30.1.23

Tensão sem precedentes?




A guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022, elevou o risco de um conflito nuclear.



Os EUA e seus aliados da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) têm enviado somas elevadíssimas de recursos financeiros, munições, armas e equipamentos militares para os ucranianos.
Os russos afirmam que o apoio militar do Ocidente à Ucrânia vai apenas prolongar o sofrimento dos ucranianos, cujo país tem sido arrasado pela artilharia inimiga.

Além disso, as autoridades russas têm feito diversos alertas da possibilidade da guerra se desdobrar numa tragédia nuclear, devido ao envolvimento dos países ocidentais no conflito.



Parece, até aqui, que o Ocidente, liderado pelos EUA, considera as advertências russas como um blefe. Assim sendo, o envio de mais armas aos ucranianos deve prosseguir,  com o apoio da OTAN, até que a Rússia seja repelida do território ou derrotada.



Porém, aqui cabem algumas reflexões: até quando as advertências da Rússia, país que detém o maior arsenal atômico do mundo, além dos poderosos mísseis hipersônicos, deverão ser tratadas como blefe? Convém exercer tamanha pressão militar e sanções econômicas sob uma superpotência nuclear?  A política adotada pelos EUA e seus aliados de enviar armas e mais armas para Ucrânia é realmente o melhor caminho para a paz?



Enquanto a insanidade da guerra prossegue  ceifando milhares de vidas, milhões de ucranianos foram obrigados a deixar suas casas e a buscar refúgio nos países vizinhos.



Uma quantia imensurável de dinheiro vem sendo aplicada em gastos militares, elevando o valor de mercado da indústria bélica. Imaginem se toda essa fortuna fosse revertida em prol do combate à miséria e à melhoria da saúde pública, por exemplo. Certamente poderíamos visualizar um cenário mundial bem diferente do nebuloso quadro atual.


Entenda a Guerra entre Ucrânia e Rússia e os posicionamentos dos países:

Rússia: exige o compromisso do governo da Ucrânia em não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); Alega combater neonazistas ucranianos, acusados de massacrar pessoas de origem russa que vivem na região do Donbass.

Ucrânia: demanda a retirada das tropas russas de seus limites territoriais e a devolução da Crimeia, região anexada pela Federação russa em 2014. Também almeja ter autonomia para aderir à União Europeia, distanciando-se da influência geopolítica exercida pela Rússia.

Na História...

O risco de um conflito nuclear não é algo inédito em nossa História. Em 1962, o mundo esteve à beira de uma guerra atômica entre os EUA e a URSS. Vivíamos o contexto da Guerra Fria e da disputa entre o capitalismo e o comunismo. A URSS havia instalado secretamente mísseis em Cuba, que poderiam alcançar as cidades norte-americanas. Quando os EUA descobriram a existência de tais instalações tão próximas de seu território, a crise dos mísseis foi iniciada. 

O confronto só não ocorreu devido a uma complexa negociação entre os governos soviético e norte-americano. 

Nikita Khrushchev da URSS, à esquerda, em reunião com o presidente dos EUA, John Kennedy, à direita. Viena, Áustria, 1961.

Pelo acordo estabelecido entre as duas superpotências, a URSS concordava em retirar os mísseis da ilha caribenha, em troca exigia o compromisso norte-americano de não invadir Cuba e que mísseis estadunidenses fossem retirados da Turquia, o que foi mantido em segredo. A Guerra Fria ainda não terminaria, mas pelo menos o afastamento da possibilidade de uma guerra atômica permitiu a humanidade respirar com algum alívio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.