9.1.14

Privatização da Saúde no Estado do Rio de Janeiro

O governo do Rio de Janeiro "lavou suas mãos" com relação à saúde de cerca dos seus 460 mil servidores ativos, inativos e pensionistas.

Com grande divulgação midiática, o governo anunciou na primeira quinzena de Dezembro do ano passado que estava dando um plano de saúde para os seus servidores.

Os jornais cariocas, como O Dia, por exemplo, publicaram matérias em seus sites exaltando a "caridade" do Governo Cabral, por proporcionar esse grande benefício para os seus trabalhadores!

Numa dessas matérias, a manchete é afirmativa:

Estado dá plano de saúde para 460 mil servidores (11/12/2013)


Quanta caridade, não é mesmo?

O jornal, ou o jornalista que redigiu o texto está bastante enganado, e com isso acaba enganando o grande público também.

Se houvesse boa vontade jornalística e imparcialidade nas matérias, seria possível descobrir que a SEPLAG-RJ oferecerá os Planos de Saúde, através de uma empresa que administrará os contratos entre as Operadoras dos Planos e os servidores do Estado, somente após a adesão e o pagamento de mensalidades pelos servidores que aderirem.

O descaso do Governo do Rio de Janeiro é tamanho que a SEPLAG nem se preocupou em permitir o desconto em folha, ou seja direto no contracheque do servidor. 

Aquele que aderir ao Plano, pagará a mensalidade via boleto bancário. Dessa forma, a SEPLAG não terá nem o trabalho de fazer as devidas alterações em seu sistema de pagamento.
Logo, quem quiser usufruir de um Plano de Saúde terá que pagar, e vai pagar caro para ter o seu, apesar de o Governo anunciar que os Planos oferecidos teriam desconto entre 20% a 40% dos valores normais de mercado.

Secretário da SEPLAG-RJ, Sérgio Ruy barbosa, no momento da assinatura do Acordo com o Presidente da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde, Elon Gomes
Tomemos, para ilustrar, um servidor, com faixa etária de 44 a 48 anos, que decida ter uma plano de saúde "oferecido" pelo Governo. Ele deverá desembolsar mensalmente cerca de R$ 300,00 por um Plano básico, de uma reconhecida operadora no estado. Se tiver um dependente, como filhos ou esposa, o valor ficará ainda mais caro.

Portanto, o Governo do Rio de Janeiro não está dando absolutamente nada para ninguém. Pelo contrário, está abrindo mão da saúde pública e deixando que empresas privadas tomem conta do negócio, que é, sobretudo, uma responsabilidade governamental.

Mediante o exposto, fazemos os seguintes questionamentos: Qual trabalhador conseguirá arcar com os custos de um Plano de Saúde?
Aqueles que são considerados do alto escalão sem dúvida conseguirão, talvez os policiais também consigam, já que têm recebido significativos (e sucessivos) aumentos salariais nos últimos anos... Mas e a maioria dos servidores que ganha pouco, aqueles que foram classificados de classe C e D (http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2013-12-12/plano-de-saude-por-r-97-para-servidor-do-estado.html), como ficam?

Esses ficarão a ver navios e agonizando em filas intermináveis dos hospitais públicos cada vez mais abandonados pelos governantes. Afinal, quem é que se preocupa com a saúde do povo?


O já desgastado Governo Cabral tem se aproveitado dos jornais para fazer propaganda de mais uma "grande" medida tomada em prol do funcionalismo do Executivo Estadual. 
Veiculando a ideia de que o a vida do servidor público é uma maravilha, tem até plano de saúde oferecido pelo Estado.

Mentira. Isso é conversa fiada.
O trabalhador que quiser ter acesso à saúde no Rio de Janeiro, vai ter é que pagar ou rezar para não adoecer, pelo menos a oração ainda é gratuita e um direito de todos nós.

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