11.6.18

O ovo da serpente

Desemprego, depreciação das condições de vida do povo, aumento da criminalidade, naturalização da violência e da desigualdade, crise ética e descrença na democracia são as condições básicas que criam o cenário ideal para o surgimento do ovo da serpente. 
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Hitler foi resultado da crise econômica de 1929 e da instabilidade política na Alemanha após a Primeira Guerra (1918).
Ele surge citando passagens bíblicas, para alguns é o messias, mas se comporta como o verdadeiro anticristo. Defende o moralismo ao mesmo tempo em que prega a violência e a formação de uma paz armada. Defende os ricos e a total subordinação dos trabalhadores à necessidade de ampliação dos ganhos da lógica mercadológica. Ao mesmo tempo em que brada contra os marajás criados pelo serviço público, se cala em relação aos privilégios, bens, heranças, lucros e dividendos das grandes empresas e de uma minoria abastada que faz fortuna graças à benevolência do Estado. Aqui os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres e, segundo o ovo da serpente, não cabe ao governo interferir na natureza da desigualdade social.

O anticristo arregimenta uma massa inculta, pobre e desesperada, sua mensagem é viral, atinge antes a emoção e inibe a razão. O silêncio e a desarticulação dos segmentos democráticos da sociedade servem apenas como combustível para fomentar o discurso de intolerância e do desprezo pelo ideais, cada vez mais distantes da realidade alcançável, de um Estado de igualdade e de justiça social.
O Estado tomado pelo Capital Internacional dá as cartas, estabelece as bases para alcançar, com a menor resistência, seus objetivos: lucro e poder. Os fins justificam os meios, por isso o anticristo é mera ferramenta da nova ordem mundial: submissão, desigualdade e segregação.

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