Ciclos econômicos regionais e os espaços turísticos: O ouro e a estrada real
A descoberta de ouro em Minas Gerais, no ano de 1693, marcou o povoamento do interior da Colônia portuguesa. Os limites do Tratado de Tordesilhas, fixados em 1494, foram ultrapassados pelos bandeirantes e Portugal ampliara os seus domínios na América.
Milhares de pessoas, da Colônia e do Reino de Portugal, migraram para a região das Minas Gerais, na esperança de fazer fortuna com o ouro.
Lavagem do ouro (1820-1825). Rugendas. Os escravos realizavam as principais atividades da mineração.
Essas pessoas fixavam-se em Minas Gerais, abriam trilhas e picadas na mata, construíam estradas, como a Estrada Real (ER), cultivavam roças, fundavam vilas, cidades e erigiam igrejas.
Cidade imperial de Ouro Preto. (1824). Rugendas.
As Minas Gerais cresciam, as vilas e os arraiais mineiros eram abastecidos pelos tropeiros, condutores de tropas de mulas e gado, os quais transportavam mercadorias e alimentos para as Minas. Os tropeiros, em suas viagens, interligavam as regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste.
Foram os tropeiros que criaram um prato muito tradicional em Minas Gerais, o feijão tropeiro, uma mistura de feijão, farinha de mandioca, torresmo, linguiça, ovos, alho, cebola, dentre outros ingredientes.
A culinária mineira é reconhecida nacionalmente devido a sua tradição e sabor inigualável.
A principal via que dava acesso às Minas era a Estrada Real (ver mapa abaixo), construída entre os séculos XVII e XIX. Ela ligava as regiões auríferas ao litoral da capitania do Rio de Janeiro, onde o ouro era enviado para Portugal.
"Já
nos primeiros anos do século XVIII pelo menos dois eram os caminhos oficiais
que conduziam às minas de Minas Geraes. Mas também a esta época muitos eram os
descaminhos do ouro e dos diamantes. Com o objetivo de evitá-los, determinou o
governo da metrópole, por meio de Ordem
Régia, a necessidade de que todo o ouro e
os diamantes produzidos nas MINAS GERAES deixassem a região apenas por caminhos
oficiais, que a partir de então passaram a ser vigiados e receberam a
denominação de Estrada Real. Portugal determinou ainda que fossem erguidos
registros ou postos de controle nos pontos em que as Estradas Reais cruzassem
as fronteiras entre capitanias para as necessárias
cobranças de impostos pela circulação de mercadorias e de escravos. Assim,
foram criados inúmeros registros entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São
Paulo".
Como podemos perceber, a partir da leitura do trecho acima, o objetivo da estrada Real era acelerar o escoamento seguro do ouro e evitar o seu contrabando por outras trilhas.
A ER e seus quatro caminhos. Observe o traçado no mapa. Onde ele começa? Onde ele termina?
"O Eixo principal da ER passa por 87 cidades e distritos – 76 em Minas Gerais, 3 em São Paulo e 8 no Rio de Janeiro – e tem mais de 1,6 mil quilômetros de extensão e mais de 80 mil quilômetros quadrados de área de influência." (http://www.estradareal.tur.br/ acesso em 03 mai. 2014).
Atualmente, a Estrada Real é um roteiro turístico bastante concorrido com inúmeros atrativos culturais, históricos, naturais e gastronômicos. (Veja uma galeria de fotos dos lugares da ER, clicando aqui).
Os locais cortados pela ER recebem um marco de pedra, como esse acima.
As cidades do circuito do Ouro (ver mapa abaixo), em Minas Gerais, são legados do passado colonial. Todo esse patrimônio Histórico, Artístico e Cultural atrai inúmeros visitantes e emociona os turistas.
O que encontramos no Circuito do Ouro? "Por aqui estão espalhadas esculturas de Aleijadinho, pinturas de Mestre Athayde, exuberantes obras barrocas, valiosos museus, sítios arqueológicos, além dos segredos da nossa história e cultura, ditos nos versos dos poetas e representado nas manifestações culturais. Circuito do Ouro, ouro de Minas, Minas de tradição, hospitalidade, tranquilidade, variada gastronomia, música e poesia." (http://www.circuitodoouro.tur.br/ acesso em 03 mai. 2014).
Conheça mais da História de Minas Gerais visitando o circuito do ouro.
Assista ao vídeo e conheça mais das belezas da Estrada Real.
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