As turmas do 1º ano do Ensino Médio da E. E. Luiz Salgado Lima estão estudando o Tema 2 do Conteúdo Básico Comum (CBC) (ver tabela abaixo). Elaboramos um material didático que estamos trabalhando com os estudantes, que postamos a seguir.
"A escravidão se caracteriza por sujeitar um homem ao outro, de forma completa: o escravo não é apenas propriedade do senhor, mas também sua vontade está sujeita à autoridade do dono e seu trabalho pode ser obtido até pela força." (PINSKY, 2000)
Tema 2: Escravidão e Comércio no Mundo Moderno | ||||
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"A escravidão se caracteriza por sujeitar um homem ao outro, de forma completa: o escravo não é apenas propriedade do senhor, mas também sua vontade está sujeita à autoridade do dono e seu trabalho pode ser obtido até pela força." (PINSKY, 2000)
- A escravidão moderna está relacionada com a expansão marítima ibérica, no século XV.
- Nessa época os navegadores portugueses exploravam a costa africana, em busca de ouro e outras especiarias. Chegavam em aldeias e reinos africanos e capturavam seus habitantes. Os nativos eram levados para Portugal, onde eram empregados nas mais variadas formas de trabalho, e também para as colônias, principalmente a América.
- Os traficantes e mercadores de escravos justificavam o trabalho escravo como uma forma de converter as populações negras ao cristianismo, salvando suas almas e livrando-as dos cultos pagãos que professavam na África. Nesse sentido, a Igreja Católica colaborou, indiretamente, com a ação dos traficantes de escravos.
- A escravidão já existia na África, no século XV. Contudo, era praticada de forma bem diferente do modelo mercantil adotado pelos traficantes europeus. Os escravos, geralmente, eram prisioneiros de guerras intertribais, ou entre reinos rivais, e o número de cativos não era tão significativo.
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- Os portugueses firmaram alianças com alguns reinos africanos. Os líderes desses reinos tinham interesses nos produtos europeus e passaram a capturar escravos no interior do continente, em tribos rivais, oferecendo-os aos europeus em troca de seus produtos. A moeda de troca pelos escravos era o trigo, o sal, cavalos, tecidos, tabaco, aguardente e o açúcar.
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- Para a América Portuguesa, sobretudo, para o Brasil, a partir do século XVI, foram trazidos até o século XIX um total de 4 milhões de escravos africanos. Com o passar dos anos o número de cativos continuava a crescer, e vai permanecer estável pelo menos até a aprovação da Lei Eusébio de Queirós, em 1850, a qual proibiu o tráfico internacional.
- Confira abaixo o quantitativo de escravos que desembarcaram no Brasil:
Rota Atlântica do comércio de escravos. |
Desembarque estimado de africanos no Brasil - Séculos XVI-XVIII -
Períodos 1531-1575 a 1771-1780
Períodos
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No período
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1531-1575
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10000
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1576-1600
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40000
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1601-1625
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100000
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1626-1650
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100000
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1651-1670
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185000
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1676-1700
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175000
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1701-1710
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153700
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1711-1720
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139000
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1721-1730
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146300
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1731-1740
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166100
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1741-1750
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185100
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1751-1760
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169400
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1761-1770
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164600
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1771-1780
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161300
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Total
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1895500
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Acesso em 19 mar. 2013.
- Importante destacar que a escravidão resultou na destruição da cultura de diversas etnias africanas. Mas também contribuiu para a miscigenação cultural do povo brasileiro, cuja cultura é marcada pela diversidade e pelo hibridismo étnico.
- Escravidão e Capitalismo: O tráfico de escravos está inserido na lógica do Capitalismo comercial, garantindo lucro aos traficantes, impostos para os Estados coloniais europeus e servindo aos interesses econômicos dos senhores de escravos. A escravidão, indígena e africana, sustentou, em grande parte, o projeto colonizador dos europeus na América.
Trecho do filme Amistad, que mostra a captura e o transporte dos africanos.
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http://acropolemg.blogspot.com.br/2012/09/so-os-africanos-eram-escravizados.html
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