30.3.13

Malhação de Judas - uma herança colonial

No sábado de aleluia, aquele que antecede a Páscoa, em diversas cidades do Brasil, a malhação de Judas é uma tradição nas comunidades católicas.

O ato representa o dia da morte de Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus Cristo.

Malhação de Judas no Brasil - Debret - Século XIX

Essa prática cultural chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses, que trouxeram essa tradição religiosa da Europa para as terras brasileiras.


Interessante notar que com o passar dos anos, a malhação de Judas continua a existir, mas ganhou um sentido político. Os bonecos feitos de jornal, pano e serragem começaram a simbolizar personagens públicos e políticos brasileiros, que não agradam o povo.
Seus nomes são pregados na roupa do boneco, até o momento em que ele começa a receber golpes da multidão ou é consumido pelo fogo. 

Na foto abaixo, tirada hoje em Brasília e reproduzida no site da Folha de São Paulo, o boneco de Judas representava o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), acusado de defender ideias homofóbicas.


Crianças atacam o boneco de Judas, que representa o deputado Marco Feliciano. 

A tradição descrita acima reforça o quanto a História está em nosso presente, faz parte de nossos dias, e as vezes, nem percebemos que agimos de forma semelhante a pessoas que viveram muitos séculos antes de nós. 

E na sua cidade, quem foi o personagem público escolhido para ser o Judas?

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