16.10.18

Equilibrando as chances: jogue a toalha, Haddad

A popularidade de Lula e do PT ficaram reduzidas ao Nordeste. Pouco para vencer a eleição que se avizinha. No restante do país predomina, com mais ou menos intensidade, o antipetismo.
É o repúdio ao lulo-petismo o maior combustível para o sucesso eleitoral de Bolsonaro, tendo em vista o despreparo e a falta de propostas desse candidato. Some a isso o fato de que a campanha de Haddad é insossa, quase inócua no centro-sul do país, onde Bolsonaro arregimenta multidões. O petista tem perfil discreto é boa figura, mas não emplacou, caminha para uma derrota segura. Não adianta chamar Bolsonaro para o debate ou denunciar fakenews no TSE, a vitória do extremismo e da via autoritária já está pavimentada.

No primeiro turno o candidato do PSL obteve quase 50 milhões dos votos e no segundo turno, ao que tudo indica, terá outro êxito fácil.

A eleição de  Bolsonaro  confirmará  mais uma aposta equivocada de Lula que impôs um "poste" para a centro-esquerda. Muitos esperavam o apoio do cacique petista à Ciro Gomes (PDT), mas a ideia foi rechaçada pela presidente do Partido, Gleisi Hoffmann: Ciro "nem com reza brava".

Mesmo com todas as pesquisas e simulações eleitorais apontando que somente o pedetista tinha chances reais de vencer a extrema-direita no segundo turno, o apoio do PT, em nome da hegemonia, não se concretizou. E Lula ainda trabalhou para isolar potenciais apoiadores de Ciro, deixando-o sem opções de alianças.

A vice na chapa do PDT, a senadora Kátia Abreu, sugeriu que Haddad desistisse para que Ciro Gomes pudesse concorrer. Ele é mais experiente, preparado e tem ficha limpa, além de ser mais incisivo e objetivo ao apresentar suas propostas. Ciro não carrega consigo o ranço antipetista, selado em Haddad junto com o apoio de Lula. Só o paulista radicado no Ceará teria chances reais de unir as forças democráticas contra o autoritarismo intolerante e violento que está  posto em nossa frente.

Agora, talvez, seja tarde demais para Ciro, para o PT e para o futuro da democracia. Mas como já  estamos no fundo do poço, por que não tentar algo diferente? 

Renuncia Haddad, abra a vaga para Ciro Gomes disputar em nome da soberania nacional, da retomada do desenvolvimento e da pacificação do país, sem alijar aqueles que mais necessitam do Estado e da política de bem-estar social.

Seria um ato digno e independente de sua parte, Haddad. Essa atitude demonstraria que você não é um fantoche do Lula e da louca hegemonia partidária petista.

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