14.3.17

2017 - Ano Lobatiano: produção dos alunos

O projeto interdisciplinar "2017 - ano Lobatiano" despertou o interesse dos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.
Através do estudo da biografia de Monteiro de Lobato (1882-1948), os estudantes ficaram encantados com a trajetória de vida do criador do "Sítio do pica-pau amarelo" e do "Jeca Tatu", também ficaram indignados com a prisão de um dos mais populares autores da literatura nacional, em 1941, após fazer críticas ao governo do presidente Getúlio Vargas.

Na "I Roda de Leitura" prevista no projeto estudamos um trecho da obra  Jeca Tatu: a ressurreição (1924), escrita por Lobato, na qual ele retoma seu célebre personagem, um dos símbolos que representavam a população sertaneja brasileira, descrevendo seu estado de abandono e a precariedade de suas condições de vida.


Jeca Tatu e o seu cão, Brinquinho (Site Invivo)


Depois da leitura e do debate do texto com os alunos, solicitamos a eles que reescrevessem o conto e criassem um final para a estória. Os trabalhos ficaram incríveis e destacamos o texto do aluno da sala 10 - Arthur Moreira Valério.

Vamos conferir o trabalho do talentoso Arthur.

Como o Jeca mudou de vida

Jeca Tatu era um homem muito pobrezinho e ele morava no meio do mato numa casinha de sapé. Sua mulher era muito feia, os móveis de sua casa eram uma rede e um banquinho de madeira de três pernas. Jeca Tatu parecia ter mais ou menos 40 anos de idade, tinha uma preguiça que não acabava. Jeca sentava no banquinho de três pernas e fumava seu cigarrinho de palha. Todas as pessoas que passavam por ali mandavam ele fazer alguma coisa produtiva e ele sempre respondia:

_ Não paga a pena.

E as pessoas chamavam ele de traste porque ele não fazia nada. Ele se alimentava de peixes, que pescava no ribeirão, e pássaros, caçados com a pica-pau, e bebia pinga. Jeca Tatu era um cara muito magrinho, feio e mal de saúde. As vezes quando ele pegava lenha só trazia bem pouquinho porque era fraco e preguiçoso.

Porém, a culpa dessa preguiça não era dele. Jeca era doente e vivia abandonado, o presidente não ligava para as pessoas do campo. Mas essa situação tinha uma saída, o nome dessa saída era Monteiro Lobato!

Monteiro Lobato era um advogado, dono de terras e um homem muito preocupado com a sua gente, por isso resolveu procurar o presidente Getúlio Vargas e falou com ele o seguinte:

_ Presidente, você tem que cuidar melhor do seu povo, senão ele vai acabar morrendo antes do devido tempo.

_Ora, doutor, do que é que você está falando? Indagou o presidente.

_ Eu estou falando que você tem que dar mais valor para o seu povo e achar uma forma de ampará-lo. Veja o caso do Jeca Tatu, é um homem pobrezinho, doente, esquecido por todos e  que não tem nada para fazer. Respondeu Lobato.

Isso deixou o presidente pensativo e também bastante sensibilizado com a situação.
No dia seguinte, o presidente foi até a casa do Jeca e viu as condições em que ele vivia. Decidiu reunir todo mundo que vivia ali perto e resolveu fazer uma declaração:

_ A partir de hoje todas as pessoas mais pobres vão ter condições iguais a todo mundo. Aqueles que não tem o que fazer vão ter um emprego e aqueles que precisam de cuidados vão receber atenção!

Aliviado depois de ouvir aquilo, o Jeca sorriu e agradeceu com um simples:
_Obrigado, presidente!

A partir de então a vida do Jeca começou a mudar para melhor, ele passou a cultivar a terra, vender o que produzia, tinha escola e posto de saúde. Formou família, teve filhos, e viveu dias felizes numa nova era.

5.3.17

A construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a atuação de Oswaldo Cruz

Construir uma ferrovia em meio a floresta amazônica não foi tarefa fácil. 
Os custos eram elevadíssimos, necessitando de recursos ingleses e norte-americanos, além de investimentos dos governos do Brasil e da Bolívia. 

Durante a jornada, iniciada por volta de 1846 e inaugurada somente em 1912, milhares de operários sucumbiram, principalmente por conta da malária. A doença repelia trabalhadores e capitais necessários para a conclusão das obras cuja extensão superava os 360 KM. 

Para dar um jeito nisso, um dos responsáveis pela obra, o empresário americano Percival Farquhar, contratou o médico sanitarista Oswaldo Cruz. 

Cruz havia trabalhado no saneamento da então capital federal, o Rio de Janeiro, e agora recebia a missão de cuidar das condições higiênico-sanitárias do canteiro de obras no norte do país. 

Dentre as medidas adotadas pelo médico estava a obrigatoriedade dos operários de tomarem o quinino (medicamento contra a malária) e a de utilizarem mosquiteiros durante o dia e à noite, nas redes de dormir, para evitarem picadas de mosquito. 
As medidas eram obrigatórias e se não fossem cumpridas, o operário ficava sem pagamento! 

Somente depois da ação higienista dos médicos, a despeito de seu caráter compulsório, houve queda da mortandade e os trabalhos da ferrovia puderam ser levados adiante.

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A construção da ferrovia numa região com mata densa exigiu a derrubada de árvores centenárias, imponentes e exuberantes. Esse fato foi captado pela câmera do fotógrafo norte-americano Dana Merrill, em 1909 ou 1910. Confira o tamanho gigantesco do tronco da castanheira que foi retirada de seu lugar para dar passagem à linha de ferro:
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Por último, deixamos a tirinha do Papa-Capim para refletirmos sobre a ação do "homem branco" e sua noção de progresso. 

4.3.17

Reflexão sobre a história da epidemia


As epidemias representam um terrível flagelo para a humanidade e isso desde tempos remotos. A doença parece caminhar com o homem no tempo, colocando-o a prova, desafiando sua ciência e modificando seus costumes.

No box acima há uma brevíssima e interessante história da epidemia, começando nos tempos bíblicos, passando pela Idade Média e chegando na época Moderna.

Depois de ler o texto, que tal exercitar a mente sobre algumas questões?

1. Qual a relação entre epidemias e a expansão marítima (Grandes navegações) do século XV 

2. De que maneira a doença favoreceu a conquista da América pelos europeus? 


Boa reflexão!