos indivíduos e o equilíbrio de forças no governo, com a criação de três poderes: executivo, legislativo e judiciário.

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  • François-Marie Arouet (1694-1778): conhecido como Voltaire, ele criticou o absolutismo monárquico e a Igreja Católica. Defendeu o direito de liberdade de expressão como um meio de libertar o povo da superstição e da ignorância.

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  • Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): para ele o poder deveria estar submetido à vontade do povo. Todos os homens deveriam ser livres. Acreditava que o homem era naturalmente bom, mas acabava sendo corrompido pela sociedade.
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Textos dos filósofos iluministas foram publicados numa grande obra, chamada de Enciclopédia, organizada por Denis Didetor (1713-1784) e Jean D'Alembert (1717-1783).
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Ela tinha o objetivo de reunir um resumo de todo o conhecimento ocidental existente, expor os avanços científicos e divulgá-los.

Liberalismo econômico

Na esfera da economia, as práticas do Antigo Regime, como o Mercantilismo, foram criticadas por pensadores liberais, que defendiam a não interferência do Estado no mercado.

O maior representante do liberalismo econômico foi o pensadores escocês Adam Smith (1723-1790). 
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Para ele, o mercado seria orientado pela lei da oferta e da procura ("Mão invisível"), portanto a intervenção do Estado era dispensável. Para Smith o trabalho era visto como a verdadeira fonte de geradora de riqueza e não só a acumulação de metais preciosos, como faziam os Estados mercantilistas.
A obra de Adam Smith foi bem recebida pela burguesia (grupo de comerciantes, manufatureiros e industriais), que desejavam o fim do mercantilismo e eram a favor de um mercado sem a interferência estatal, onde houvesse liberdade de comércio e de produção.

O despotismo esclarecido

Diversos monarcas europeus foram influenciados pelas novas ideias do século XVIII, alguns adotaram parte delas em seus governos, sem, contudo, abrir mão de seu poder absolutista. Eles ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos.

Esses governantes promoveram reformas dos códigos penais, criaram tribunais, garantiram o direito de defesa, houve restrição da tortura nas prisões, os órgãos administrativos foram modernizados e foram criadas escolas e hospitais. 

Na Rússia, Catarina II foi uma déspota esclarecida, ela aboliu parcialmente a servidão no campo, estimulou o desenvolvimento comercial e manufatureiro e a ocupação de áreas na Ucrânia e no vale do rio Volga.
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Na Espanha, o ministro Aranda, do rei Carlos III, trabalhou para fortalecer o poder real colocando a Igreja sob controle da Coroa. As reformas estimularam a dinamização do comércio nas colônias espanholas.

José II, da Áustria, impôs o alemão como idioma nacional em todo o seu Império. Os dialetos regionais dificultavam a administração. 
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Ele aboliu a servidão e os camponeses tiveram acesso a terra; fez uma reforma tributária, aboliu a tortura; permitiu o divórcio e o casamento civil passou a ser reconhecido. Os bens da Igreja, como prédios e edifícios, foram confiscados e transformados em escolas e hospitais.

Frederico Guilherme I, o rei da Prússia, organizou o exército e fez racionalizou a administração. Seu sucessor, Frederico II, enfatizou o desenvolvimento comercial e manufatureiro.

Em Portugal, o ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, atacou os privilégios da nobreza e do clero, especialmente a Companhia de Jesus. 
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Pombal expulsou os Jesuítas do Brasil, afastando-os da educação na colônia e também na metrópole. Incrementou o comércio colonial por meio da criação de companhias de comércio, incentivou o comércio externo, ampliado a lista dos produtos portugueses para exportação. 



Verifique o que você aprendeu!





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