Neste ano, obras clássicas da Literatura Geral de Monteiro Lobato (1882-1948) completam 100 anos!
Urupês e Problema Vital foram publicados em 1918.
Abaixo as capas das primeiras edições dos dois livros:
Antes
de Urupês, o movimento literário
brasileiro vivia numa completa pasmaceira. “Não se escrevia nem se publicava
nada. O jeito era reler o velho Machado de Assis ou Aluízio de Azevedo, Coelho
Neto, João do Rio, Dona Júlia Lopes de Almeida, Franklin Távora, Euclides da
Cunha, Taunay ou alguns autores de livros e não de obras...” (CAVALHEIRO, 1955,
p. 201). Gilberto Freyre afirmara: “Quem diz Urupês diz uma revolução nas letras brasileiras”[1].
Problema Vital “é um violento libelo”, no qual o autor, “em
adendo aos pesquisadores de “Manguinhos”, denuncia o descaso oficial em relação
às condições de saúde dos “Jecas”[1]. Para
Lobato, “Até Osvaldo o medico no Brasil era o Chernoviz[2]:
xaropes, iodureto e a continha. Curava – quando não matava. Prevenir, nunca. O
higienismo dormia o sono das crisalidas, apesar do movimento cientifico
universal determinado pelas teorias pasteurianas”[3]. O
atraso do Brasil em relação aos países Ocidentais centrais no que tange à
adoção da higiene na prevenção de doenças dava-se por conta da inércia de
nossos dirigentes e da alienação das elites.
[1] ALVES FILHO, Aluizo. 2003, p.
67.
[2] Referência à obra do polonês
Pedro Luiz Napoleão Chernoviz (1812-1882), o qual viveu parte de sua vida no Brasil,
onde escreveu o Dicionário de Medicina
Popular (1842), obra que por muito tempo foi referência da medicina no
Império. O
dicionário descreve medicamentos de origem europeia e também vários outros
baseados no uso e nas tradições indígenas. Conta com numerosos verbetes
definindo as principais doenças disseminadas pelo Brasil e os meios
terapêuticos indicados na sua cura. (https://www.bbm.usp.br/node/77 acesso em 05 fev, 2018).
[3]
LOBATO, Monteiro. 1951. p. 226.
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