O regime imperial de Napoleão III entrou em colapso após a derrota da França na Guerra Franco-Prussiana. O imperador foi deposto e, de nova, a República foi proclamada.
O governo conservador liderado por Louis Adolphe Thiers aceitou os termos da rendição impostos pelos prussianos. A aceitação foi considerada vergonhosa e o proletariado parisiense, humilhado e passando fome, se rebelou.
A revolta tinha um caráter socialista, foi deflagrada em 18 de março de 1871, com o apoio da Guarda Nacional. Os revolucionários formaram um comitê centra que criou um órgão de governo popular, o qual ficou conhecido como a Comuna de Paris.
A Comuna era composta por noventa membros, o sufrágio era universal, todos estavam identificados com as ideias do socialismo, mas entre eles existiam anarquistas e liberais radicais. Havia organizações de bairro e conselhos sindicais que mobilizaram as massas parisienses. Assim, durante dois meses, a cidade ficou sob a administração da Comuna.
A Comuna decretou a separação do Estado e da Igreja, substituiu o exército permanente por milícias populares, congelou os preços de alimentos e dos aluguéis, criou escolas para os filhos dos trabalhadores e entregou a direção das fábricas para as corporações operárias.
Apesar da unanimidade em torno da ideia contrária a um governo conservador, havia divisões internas sobre os objetivos da revolução socialista. Tais divisões acabaram enfraquecendo a Comuna.
O governo central da França estava refugiado no Palácio de Versalhes, de onde planejava a retomada de Paris. Thiers, apoiado pela burguesia, reuniu um exército de 100 mil homens. A invasão ocorreu em 21 de maio de 1871, o episódio ficou conhecido como a Semana Sangrenta.
Barricadas nas ruas de Paris (1871) |
Apesar das barricadas montadas pelos revolucionários, os revoltosos terminaram esmagados pelas forças centrais. No dia 28 de maio o conflito foi encerrado, com cerca de 20 mil combatentes mortos; 40 mil presos e 7500 deportados.
A Comuna de Paris é considerada uma experiência pioneira de governo operário e socialista, cujo duração foi de 72 dias. O exemplo da Comuna serviu de alerta para a elite europeia, temendo que outras insurreições ocorressem. Para evitá-las e esvaziar o movimento operário, foram instalados governos liberais na Europa Ocidental, que permitiam a inclusão, mesmo que limitada, dos representantes do operariado no sistema político.
A Comuna tornou-se um símbolo, representando a esperança revolucionária da tomada do poder pelos operários. Só no final do século XIX que o movimento operário restabelece suas forças, organizam sindicatos e greves e terão uma nova vitória com a Revolução Russa de 1917.
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