9.5.17

Quando questão social vira caso de polícia

O dia 28 de abril foi uma data de greve geral no país. O povo foi às ruas demonstrar toda a sua insatisfação com a conjuntura política e econômica, cuja pauta tem sido a retirada de direitos essenciais, por meio das reformas trabalhista e da previdência, além da manutenção do elevado índice de desemprego.

Durante os protestos legítimos e muitos dos quais realizados de forma pacífica presenciamos cenas de terror. No dia anterior o noticiário antecipava a preparação da polícia para acompanhar as manifestações, dentre os preparativos estava forte aparato repressivo, como armas e bombas de gás lacrimogêneo.

No dia da manifestação em prol da democracia e das garantias trabalhistas, houve um ato de violência em Goiás, que se tornou emblemático. Um estudante foi covardemente agredido por um policial e sofreu fratura craniana.

O policial responsável pela atitude agressiva foi suspenso pelas autoridades estaduais e o manifestante, o estudante, Mateus Ferreira (33), foi internado num hospital de Goiânia. 

Video mostra o momento que Mateus Ferreira foi atingido na cabeca por um golpe de cassetete

Em matéria da Folha de São Paulo (09/05/17) foi noticiado que a vítima deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), está consciente e seu quadro clínico é estável, graças a Deus.

O exemplo de Mateus Ferreira é mais um caso da violência policial cotidiana, do abuso da autoridade e do poder e da covardia de alguns agentes da lei, que por despreparo ou má índole, agridem os cidadãos, principalmente os grupos sociais desfavorecidos que protestam e lutam por seus direitos.

Num governo legítimo, eleito democraticamente, ouvir as vozes da ruas e manter franco diálogo com a sociedade é uma obrigação. Entretanto, quando a população não reconhece o governo ela protesta e os usurpadores tentam, à todo custo, silenciar quem não admite ser amordaçado e nem aceita os retrocessos impostos por aqueles que assaltaram o poder.

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