O governo do Rio de Janeiro "lavou suas mãos" com relação à saúde de cerca dos seus 460 mil servidores ativos, inativos e pensionistas.
Com grande divulgação midiática, o governo anunciou na primeira quinzena de Dezembro do ano passado que estava dando um plano de saúde para os seus servidores.
Os jornais cariocas, como O Dia, por exemplo, publicaram matérias em seus sites exaltando a "caridade" do Governo Cabral, por proporcionar esse grande benefício para os seus trabalhadores!
Numa dessas matérias, a manchete é afirmativa:
Estado dá plano de saúde para 460 mil servidores (11/12/2013)
Quanta caridade, não é mesmo?
O jornal, ou o jornalista que redigiu o texto está bastante enganado, e com isso acaba enganando o grande público também.
Se houvesse boa vontade jornalística e imparcialidade nas matérias, seria possível descobrir que a SEPLAG-RJ oferecerá os Planos de Saúde, através de uma empresa que administrará os contratos entre as Operadoras dos Planos e os servidores do Estado, somente após a adesão e o pagamento de mensalidades pelos servidores que aderirem.
O descaso do Governo do Rio de Janeiro é tamanho que a SEPLAG nem se preocupou em permitir o desconto em folha, ou seja direto no contracheque do servidor.
Aquele que aderir ao Plano, pagará a mensalidade via boleto bancário. Dessa forma, a SEPLAG não terá nem o trabalho de fazer as devidas alterações em seu sistema de pagamento.
Logo, quem quiser usufruir de um Plano de Saúde terá que pagar, e vai pagar caro para ter o seu, apesar de o Governo anunciar que os Planos oferecidos teriam desconto entre 20% a 40% dos valores normais de mercado.
|
Secretário da SEPLAG-RJ, Sérgio Ruy barbosa, no momento da assinatura do Acordo com o Presidente da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde, Elon Gomes
|
Tomemos, para ilustrar, um servidor, com faixa etária de 44 a 48 anos, que decida ter uma plano de saúde "oferecido" pelo Governo. Ele deverá desembolsar mensalmente cerca de R$ 300,00 por um Plano básico, de uma reconhecida operadora no estado. Se tiver um dependente, como filhos ou esposa, o valor ficará ainda mais caro.
Portanto, o Governo do Rio de Janeiro não está dando absolutamente nada para ninguém. Pelo contrário, está abrindo mão da saúde pública e deixando que empresas privadas tomem conta do negócio, que é, sobretudo, uma responsabilidade governamental.
Mediante o exposto, fazemos os seguintes questionamentos: Qual trabalhador conseguirá arcar com os custos de um Plano de Saúde?
Esses ficarão a ver navios e agonizando em filas intermináveis dos hospitais públicos cada vez mais abandonados pelos governantes. Afinal, quem é que se preocupa com a saúde do povo?
O já desgastado Governo Cabral tem se aproveitado dos jornais para fazer propaganda de mais uma "grande" medida tomada em prol do funcionalismo do Executivo Estadual.
Veiculando a ideia de que o a vida do servidor público é uma maravilha, tem até plano de saúde oferecido pelo Estado.
Mentira. Isso é conversa fiada.
O trabalhador que quiser ter acesso à saúde no Rio de Janeiro, vai ter é que pagar ou rezar para não adoecer, pelo menos a oração ainda é gratuita e um direito de todos nós.