Os sindicatos que representam os trabalhadores enfrentam uma profunda crise. Muitos não conseguem mais mobilizar suas bases, passam por dificuldades financeiras e ficam cada vez mais enfraquecidos.
Tais organismos, que deveriam mobilizar e organizar a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e melhorias salariais, parecem cada vez mais distantes daqueles que dizem representar. Muitos dirigentes sindicais são descompromissados com a causa trabalhista e ficam mais preocupados com as eleições municipais, estaduais e também em âmbito federal.
Isso enfraquece o sindicato enquanto instrumento de luta e de representação de classes, uma vez que muitos trabalhadores não se sentem representados pelas instituições sindicais e/ou não confiam nelas e em seus dirigentes. Lamentavelmente, muitos sindicatos servem a outros interesses e não aos interesses dos trabalhadores.
O sindicato dos educadores em Minas Gerais, por exemplo, é um "puxadinho" do PT, trabalha com o Partido dos Trabalhadores e não com a categoria que diz representar. Podem alegar que é por um "bem maior", pois a força política trará vitória para os trabalhadores. Mas isto não passa de conversa fiada...
Nenhum trabalhador é obrigado a concordar com a doutrina de um partido político e nenhum sindicato deveria se submeter aos interesses de um partido político.
Hoje vi um cartaz do sindicato, que é pago com a contribuição dos educadores filiados, falando sobre outro assunto totalmente diferente da luta por melhorias salariais e por condições de trabalho mais decentes.
A pauta que interessa ao trabalhador é outra, muito diferente daquela que os dirigentes sindicais, aliados dos petistas, defendem.
É por essas e por outras que me desfiliei do sindicato, por não me sentir representado. E vejo muitos colegas de trabalho com um sentimento parecido, eles não aprovam e não confiam neste tipo de militância sindical vazia, inoperante e sem real comprometimento com as necessidades dos trabalhadores.
Com estes sindicatos politiqueiros e corrompidos quem sofre é a classe trabalhadora, a qual está cada vez mais desorganizada e sem as condições de resistir ao rolo compressor da contínua precarização do trabalho, do achatamento dos salários, da degradação das condições de trabalho e do avanço da informalidade.