6.8.16

Entre a vida e a morte: a memória de um poeta

No dia 20 de abril de 1884, no Engenho Pau D'Arco, na Paraíba, nasceu um dos mais marcantes poetas não românticos da literatura nacional - Augusto dos Anjos. Ele aprendera as primeiras letras com seu pai, enquanto assistia à proliferação das usinas modernas, as quais substituíam os antigos engenhos coloniais que fizeram o esplendor do nordeste no passado.

Augusto dos Anjos (1884-1914).

Entre 1903 a 1907, Augusto dos Anjos estudou na Faculdade de Direito do Recife. Formou-se advogado, mas dedicou-se ao ensino de Língua Portuguesa no Liceu paraibano. Casou-se com Ester Fialho, em 1910.

Mudou-se para o Rio de Janeiro, depois de ter sido afastado de suas funções pelo governador da Paraíba com quem se desentendera. Na capital continuou a lecionar, atuando em diversos educandários. No ano de 1911, perdeu, de forma prematura, seu primeiro filho

Em 1913, transferiu-se para Leopoldina (MG) após ter sido nomeado para o cardo de diretor do Grupo escolar Ribeiro Junqueira. Um ano antes publicara sua única obra, intitulada Eu. Foi com alguma tristeza na alma que ele escreveu: 

"Ah! Um urubu pousou na minha sorte!" 

O verso extraído de um de seus fúnebres poemas parecia expressar o desgostos que sentia em relação à vida e também os infortúnios pelo qual passara, como a perseguição política, os problemas de saúde e a perda de seu primogênito.   



Seus poemas são, desse modo, marcados pelo pessimismo, pelo emprego de termos médico-científicos e  referências à morte. Inicialmente, sua obra provocou estranheza e ele só foi reconhecido como poeta de talento anos mais tarde. Devido a sua singularidade poética torna difícil associá-lo a uma escola literária, mas ele é comumente classificado como pré-moderno.

No dia 12 de novembro de 1914, com 31 anos de idade, faleceu por conta de uma pneumonia. Apesar da morte física, Augusto dos Anjos realizou suas intenções mais íntimas declaradas nos versos:

"Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais".

Por isso, ele para sempre será lembrado...


Fachada e interior do Museu Espaço dos Anjos - Leopoldina (MG).
Túmulo do poeta - Leopoldina - MG.

2 comentários:

  1. a história dele e super interessante, no museu fala sobre muitos detalhes da vida dele e também é preservado alguns objetos que foi usado por ele e por familiares...

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    1. É isso aí, Leandra. Espaços como museus são fundamentais na preservação da memória de um indivíduo é também de toda uma época. Parabéns por sua observação!!!

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Obrigado pelo comentário.