12.2.18

100 anos de Urupês e Problema Vital

Neste ano, obras clássicas da Literatura Geral de Monteiro Lobato (1882-1948) completam 100 anos!

Urupês e Problema Vital foram publicados em 1918.

Abaixo as capas das primeiras edições dos dois livros:


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Antes de Urupês, o movimento literário brasileiro vivia numa completa pasmaceira. “Não se escrevia nem se publicava nada. O jeito era reler o velho Machado de Assis ou Aluízio de Azevedo, Coelho Neto, João do Rio, Dona Júlia Lopes de Almeida, Franklin Távora, Euclides da Cunha, Taunay ou alguns autores de livros e não de obras...” (CAVALHEIRO, 1955, p. 201). Gilberto Freyre afirmara: “Quem diz Urupês diz uma revolução nas letras brasileiras”[1].


[1] FREYRE, GILBERTO apud NUNES, CASSIANO, 2000, p. 13.




Problema Vital “é um violento libelo”, no qual o autor, “em adendo aos pesquisadores de “Manguinhos”, denuncia o descaso oficial em relação às condições de saúde dos “Jecas”[1]. Para Lobato, “Até Osvaldo o medico no Brasil era o Chernoviz[2]: xaropes, iodureto e a continha. Curava – quando não matava. Prevenir, nunca. O higienismo dormia o sono das crisalidas, apesar do movimento cientifico universal determinado pelas teorias pasteurianas”[3]. O atraso do Brasil em relação aos países Ocidentais centrais no que tange à adoção da higiene na prevenção de doenças dava-se por conta da inércia de nossos dirigentes e da alienação das elites.


[1] ALVES FILHO, Aluizo. 2003, p. 67.
[2] Referência à obra do polonês Pedro Luiz Napoleão Chernoviz (1812-1882), o qual viveu parte de sua vida no Brasil, onde escreveu o Dicionário de Medicina Popular (1842), obra que por muito tempo foi referência da medicina no Império. O dicionário descreve medicamentos de origem europeia e também vários outros baseados no uso e nas tradições indígenas. Conta com numerosos verbetes definindo as principais doenças disseminadas pelo Brasil e os meios terapêuticos indicados na sua cura. (https://www.bbm.usp.br/node/77 acesso em 05 fev, 2018). 
[3] LOBATO, Monteiro. 1951. p. 226.




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